sábado, 26 de setembro de 2015

O TEÓLOGO LEONARDO BOFF E O ATEÍSMO

O TEÓLOGO LEONARDO BOFF E O ATEÍSMO Eustáquio 26/09/2015 Caro leitor, Este é o 5º artigo em que analiso a fala do teólogo Leonardo Boff, ao ser entrevistado pelo competente jornalista Kennedy Alencar. A entrevista está à disposição de qualquer pessoa no “You Tube”, em 3 vídeos. Estou, no momento, analisando a 2ª parte. Para que você, leitor, encontre facilmente os vídeos, eis o título como eles se apresentam lá: 
“Leonardo Boff fala sobre Deus 2/3”
O teólogo Leonardo Boff dispensa comentários, não é mesmo? Quem estuda religião conhece muito bem o Boff. Sem dúvida alguma, ele é o teólogo brasileiro que possui o maior número de livros publicados no Brasil e no exterior. É mais um dos teólogos que eu chamo de sério, a exemplo de Rubem Alves e de Frei Betto. Neste artigo, distinto leitor, analisarei, pois, a fala de Leonardo Boff que começa aos 13 minutos e 48 segundos e vai até os 14 minutos e 5 segundos. Nesse trecho do vídeo, o teólogo volta a fazer comentários sobre o ateísmo: “Eu acho que o ateísmo quando é tomado a sério, ou ele é ético, então acho que ele luta pela justiça, pela verdade. Mas, quando ele é mais metafísico, ele acaba num desencanto, a morte é a maior tragédia.” Você, leitor, entendeu a afirmação acima do doutor em Teologia Leonardo Boff, não é mesmo? Ele mostra duas faces do ateísmo: aquela face em que o ateu luta pela justiça, pela verdade; e aquela outra face, mais metafísica, que, segundo Boff, pode levar o ateu a um desencanto. Explicarei essas faces do ateísmo agora mesmo. Em primeiro lugar, pego a face do ateísmo que luta pela justiça, pela verdade. Sou ateu. Luto pela justiça e pela verdade. Sei que os deuses não existem fora da imaginação humana, assim como o lobisomem, o saci-pererê, o bicho-papão, a mula sem cabeça etc. Todos esses personagens são fictícios, criados pelo cérebro humano. Sei também que a religião é ilusão pura! É fácil ver que a religião manipula, escraviza e explora o ser humano. Portanto, o teólogo Leonardo Boff falou bonito. Em segundo lugar, pego a face do ateísmo, conforme Boff, mais metafísica, ou seja, ligada ao “mistério” do Universo. E aqui, segundo o teólogo, reside o problema, ou seja, o ateu pode ser levado a um total desencanto pela vida, a um desespero diante da morte. Ao fazer essa afirmação, Boff deixa claro que o ateu pode acabar numa tristeza total, num desespero, principalmente diante da morte. E por que, segundo o teólogo, o ateu pode ver a morte como uma tragédia? Ora, porque o ateu sabe que a morte é o fim de tudo, a etapa final da vida. Já a pessoa que crê em vida depois da morte pode encarar esse momento de forma tranquila porque crê que continuará vivendo em outra dimensão, entendeu leitor? Com todo o respeito e admiração que tenho pelo teólogo Leonardo Boff, a coisa não funciona assim, e sei que ele sabe disso. Por exemplo, eu sou ateu! Apesar de saber que os deuses não existem e que não há vida depois da morte, sou uma pessoa muito feliz e bem-humorada. E os ateus que conheço são também pessoas felizes e bem-humoradas. Ou seja, as pessoas podem viver felizes e bem-humoradas, mesmo não acreditando em deuses, mesmo sabendo que não existe vida depois da morte. Eu, como ateu, não necessito de ilusões para me deixarem feliz. Ao contrário, eu fujo das ilusões porque são fantasias, são superstições. Eu devo ser feliz e bem-humorado com a realidade, e não com ilusões. Como eu vejo a morte? Ora, a morte é o fim da vida! Se há vida, a morte está ausente. Se a morte está presente, a vida está ausente! Você, leitor, está entendendo, não é mesmo? Mesmo sendo ateu, vivo a vida com alegria! Com certeza, sou a pessoa mais feliz dentro da comunidade em que vivo. Quando chego a qualquer lugar, chego sorrindo, alegrando o ambiente. É a minha genética! Conheço inúmeras pessoas cristãs, inclusive que fazem parte de meu grupo social, que vivem infelizes e mal-humoradas, mesmo acreditando em Deus e em vida depois da morte. Faça um teste, caro leitor, aí mesmo em sua casa, em sua rua, em sua escola ou no seu trabalho. Tenho certeza de que você conhece inúmeras pessoas mal-humoradas, antipáticas, sem alegria na vida, mesmo acreditando em Deus e em vida depois da morte, não é mesmo? Pode fazer a pesquisa que você, leitor, dará razão a mim! Acreditar em deuses e em vida depois da morte, no fundo, não afasta o mau humor de quem é mal-humorado. Não afasta a infelicidade de quem é infeliz. Entendeu, leitor? E as provas estão aí, claras, cristalinas, de notório conhecimento público. Um universo muito grande de pessoas que acreditam em Deus e em vida depois da morte vivem infelizes, sem gosto pela vida, recorrendo, muitas vezes, até mesmo ao suicídio. E passam por todo esse sofrimento, mesmo acreditando em Deus e em vida depois da morte.

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