sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( IV )

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( IV )
                                                                                                                                                  
                                                                                                                                                     Eustáquio
                                                                                                                                                       4/03/2015


                   Este, amigo leitor, é o 4º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
                     Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto de livros atualizadíssimo, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
                     Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto de livros atualizadíssimo! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
                      Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:

                    “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”

                      Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
                       E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
                      Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a Lua. No 2º, mais um erro bíblico sobre as estrelas. No 3º, mais um, em relação ao planeta Terra. E, neste, mais um erro bíblico sobre o animal racional chamado “homem”. Em Gênesis 1: 26, está escrito:


                    “26 Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”


                   Percebeu, caro leitor, a superioridade do homem no fantasioso relato bíblico acima? Ora, o homem não é superior aos outros animais. O homem não é mais importante do que os animais irracionais. Eis, portanto, uma visão errônea acerca do homem. E essa visão errônea também está presente na Bíblia porque é um conjunto de livros muito antigo.
                   Dois grandes erros se destacam na Bíblia: o GEOCENTRISMO (o planeta Terra no CENTRO) e o ANTROPOCENTRISMO (o homem no CENTRO). Ora, a Terra não está no CENTRO, nem é o CENTRO. O homem também não está no CENTRO, nem é o CENTRO. Nas narrativas lendárias bíblicas, profundamente infantis, o planeta Terra é a coisa mais importante do Universo. As outras coisas (Sol, Lua e estrelas) foram feitas por Deus apenas para prestar homenagem ao planeta Terra. Ou seja, a Terra é uma rainha! A mesma visão errônea bíblica ocorre em relação ao homem, o animal racional. Dizem as narrativas lendárias bíblicas que Deus fez todas as coisas para beneficiar o homem. Fez a Terra para o homem. Fez o Sol, a Lua e as estrelas para o homem. Fez o Jardim do Éden para o homem. Fez os animais irracionais para o homem. Enfim, fez tudo para o homem. E que o homem é o rei dos animais. Tudo errado, caro leitor! Tudo errado!
                       Veja, leitor amigo, a ilusória importância do homem no versículo bíblico acima. O homem foi o único animal criado à imagem e semelhança de Deus. Os outros animais, irracionais, não foram criados à imagem e semelhança de Deus. Percebeu, leitor, a superioridade bíblica do homem diante dos demais animais, não é mesmo? Ora, o homem é um animal racional e é o único animal que escreve. Logo, foi o homem que escreveu o que está na Bíblia. É óbvio que o homem faça elogios a si mesmo. É natural que o homem se sinta o rei da cocada preta. É compreensível que o homem se sinta o maior, o mais gostoso de todos os animais. Só que, na verdade, ele não o é. Você está entendendo, caro leitor? Veja mais um exemplo em Gênesis 1: 29 – 30:


                   “29 E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.
                  30 E a todos os animais da Terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez.”


                    Preste atenção, leitor, na ingenuidade dos relatos lendários bíblicos acima. Há inúmeros erros aqui, mas isso é assunto para outro artigo. Diz a Bíblia que Deus criou todos os animais irracionais com o objetivo de servirem de alimento para o homem. E diz também que Deus criou todas as ervas que dão sementes com o objetivo de servirem também de alimento para o homem. Veja, leitor, tudo direcionado para o homem. O homem no CENTRO de tudo! Ora, deuses não existem. Deuses nada criaram. A existência dos animais irracionais não tem ligação alguma com a existência do homem. Um leão, que é um animal irracional, não existe para ser comido pelo homem. Não serve como alimento para o homem. Um ácaro, que é um animal irracional, invisível a olho nu, não serve como alimento para o homem. Homem algum se alimenta com o ácaro, não é mesmo, leitor amigo? A lombriga, um animal irracional, que vive no intestino do homem, não serve para alimento do homem. Nem no meu Ceará, vi um homem se alimentar de lombrigas. E existem, no planeta Terra, milhares de animais irracionais que não servem como alimento para o homem porque sua carne é venenosa. E existem, também, no planeta Terra, milhares de animais irracionais que não servem de alimento para o homem por causa de sua própria repugnância. Como exemplo, o urubu. Você já viu, leitor amigo, alguém comer carne de urubu, um ensopado acebolado de urubu? Ora, a Bíblia diz acima que todos os animais irracionais servirão de alimento para o homem, para mantimento do homem. Só que, mais à frente, a própria Bíblia faz uma relação enorme de animais irracionais que não podem servir de alimento para o homem. É mais uma contradição infantil da Bíblia. O povo hebreu, que escreveu essas fantasias bíblicas, não comia inúmeros animais irracionais, como exemplo, o porco. Percebeu, leitor, a ingenuidade dos relatos bíblicos acima? Na sociedade hebraica, que não comia carne de porco, o porco não servia para mantimento do homem! Ou seja, a existência do porco nada tem a ver com a existência do homem!
                       Diz a Bíblia também que todas as ervas que dão semente servirão como alimento para o homem! Ora, a existência das ervas e das árvores nada tem a ver com a existência do homem. E o pior é que existem ervas e frutos de árvores que não podem ser consumidos pelo homem. Não podem ser consumidos porque são venenosos. Se o homem os comer, caixão e vela preta! Percebeu, leitor, a infantilidade dos relatos lendários bíblicos?
                       O homem, pois, é um animal racional! O leão é um animal irracional. O chimpanzé, que é um macaco, parente do homem, é um animal irracional. O ácaro, que vive em nossa cama, invisível a olho nu, é um animal irracional. Ora, a existência do leão, do macaco e do ácaro não está ligada à existência do homem. Esses animais irracionais vivem independentemente do homem. Não existem para fazer festas para o homem. E, para piorar a situação, existem milhares de animais irracionais que causam mal ao homem, que levam o homem a vestir o paletó de madeira. Imagine, leitor amigo, o homem comendo o mosquito da dengue, o “aedes aegypti”!
                     O homem não é superior em relação aos outros animais. O homem tem seu mundo. Os animais irracionais também têm seu mundo. E cada animal deve ser visto dentro de seu mundo. E cada animal tem sua importância em seu mundo. Como diz o ditado popular, cada macaco no seu galho. Por engano, o homem se acha o gostosão porque é racional. Pobre homem! Equivocado em seu raciocínio, o homem diz que faz o que os animais irracionais não fazem. Por exemplo, o homem diz que faz músicas, o macaco não! Ou seja, compara sua cultura com a do macaco. Ora, o macaco faz também inúmeras coisas que o homem não faz. Você está entendendo, leitor? Por exemplo, pegue, caro leitor, o homem mais ágil do mundo. Coloque esse homem numa árvore, e um macaco, em outra. Coloque os dois para mudarem de árvore em árvore, pulando de uma para outra. O homem não conseguirá sair do lugar, já o macaco estará, com sua habilidade e rapidez, a vários metros dali. Percebeu, leitor, como cada animal deve ser analisado sob o ponto de vista de sua cultura, de seu mundo?
                     O homem, coitado, diz ser o maior porque faz um avião. Os animais irracionais não têm essa capacidade. Logo, o homem é o gostosão! Que bobagem! O erro aqui ocorre porque o homem dá um exemplo de algo que faz parte de sua cultura. Só que o homem não consegue fazer muitas coisas que fazem parte da cultura de milhares de animais irracionais. Coloque o homem mais rápido do mundo, muito mais rápido do que o Rubinho Barrichello, para correr ao lado de um leão, de um leopardo? A humilhação humana será imensa. Coloque um homem, leitor, para fazer o que um bicho-da-seda faz. O bicho-da-seda é um animal irracional. O que ele faz, o homem não faz. O bicho-da-seda cria fios que são usados pelo homem para a confecção da seda. O homem, obviamente, no estado natural, não solta fios, mas apenas vômitos, bosta e urina. Mostro, claramente, aqui, que cada animal deve ser visto dentro de seu mundo porque todos são criativos. Entendeu, leitor?
                           E, para concluir, mostrando que o homem não está com essa bola toda, basta ver a importância de sua existência para o planeta Terra. O que seria, por exemplo, do planeta Terra se o homem desaparecesse, se não houvesse mais um ser humano na face da Terra? Ora, o planeta Terra iria ficar muito feliz. E por quê? Porque o homem é o único animal do planeta que causa destruição em massa, que polui o mundo. Sem o homem, o planeta Terra seria simplesmente fantástico. Uma maravilha! Percebeu, leitor, como a inexistência do homem não traria prejuízos ao planeta Terra? Será que eu posso afirmar a mesma coisa em relação às abelhas? Ora, se as abelhas, animais irracionais, desaparecessem hoje do planeta Terra, haveria uma desgraça incalculável. A vida na Terra estaria comprometida. E estaria comprometida pela ausência de um animal irracional, e não pela ausência do homem. 

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