quinta-feira, 17 de setembro de 2015
A INÉRCIA DE DEUS E O TEÓLOGO RUBEM ALVES
Eustáquio
17/09/2015
Caro leitor,
Este é o 5º artigo acerca da palestra do teólogo Rubem Alves cujo vídeo se encontra no “You Tube”, à disposição de qualquer pessoa, sob o seguinte título:
“RUBEM ALVES – “PERGUNTARAM-ME SE ACREDITO EM DEUS!”
Como eu já deixei bem claro nos artigos anteriores, esse vídeo, amigo leitor, resume-se numa palestra de Rubem Alves em que apresenta seu livro “Perguntaram-me se acredito em Deus”. Já que a palestra é bastante agradável, mas pode deixar alguém em dúvida, resolvi então fazer vários artigos, comentando trechos de forma bem clara para que ninguém fique com dúvidas sobre se Rubem Alves acreditava em Deus, ou não. Caso você, leitor amigo, queira mais detalhes sobre quem foi Rubem Alves, convido-o a ler meu primeiro artigo: “O teólogo Rubem Alves acreditava em Deus?”
Pois bem! Neste artigo, analisarei a fala do Rubem Alves que começa aos 6 minutos e 24 segundos e vai até os 8 minutos e 2 segundos. Por favor, caro leitor, assista ao vídeo e confirme o que diz o doutor em Teologia:
“Até o papa está se confundindo. Ele foi à Treblinka. Treblinka, vocês sabem. Foi aquele campo de concentração... é... fornos crematórios. E ele fez a seguinte pergunta: “Onde estava Deus quando isso aconteceu?” Mas essa pergunta é uma pergunta herética porque, se ele pergunta onde estava Deus, quer dizer que Deus não estava lá. Se Deus não estava lá, ele estava ausente. Então, Deus não é onipresente. Se ele estivesse perante o tribunal do cardeal Ratzinger, ele seria inquirido e certamente condenado ao silêncio permanente por haver feito uma pergunta tão terrível. A mesma coisa aconteceu quando houve o atentado de 11 de setembro nas duas... na Word Trade Center. No dia seguinte, o New York Times publicou um artigo com a seguinte pergunta, exatamente a mesma pergunta do papa: ‘Onde estava Deus quando isso aconteceu?’ E a gente poderia fazer várias perguntas: “Onde estava Deus quando Hiroshima foi bombardeada?” “Onde estava Deus quando Nagasaki foi bombardeada?” “Onde estava Deus quando os milhões!, seis milhões de judeus foram para os fornos crematórios?” “Onde estava Deus quando o tsunami, tsunami é... aconteceu, matando mais de duzentas mil pessoas?”
Você, leitor, entendeu o que diz acima o teólogo Rubem Alves, não é mesmo? Mais claro que isso só mesmo clara de ovo! Em sua fala, ele trata de quê? Ora, Rubem Alves trata da inércia do imaginário Deus hebreu, o mesmo Deus dos cristãos? Você, leitor, sabe o significado da palavra “inércia”? No texto, inércia é sinônimo de falta de ação. Ou seja, a falta de ação do Deus hebreu. É óbvio que Rubem Alves, doutor em Teologia, sabia que o Deus hebreu foi mais uma criação de um povo, assim como os demais deuses. O homem cria deuses à sua imagem e semelhança. Pois bem! Rubem Alves está mostrando que os próprios fiéis cristãos são, às vezes, uns heréticos, ou seja, se voltam inconscientemente contra a própria crença. E Rubem cita o exemplo clássico do papa Bento XVI, o Joseph Ratzinger.
O papa Bento XVI, em 2010, visitou o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia. O campo, aqui, caro leitor, não é um campo de futebol, como o Maracanã, no lindo Rio de Janeiro, ou o Castelão, em minha querida capital Fortaleza, no Ceará. Trata-se, na verdade, de um lugar terrível em que foram assassinadas inúmeras pessoas inocentes, especialmente judeus, pelos militares assassinos comandados pelo sanguinário Adolf Hitler. O louco Hitler mandou matar mais de 6 milhões de judeus, por meio de fuzilamentos, câmaras de gás e fornos crematórios. Ou seja, uma maldade monstruosa! Diante daquele lugar terrível, um museu hoje, o papa Bento XVI fez várias perguntas:
“Por que, Senhor, permaneceste em silêncio? Como pudeste tolerar isto? Onde estava Deus nesses dias?”
Em sua fala acima, o papa Bento XVI não entendeu por que Deus permitiu que essa desgraça horrível acontecesse com seu próprio povo, o povo judeu. O papa queria saber por que Deus permitiu que mulheres, crianças e velhos fossem assassinados barbaramente pelos soldados de Hitler. O papa Bento XVI não tem uma memória boa. Se tivesse uma boa memória, poderia também ter perguntado por que o Deus hebreu permitiu que muitas pessoas fossem queimadas vivas em fogueiras comandadas pela própria Igreja Católica Apostólica Romana. Adolf Hitler assou seres humanos em fornos crematórios. A Igreja do próprio papa assou seres humanos em fogueiras. A maldade é a mesma, só muda o modo de execução, não é mesmo, leitor? Mas o papa, infelizmente, não consegue enxergar. Se o papa tivesse boa memória, poderia ter perguntado também por que o Deus hebreu matou muitas pessoas (mulheres, crianças e velhinhos) nos relatos da própria Bíblia, livro “sagrado” dos cristãos. Mas o papa também não consegue enxergar essa realidade caótica. E nem adianta o papa ir a um oftalmologista porque a cegueira dele nada tem a ver com os olhos.
Pois bem! O teólogo Rubem Alves mostra a criatividade infantil dos religiosos. Ora, deus algum existe! Os deuses são seres imaginários, criados pelo cérebro humano. Deus algum, portanto, interfere na natureza e nas ações humanas. Deus algum poderia ter evitado a morte bárbara dos 6 milhões de judeus praticada pelos comandados do louco Adolf Hitler. Deus algum poderia ter evitado que os soldados norte-americanos tivessem soltado duas bombas atômicas sobre as duas cidades japonesas, matando instantaneamente milhares de pessoas inocentes, inclusive mulheres, crianças e velhinhos. Deus algum poderia ter evitado tsunamis que já mataram instantaneamente milhares de pessoas inocentes, inclusive mulheres, crianças e velhinhos. Você, caro leitor, está entendendo, não é mesmo? Deuses não existem, não atuam na natureza, não atuam nas ações humanas, não são oniscientes, onipotentes e onipresentes.
O teólogo Rubem Alves mostra que a própria pergunta formulada pelo papa Bento XVI destrói a onipresença do Deus bíblico. Veja, leitor, a pergunta central do papa:
“ONDE ESTAVA DEUS QUANDO ISSO ACONTECEU?”
Pela pergunta do papa, Deus poderia estar em outro lugar, que não ali. Deus, por exemplo, poderia estar em Sobral, minha terra natal no Ceará. Ou poderia estar no lindo Rio de Janeiro. Se não estava na Polônia, quando os inocentes foram dizimados, isso significa que Deus não é onipresente, ou seja, não pode estar ao mesmo tempo em todos os lugares. Assim, a onipresença de Deus desaparece diante da pergunta do papa. Você, leitor, entendeu, não é mesmo?
A crença religiosa cega a pessoa, paralisa as funções cerebrais do homem. Só pelo amor à argumentação, imagine, caro leitor, uma entidade “espiritual” bondosa e poderosa assistindo passivamente estupros contra mulheres e crianças, fuzilamentos e homicídios por meio de câmaras de gás e fornos crematórios. E o deus lá, vendo tudo, de “braços” cruzados, sem ação alguma. Numa inércia total! Entendeu, leitor?
Os fiéis cristãos, aqueles que vão a igrejinhas, são facilmente enganados. E eles nem percebem essa realidade. Posso até dar mais um exemplo bem fácil. Em sua rua, leitor, é bem provável que você conheça algum cristão que já tenha lhe dito que escapou de uma situação difícil (um acidente automobilístico, por exemplo) graças à ação do Deus hebreu. Ou seja, o Deus hebreu resolveu interferir para salvar o fiel cristão. Esse mesmo cristão obviamente não pode afirmar que Deus não ajudou os judeus porque não pode interferir em nada. Ora, se o Deus hebreu salvou um cristão de um acidente de carro ou de um homicídio, com maior razão salvaria qualquer outra pessoa que o amasse, não é mesmo? E, com maior razão, salvaria os 6 milhões de judeus que foram trucidados por Hitler, e veja que ali havia um universo de criancinhas, seres inocentes e singelos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário