domingo, 27 de setembro de 2015

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS ( V )

PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS  (V)



A religião só serve para espalhar a ignorância na face da Terra.
Sob o título acima, estamos analisando as “provas” apresentadas pelo pastor evangélico Jefferson Magno Costa, em seu livro intitulado “Provas da Existência de Deus”, lançado pela Editora Vida. Já fizemos a análise de 4 dessas provas, nos trabalhos anteriores. Neste trabalho, veremos a 5ª “prova” da existência de Deus. Ei-la:

“Em qualquer lugar onde se fale uma língua humana, por mais inculta e pobre que seja, nela sempre aparecerá um nome: Deus. Ora, essa idéia da existência do Criador espalhada na consciência de todos os povos nos leva a concluir que um sentimento comum a todos os seres humanos não pode ser falso. Aristóteles já dizia que “o que é inerente à essência, é universal: tudo quanto o homem tem instintivamente por verdadeiro, é uma verdade natural” ” (Página 16).

Bem. Mais uma vez, o pastor evangélico Jefferson Magno Costa diz bobagens. O leitor inteligente logo percebe que isso não é uma “prova” da existência de um ser espiritual. Trata-se apenas de um argumento bobo, fantasioso, sem amparo lógico e histórico. É mais um argumento idiota destinado a convencer pessoas leigas no conhecimento histórico. Como o pastor não tem muito o que escrever, ele reproduz aqui a mesma ideia sustentada na 2ª “prova” da existência de Deus. É apenas um argumento bobo repetido.
Ora, ele afirma que Deus sempre esteve presente em todos os povos que existiram na face da Terra. Conclusão: Deus existe! É assim que pensa o missionário evangélico. A fé, com certeza, atrofia o cérebro humano.
Há, evidentemente, muitos erros nesse falso argumento apresentado pelo pastor.
O primeiro erro está na afirmação de que todos os povos acreditavam na existência de Deus. A palavra “Deus”, aqui, não foi colocada de forma gratuita. O pastor se refere, obviamente, ao Deus único e espiritual da Bíblia. Ora, não é verdade que todos os povos acreditavam em um Deus único e espiritual. Ao contrário. Inúmeros povos, desde a Pré-História, inventaram e acreditaram em inúmeros deuses que não tinham sequer a natureza espiritual. Esses deuses tinham forma humana, material, fundada na natureza. Assim, havia o deus-sol, o deus-trovão, o deus-tempestade etc. Os deuses eram diferentes em muitas civilizações (egípcia, grega, hebraica, fenícia etc).  O povo egípcio, por exemplo, acreditava em deuses antropozoomórficos.  E não no Deus único e espiritual do povo hebreu. Os deuses egípcios, portanto, tinham aparência metade humana e metade animal. O deus Osíris, por exemplo, era representado em forma de pluma, com uma coroa branca, plumas e chifres. A deusa Hathor era representada pelo corpo feminino e a cabeça de uma vaca. Ou seja, os deuses egípcios eram completamente diferentes do Deus hebreu. Portanto, o pastor evangélico mente quando afirma que todos os povos acreditavam na existência de um ser espiritual e único;
O segundo erro desse falso argumento mergulha o missionário evangélico em sua própria ignorância. Ora, se ele afirma a existência de Deus, tomando como base o fato de todos os povos terem acreditado na existência de deuses, então forçosamente o pastor terá que admitir a existência de vários deuses, já que inúmeros povos eram politeístas. Se aqueles povos estavam certos, então há uma pluralidade de deuses, e não apenas um Deus, com inicial maiúscula;
O terceiro erro reside na tentativa do pastor evangélico admitir a existência de Deus porque esse sentimento era presente em todas as civilizações. Ora, o Deus único e espiritual não era um sentimento presente em todas as civilizações. A razão pela qual o homem criou deuses não foi o aparecimento desses deuses. Esses deuses não se revelaram aos povos porque não existiam. Foram criados pelas mais diferentes civilizações em razão, principalmente, do desconhecimento do funcionamento da natureza;
O quarto erro está na referência feita ao filósofo grego Aristóteles. O pastor evangélico, coitado, confunde alhos com bugalhos. O “deus”, com inicial minúscula, de Aristóteles nada tinha a ver com o Deus, com inicial maiúscula, dos hebreus. O “deus” de Aristóteles era uma essência imóvel. Não foi um deus que criou o mundo, resolvendo destruí-lo depois. Não foi um deus que se revelava a todos. Não foi um deus que se intrometia na vida do povo. Não foi um deus raivoso, vingativo e assassino. Como já afirmamos, o pastor confunde alhos com bugalhos. O seu desconhecimento histórico é visível e trágico. O pastor infelizmente pegou esse pensamento de Aristóteles, dando-lhe conotação religiosa. Que desgraça! Ora, ao interpretar o pensamento de Aristóteles exposto acima, o pastor evangélico entendeu assim: 

Deus existe porque o homem tem esse instinto por verdadeiro.

Ora, o pastor evangélico pensa, como muitos, que todas as pessoas do mundo vão NATURALMENTE despertar a idéia de um ser espiritual porque esse ser espiritual realmente existe. Pensamento completamente errado! A história e a sociologia comprovam que esse pensamento é falso.
Ora, a ideia da existência de deuses não surge NATURALMENTE. Ela é fruto da cultura de determinado povo, sendo imposta, e não adquirida NATURALMENTE. É fácil entender isso. Por exemplo, se isolarmos do mundo um recém-nascido, impedindo qualquer forma de comunicação, com certeza científica esse homem, já crescido, não falará língua alguma, não saberá fazer uso dos alimentos, não escovará os dentes e não adorará deus algum. Caso semelhante já foi fruto de experiência científica. O homem se forma de acordo com aquilo que ouve, com aquilo que vê, com aquilo que sente. O homem é, portanto, fruto da massa coletiva. Se o grupo injeta nesse homem costumes é óbvio que esse homem vai defender e praticar esses costumes. Não se trata de coisas NATURAIS, mas IMPOSTAS. Por exemplo, antes do descobrimento do Brasil, em 1500, os habitantes brasileiros eram os índios. Eles tinham a sua cultura. Tinham a sua forma de adoração religiosa, de alimentação, de subsistência etc. Eles jamais, jamais, jamais tinham a ideia da existência de um Deus único, espiritual, criador do Céu e da Terra. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, a coisa mudou de figura. A cultura portuguesa (religião, alimentação, trabalho escravo etc) foi IMPOSTA aos nossos índios. A religião cristã católica foi imposta sem dó e  sem piedade. Somente a partir daí, é que os índios foram obrigados a prestar culto a um Deus único e Espiritual, o Deus de Abraão e de Jacó.

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