sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS (XVI )

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS  ( XVI )

                                                                                                                                                  
                                                                                                                                                     Eustáquio
                                                                                                                                                                                              18/03/2015
                          

               Este, amigo leitor, é o 16º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto atualizadíssimo de livros, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
               Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto atualizadíssimo de livros! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
                  Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:

                     “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”

                   Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
                 E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
                     Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a LUA. No 2º, mais um erro bíblico sobre as ESTRELAS. No 3º, mais um, em relação ao PLANETA TERRA. No 4º, mais um erro bíblico, em relação ao HOMEM. No 5º, mais um, acerca da NOITE e DIA. No 6º, outro erro bíblico, acerca da SEPARAÇÃO DA LUZ DAS TREVAS. No 7º, mais um, sobre o ABISMO DA TERRA. No 8º, mais um erro, acerca da IMOBILIDADE da Terra. No 9º, mais um, em relação à IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DO SOL E DA LUA. No 10º, mais um erro, acerca da FORMA DA TERRA. No 11º, mais um, sobre AS ÁGUAS DEBAIXO E ACIMA DOS CÉUS. No 12º, mais um erro, acerca do FIRMAMENTO. No 13º, mais um, sobre os 6 DIAS DA CRIAÇÃO. No 14º, mais um erro, acerca dos ANIMAIS DOMÉSTICOS. No 15º, mais um, sobre a CRIAÇÃO DAS ÁGUAS. E, neste, mais um erro, sobre o DESCANSO do Deus hebreu.
                          Em Gênesis 2:2, está escrito:


                     “2 E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito.”


                  O versículo bíblico acima, caro leitor, está contido no 1º relato lendário acerca da criação de todas as coisas. Como já mencionei em outro artigo, existem 2 relatos diferentes e contraditórios. No mundo da imaginação, tudo é permitido.
                  O escriba hebreu (não foi Moisés) escreveu acima, em sua imaginação, o fim da criação de todas as coisas. O Deus hebreu criou todas as coisas em 6 dias. Trabalhou muito durante esses dias. Sem parar. Bastante cansado, descansou no 7º dia, ou seja, descansou no dia de sábado. Você, leitor, poderia até achar estranho que os deuses fiquem cansados. Ora, se os deuses são onipotentes, como podem ficar CANSADOS? Como podem DESCANSAR?
                       A explicação é muito fácil, leitor! Deuses não existem. São produtos da imaginação humana. É o homem que cria deuses à sua imagem e semelhança. E a própria Bíblia mostra isso muito bem. Ao criar deuses, o homem transfere para esses deuses seu caráter, sua personalidade, suas características físicas, seus costumes etc. E os deuses passam a assumir as características do povo que os criou. Como os povos são diferentes, os deuses, obviamente, serão diferentes. Entendeu, leitor?
                  Dar-lhe-ei, leitor amigo, um exemplo bem prático. Em muitos concursos, é exigido o exame psicotécnico. Nesse exame, é muito comum o psicólogo pedir aos candidatos que desenhem uma pessoa numa folha de papel. E aí os candidatos desenham uma pessoa. Em seguida, o psicólogo pede aos candidatos que atribuam características àquele desenho, àquela pessoa. E aí os candidatos escrevem que aquela pessoa é feliz, ou infeliz, é alegre, ou triste, é magra, ou gorda etc. O que o psicólogo quer realmente? Ora, por meio daquelas características atribuídas a cada desenho, o psicólogo descobre a personalidade do autor do desenho. Ou seja, o candidato criou um desenho (uma pessoa) e atribuiu àquele desenho suas características. Entendeu, leitor? O mesmo processo ocorre quando o homem cria deuses. Ele projeta para esses deuses suas características também.
                      Veja, agora, o Deus hebreu, que é o mesmo deus adorado pelos cristãos. Diz a Bíblia que Deus é guerreiro e ciumento. Por que o Deus hebreu é guerreiro e ciumento? Ora, ele é guerreiro e ciumento porque o povo hebreu era guerreiro e ciumento. Ou seja, o Deus hebreu absorveu as características do povo que o criou. Como o povo hebreu vivia em guerras, em conflitos com outros povos, então seu deus, obviamente, deveria ser um deus guerreiro. Como o povo hebreu, a exemplo de outros povos, era ciumento, então seu deus, obviamente, deveria ser um deus ciumento. Deus ciumento quer dizer um deus que sofre por causa do ciúme, ou seja, um deus que não suporta ver outra pessoa adorando outros deuses. E aqui estão duas características do Deus hebreu.
                         No versículo bíblico acima, o escriba hebreu escreveu que Deus DESCANSOU no sábado. Eis mais uma característica do homem que foi projetada para a criatura criada. O homem é que fica cansado, após uma tarefa árdua, não é mesmo, caro leitor? No relato bíblico, o escriba hebreu pegou essa característica humana (o cansaço) e colocou-a no deus criado. E o deus criado passou a ter mais uma característica humana. Daí, o deus criado “descansou” no sábado de toda a obra que fizera em 6 dias. Entendeu, leitor?
                   Ao escrever que Deus “descansou” no sábado, o escriba hebreu não estava nem um pouco preocupado se sua afirmação iria contra a ONIPOTÊNCIA da divindade. A “onipotência” que se dane!
                   O homem, ao criar deuses, atribui a eles a ONISCIÊNCIA, a ONIPRESENÇA e a ONIPOTÊNCIA. A onipotência significa que aquele deus tem poder absoluto e infinito. Porém, quando o homem passa a narrar lendas sobre esses deuses, caem a onisciência, a onipresença e a onipotência.
                     E a Bíblia é um exemplo bem claro!

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