O ALLAN KARDEC E O DESESPERO DOS ATEUS
Eustáquio
27/09/2015
Caro leitor,
É muito comum líderes religiosos propagarem que os ateus, por não acreditarem no Deus da Bíblia, vivem uma vida totalmente sem sentido, sem rumo, sem esperança. Dizem também que os ateus não têm freios morais, ou seja, praticam livremente os piores crimes porque não acreditam em punições divinas após a morte. Os fiéis, aqueles que vão a igrejinhas, em sua ignorância e inocência, passam a acreditar nesses discursos falsos de líderes religiosos.
Para este artigo, caro leitor, resolvi mostrar um exemplo dessa mentira. O espírita Allan Kardec (1804-1869), em seu livro O evangelho segundo o espiritismo, editora Lake, 21ª edição, 1980, na página 84, escreve:
“A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral. Quando vemos, pois, homens de ciência que se apoiam na autoridade do seu saber, esforçarem-se para provar aos seus ouvintes ou aos seus leitores que eles nada têm a esperar depois da morte, não o vemos tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que poderiam dizer para afastá-los dessa idéia? Que compensação poderão oferecer-lhes? Que esperanças poderão proporcionar-lhes? Nada além do nada! De onde é forçoso concluir que, se o nada é o único remédio heróico, a única perspectiva possível, mais vale atirar-se logo a ele, do que deixar para mais tarde, aumentando assim o sofrimento.”
Você, leitor, entendeu o recado acima do espírita Allan Kardec, não é mesmo? Em resumo, ele afirma acima que a não crença em Deus e na vida após a morte leva o incrédulo (ateu) facilmente ao suicídio e à frouxidão moral. Além disso, o incrédulo (ateu) vive uma vida marcada pela infelicidade e desespero, já que vê a morte como o fim de tudo. Eis, em síntese, caro leitor, o pensamento de Kardec.
Como se vê facilmente, o Allan Kardec está mais por fora do que bunda de índio. Como se diz lá, no meu Ceará, está mais por fora do que castanha de caju. Ora, Kardec afirma que a incredulidade (o ateísmo) é a maior incentivadora do suicídio e, além disso, produz a frouxidão moral. Ou seja, segundo Kardec, o ateu se suicida facilmente e não tem freios morais, isto é, pode facilmente matar, estuprar, roubar, furtar, sequestrar etc. Já que o ateu não acredita em vida depois da morte, em punição depois da morte, então, se sente livre para praticar as piores coisas enquanto vive aqui, na Terra. Eis, caro leitor, o pensamento completamente errôneo do Kardec. E por que errôneo? Porque não tem apoio em fatos, em estatísticas. Trata-se apenas do que Kardec acha, do que ele pensa, e nada mais. As estatísticas mostram que não há relação de causa e efeito entre ateísmo e suicídio. A quase totalidade das pessoas que se suicidam são crédulas, ou seja, acreditam no Deus da Bíblia e acreditam também na vida depois da morte. E nem por isso deixam de se suicidar. Veja, leitor, aí, em sua rua, em sua casa, no seu trabalho, alguém que tenha se suicidado. Com certeza, não era um ateu. Eu, ateu, estou com 58 anos de idade. Já vi vários casos de suicídio nas ruas em que morei, em Sobral, em Fortaleza e aqui, em Brasília. Todas as pessoas que praticaram o suicídio eram crédulas, ou seja, acreditavam no Deus da Bíblia e na vida depois da morte no céu. E essa crença em Deus e na vida depois da morte não evitaram que essas pessoas praticassem o suicídio. Percebeu, leitor, como o Kardec afirma uma besteira quando diz que a incredulidade (ateísmo) leva o homem a praticar facilmente o suicídio.
Kardec diz também que a incredulidade (ateísmo) produz a frouxidão moral. Ou seja, o ateu não tem freios morais, encontrando-se livre para praticar as piores barbaridades porque não teme receber punições depois da morte. Que bobagem, não é mesmo, caro leitor? Ora, na verdade, não existe relação de causa e efeito entre ateísmo, crimes e uma vida depravada. Veja, caro leitor, os noticiários policiais de televisão, de rádio e de jornal. A quase totalidade dos criminosos que aparecem lá é formada por pessoas que acreditam no Deus da Bíblia e na vida depois da morte. E nem por isso essas pessoas deixam de praticar as piores barbaridades. Entendeu, leitor?
Eu sou ateu. Estou com 58 anos de idade. E não me encontro nesse quadro horrível pintado por Kardec acerca dos ateus. Até hoje nunca tive vontade de me suicidar. Conheci pessoas cristãs que se suicidaram, mas, repito, eu, ateu, nunca tive vontade de me suicidar. E eu, ateu, também tenho freios morais, ao contrário do que diz o espírita Kardec. Nunca roubei, furtei, estuprei, matei etc. Sou uma pessoa extremamente feliz, alegre. Não sei o que é tristeza, falta de ânimo. Por onde passo, levo a alegria, a vontade de viver. E, assim como eu, muitos ateus. Percebeu, leitor, como o Kardec está mais por fora do que castanha de caju?
Sou ateu! Sei que os deuses não existem. Eles são um produto da imaginação humana. É o homem que cria deuses à sua imagem e semelhança. Sei também que não existe vida depois da morte. E nem por isso vou sair por aí, praticando as piores barbaridades. Tenho uma vida alegre e sadia porque recebi essa educação de meus pais. Sou uma pessoa boa, amiga e alegre não porque tenho medo de punições depois da morte. Sou uma pessoa boa, amiga e alegre porque isso faz parte de minha educação, de meu caráter.
Veja, caro leitor, a infantilidade do pensamento de Kardec. Pegue, como exemplo, caro leitor, um ateu bom e um cristão bom. Os dois são pessoas boas, alegres, que não estupram, não matam, não roubam, não furtam etc. Agora, pergunto-lhe, leitor amigo: dos dois, o ateu bom e o cristão bom, qual aquele que merece o maior mérito? Com certeza, é o ateu que merece o maior mérito, não é mesmo? E por quê? Ora, porque o ateu é bom por natureza, independentemente de ganhar algum mérito na vida depois da morte. Já o cristão bom age diferente. Só é bom porque espera uma recompensa na vida depois da morte. Ou seja, o cristão só é bom porque espera algo em troca. O ateu, ao contrário, é bom naturalmente, já que não espera uma recompensa.
Percebeu, leitor, a bobagem do espírita Allan Kardec?
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