sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( XVII )

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS  ( XVII )

                                                                                                                                                  
                                                                                                                                                    Eustáquio
                                                                                                                                                                                              19/03/2015
                          

                        Este, amigo leitor, é o 17º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
                      Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto atualizadíssimo de livros, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
                   Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto atualizadíssimo de livros! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
                  Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:


                      “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”


                  Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
              E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
                Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a LUA. No 2º, mais um erro bíblico sobre as ESTRELAS. No 3º, mais um, em relação ao PLANETA TERRA. No 4º, mais um erro bíblico, em relação ao HOMEM. No 5º, mais um, acerca da NOITE e DIA. No 6º, outro erro bíblico, acerca da SEPARAÇÃO DA LUZ DAS TREVAS. No 7º, mais um, sobre o ABISMO DA TERRA. No 8º, mais um erro, acerca da IMOBILIDADE da Terra. No 9º, mais um, em relação à IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DO SOL E DA LUA. No 10º, mais um erro, acerca da FORMA DA TERRA. No 11º, mais um, sobre AS ÁGUAS DEBAIXO E ACIMA DOS CÉUS. No 12º, mais um erro, acerca do FIRMAMENTO. No 13º, mais um, sobre os 6 DIAS DA CRIAÇÃO. No 14º, mais um erro, acerca dos ANIMAIS DOMÉSTICOS. No 15º, mais um, sobre a CRIAÇÃO DAS ÁGUAS. No 16º, mais um erro, sobre o DESCANSO do Deus hebreu. E, neste, mais um, acerca da expressão “E VIU DEUS QUE ISSO ERA BOM”.
                  O homem, caro leitor, ao longo de sua existência na face da Terra, sempre criou deuses à sua imagem e semelhança. Ao criar os deuses, o homem atribui a eles poderes especiais: onisciência, onipresença e onipotência. Esses poderes são especiais porque não estão presentes no homem. Apenas nos deuses! E o homem atribui também aos deuses características que são próprias do homem. Se um grupo humano é guerreiro, os deuses criados serão guerreiros; se um grupo humano é intolerante, os deuses criados serão intolerantes; se um grupo humano é nômade, os deuses criados serão nômades. Você entendeu, leitor amigo? Em resumo, os deuses têm poderes especiais e humanos.
                   O Deus hebreu, criado pelo povo hebreu, têm, pois, poderes especiais e humanos. O povo hebreu atribuiu poderes especiais ao Deus hebreu: onisciência, onipresença e onipotência. E esse mesmo povo atribuiu ao mesmo deus atributos humanos: ciúme, ódio, vingança, intolerância religiosa etc. Você está entendendo, não é mesmo, caro leitor?
                     O homem, ao atribuir aos deuses criados poderes especiais, escorrega na casca de banana quando começa a narrar a história desses deuses. E aí a onisciência, a onipresença e a onipotência dos deuses caem como as águas da chuva. E a Bíblia mostra bem essa ingenuidade. De Gênesis ao Apocalipse, o Deus hebreu perde sua onisciência, sua onipotência e sua onipresença. E, neste artigo, mostrarei um caso bem exemplificativo.
                      O escriba hebreu (não foi Moisés), no 1º relato lendário da criação de todas as coisas, que está no capítulo 1 do livro de Gênesis, escreveu ali que o Deus Elohim (Elohim significa “deuses”), ao criar cada coisa, via que aquela coisa era boa. E via que a coisa era boa depois, obviamente, de a coisa ser feita. Veja,  leitor, a ingenuidade do relato.
                      Em Gênesis 1: 12, está escrito:



                    “12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie, e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.”



                  Veja, leitor, que a expressão “E VIU DEUS QUE ISSO ERA BOM” se repete ao longo da narrativa lendária do 1º relato acerca da criação de todas as coisas. No versículo acima, o Deus hebreu, no 3º dia da criação, fez as relvas, as ervas, as árvores e as sementes. E o Deus hebreu só foi perceber que tudo isso era muito bom somente depois de essas coisas terem sido feitas. Antes da criação dessas coisas, o Deus hebreu não sabia. Só constatou isso quando sua criação estava concluída. Ou seja, a onisciência do Deus hebreu cai por terra. E isso é muito comum em toda a Bíblia. Você entendeu, leitor? Vou dar-lhe um exemplo bem prático para que você entenda o que afirmo aqui.
                 Pegue, leitor amigo, um padeiro. Esse padeiro vai fazer alguns pães. Ele pega o trigo, o sal, o fermento e outras coisas mais. Junta tudo e mexe por vários minutos. Em seguida, o padeiro coloca a massa pronta no forno. No momento em que coloca a massa pronta no forno, ele não sabe se os pães ficarão bons. Só vai saber disso quando retirar os pães do forno. Se os pães ficarem no ponto, o padeiro dirá: “ISSO É MUITO BOM”. Mas, se os pães queimarem, o padeiro dirá “ISSO NÃO É BOM”. Entendeu, agora, leitor?
                   A mesma situação ocorre no 1º relato lendário da criação que está no capítulo 1 do livro de Gênesis. Após cada coisa feita, o Deus hebreu exclama para sim mesmo: “ISSO É MUITO BOM”. Ou seja, antes de a coisa sair do forno, o Deus hebreu não sabia se ela iria dar certo. Só verificou isso depois. Isto é, a onisciência do Deus hebreu cai por terra.
                 E o pior, amigo leitor, vem depois. Mais à frente, muito mais à frente, quando o Deus hebreu resolve destruir as coisas com o dilúvio universal, sua onisciência cai mais ainda. O Deus hebreu resolve destruir as coisas que, antes, eram consideradas boas. Ou seja, no momento da criação, o Deus hebreu disse: “ISSO É MUITO BOM”. Tempos depois, em relação às mesmas coisas, diz: ‘ISSO NÃO É BOM”. Mais uma vez, sua onisciência vai para o espaço.
                    E o pior vem agora: na lenda ingênua do dilúvio universal, o Deus hebreu resolve destruir as relvas, as ervas, as árvores, as sementes, milhões de animais irracionais, seres humanos etc. apenas por causa da ação do homem. Veja que loucura! Ora, as árvores, coitadas, nada têm a ver com o que o homem faz. As sementes nada têm a ver com o que o homem faz. Os animais irracionais nada têm a ver com o que o homem faz. Percebeu, leitor, a ingenuidade das lendas bíblicas?
                      Viu, leitor, como a onisciência do Deus hebreu desaparece facilmente? Por que isso ocorre? Ora, porque o escriba hebreu escrevia levado pelo sentimento religioso. Suas narrativas estavam recheadas de lendas, mitos, alegorias, fábulas etc. Ele estava mergulhado num mundo de imaginação. Daí as fantasias encontradas em todas as páginas da Bíblia. 

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