quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O TEÓLOGO RUBEM ALVES, DEUS E AS CRIANÇAS

O TEÓLOGO RUBEM ALVES, DEUS E AS CRIANÇAS

Eustáquio
22/09/2015


Caro leitor,

Este é o 7º artigo acerca da palestra do teólogo Rubem Alves cujo vídeo se encontra no “You Tube”, à disposição de qualquer pessoa, sob o seguinte título:


     “RUBEM ALVES – “PERGUNTARAM-ME SE ACREDITO EM DEUS!”


Como eu já deixei bem claro nos artigos anteriores, esse vídeo, amigo leitor, resume-se numa palestra de Rubem Alves em que apresenta seu livro “Perguntaram-me se acredito em Deus”. Já que a palestra é bastante agradável, mas pode deixar alguém em dúvida, resolvi então fazer vários artigos, comentando trechos de forma bem clara para que ninguém fique com dúvidas sobre se Rubem Alves acreditava em Deus, ou não.  Caso você, leitor amigo, queira mais detalhes sobre quem foi Rubem Alves, convido-o a ler meu primeiro artigo: “O teólogo Rubem Alves acreditava em Deus?”
 Pois bem! Neste artigo, analisarei a fala do Rubem Alves que começa aos 13 minutos e 45 segundos e vai até os 14 minutos e 7 segundos. Por favor, caro leitor, assista ao vídeo e confirme o que diz o doutor em Teologia:

“Por que é que nós acreditamos em Deus, hein? As crianças naturalmente não falam em Deus. As crianças são ensinadas! --- ‘Papai do céu tá te vendo’! Que coisa, né? A gente, de cedo, ensina às crianças que Deus é uma presença terrível!”

Como você, caro leitor, já sabe, Rubem Alves foi pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Formou-se em Teologia, no Brasil, fazendo depois o mestrado e doutorado nos Estados Unidos da América do Norte. Abandonou a religião. Obviamente, você, leitor, entendeu a fala acima do Rubem, não é mesmo? Veja a pergunta inicial dele:

“Por que é que nós acreditamos em Deus, hein?”

A pergunta do ilustre teólogo e psicanalista merece apenas um pequeno reparo: ele deveria ter feito a seguinte pergunta: por que nós acreditamos em deuses, hein? Rubem Alves, porém, usou a palavra “Deus”, no singular, em razão de viver numa sociedade monoteísta. Doutor em Teologia, ele sabia muito bem que, na imaginação popular, há milhares de deuses ao sabor de todos os gostos. Se Rubem Alves pertencesse a uma sociedade politeísta, teria perguntado: “por que é que nós acreditamos em deuses, hein?” Entendeu, caro leitor?
Você, leitor, sabe por que o homem acredita em deuses? Ora, o homem acredita em deuses porque adora viver na ilusão. A ilusão leva o homem à criatividade. Da mesma forma, por que o homem acredita em lobisomem? Por que o homem acredita em duendes? Por que o homem acredita no bicho-papão? Por que o homem acredita em anjos? Por que o homem acredita em demônios? Por que o homem acredita no saci-pererê? Por que o homem acredita em olho-gordo? Por que o homem acredita em vidência? Ora, o homem é um animal sonhador, que adora a ilusão. Mais à frente de sua fala, o teólogo Rubem Alves diz:

As crianças naturalmente não falam em Deus. As crianças são ensinadas!”

Percebeu, leitor? Rubem Alves tem toda razão. E as provas estão aí, claras e cristalinas. Há muitas diferenças entre o adulto e a criança. Como bem o diz o teólogo, “as crianças naturalmente não falam em Deus. As crianças são ensinadas!” Duas ciências, a Antropologia e a Sociologia provam que Rubem Alves está certíssimo! De fato, as crianças não têm deuses, não têm religiões, não têm rituais etc. São NATURALMENTE ateias! No mundo delas, não existem deuses! Daí, não existem crianças cristãs, budistas, espíritas etc. No fundo, as crianças são ensinadas. Por quem? Ora, pelas pessoas que estão mais próximas delas, seus pais e irmãos. O pai e a mãe transmitem sua religião para seus filhos. Se os pais são cristãos evangélicos, seus filhos serão obviamente conduzidos a uma igreja evangélica; se os pais são cristãos católicos apostólicos romanos, seus filhos serão conduzidos a uma igreja católica; se os pais são espíritas, seus filhos serão conduzidos a um centro espírita. E assim por diante.
É fácil, leitor amigo, entender que os adultos transmitem suas ilusões às crianças. Impõem às crianças todos os elementos de sua cultura. Por exemplo, uma criança não tem vergonha de permanecer nua. Andar nua é a coisa mais comum para ela. E o que os pais fazem? Colocam roupas nas crianças, e roupas que elas não escolheram. A mesma coisa ocorre com os deuses e as religiões. As crianças absorvem os deuses e as religiões de seus pais. Não existe o poder de escolha, de discernimento. Simplesmente aceitam passivamente aquilo que lhes é imposto por seus pais. Entendeu, leitor?
Veja, leitor, a parte final da fala do teólogo Rubem Alves:

A gente, de cedo, ensina às crianças que Deus é uma presença terrível!”

Rubem Alves foi também um psicanalista. Ele, obviamente, sabia muito bem o mal que as religiões causam às crianças. Ele diz acima que, desde cedo, os adultos ensinam às crianças que Deus é uma presença terrível. Colocam na cabecinha das crianças, por exemplo, que o Deus da Bíblia está vendo tudo e que castiga quem comete “pecado”. A criança, coitada, por causa da fantasia dos adultos, passa a temer a figura do Deus que lhe foi transmitido. Imagine, caro leitor, a cabecinha de uma criança, por exemplo, que se encontra numa dessas igrejas evangélicas, em que o pastor, lá do púlpito, pronuncia diariamente o nome do Diabo. Você, leitor, já imaginou o medo daquela pobre criança? Como ela vai dormir? Como ela vai enfrentar a escuridão de seu quartinho?
Pobre criança, não é mesmo?

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