sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( XVIII )

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS  ( XVIII )

                                                                                                                                                  
                                                                                                                                           Eustáquio
                                                                                                                                                                                   21/03/2015

                          

                 Este, amigo leitor, é o 18º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
                      Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto atualizadíssimo de livros, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
                     Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto atualizadíssimo de livros! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
                   Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:

                     “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”

                   Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
                   E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
                    Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a LUA. No 2º, mais um erro bíblico sobre as ESTRELAS. No 3º, mais um, em relação ao PLANETA TERRA. No 4º, mais um erro bíblico, em relação ao HOMEM. No 5º, mais um, acerca da NOITE e DIA. No 6º, outro erro bíblico, acerca da SEPARAÇÃO DA LUZ DAS TREVAS. No 7º, mais um, sobre o ABISMO DA TERRA. No 8º, mais um erro, acerca da IMOBILIDADE da Terra. No 9º, mais um, em relação à IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DO SOL E DA LUA. No 10º, mais um erro, acerca da FORMA DA TERRA. No 11º, mais um, sobre AS ÁGUAS DEBAIXO E ACIMA DOS CÉUS. No 12º, mais um erro, acerca do FIRMAMENTO. No 13º, mais um, sobre os 6 DIAS DA CRIAÇÃO. No 14º, mais um erro, acerca dos ANIMAIS DOMÉSTICOS. No 15º, mais um, sobre a CRIAÇÃO DAS ÁGUAS. No 16º, mais um erro, sobre o DESCANSO do Deus hebreu. No 17º, mais um, acerca da expressão “E VIU DEUS QUE ISSO ERA BOM”. E, neste, mais um erro, sobre A DOR DO PARTO.
O escriba hebreu (não foi Moisés), em seu relato lendário acerca da criação de todas as coisas, deixou registradas, no capítulo 3 de Gênesis, as punições aplicadas à mulher pelo Deus Javé, em razão de ter desobedecido à ordem divina. Assim, em Gênesis 3: 16, está escrito:


                      “16 E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”


                    Você, leitor, já percebeu os inúmeros erros que estão presentes no versículo acima, não é mesmo? Com certeza, você, leitor, também deve ter percebido as ingenuidades do relato bíblico, não é mesmo? Se você não percebeu, tomará conhecimento dos erros e das ingenuidades agora mesmo. O que diz o relato lendário? Ora, ele diz que a mulher Eva comeu do fruto proibido, e levou o homem Adão a comê-lo também, e os dois foram punidos pelo Deus Javé. Por que está escrito que a mulher Eva estragou tudo? Por que não está escrito que foi o homem Adão que estragou tudo? Ora, a resposta é simples, amigo leitor: o escriba hebreu colocou a culpa principal na mulher porque ele era um homem, um macho. E vivia numa sociedade patriarcal. Sociedade patriarcal é aquela comandada pelo homem, pelo macho, em detrimento da mulher, da fêmea. Na Bíblia, a mulher, a fêmea, apanha mais do que sovaco de aleijado. Numa sociedade assim (hebraica), ao inventar suas lendas, é óbvio que o povo hebreu iria colocar a pobre mulher num plano de inferioridade, como responsável pela desgraça em que caiu o homem, o macho. Você entendeu, leitor amigo?
                        Veja a bobagem: a mulher Eva desobedece à ordem do Deus Javé. Come do fruto proibido. E o oferece ao homem Adão que também o come. Com muita raiva, o Deus Javé aplica punições à mulher e ao homem. E quais as punições aplicadas à mulher? Ora, o Deus Javé aplica 2 punições à mulher Eva: a primeira punição é a multiplicação das dores durante o parto; a segunda punição é a subordinação total da mulher diante do homem. Esse relato lendário, caro leitor, derruba também a onisciência, a onipotência e a onipresença do Deus Javé, mas isso é assunto para outros artigos. Vou mostrar os erros e a ingenuidade do relato de forma bem sistemática para que você, leitor, entenda facilmente.


                                             A SOCIEDADE HEBRAICA ERA PATRIARCAL


                   Para que uma pessoa possa entender a Bíblia, é preciso que essa pessoa estude a fundo a sociedade em que a Bíblia foi escrita. É um estudo de caráter sociológico, antropológico. Só assim, uma pessoa vai realmente compreender a Bíblia. Ora, a sociedade hebraica era uma sociedade patriarcal. O homem, o macho, era o rei da cocada preta. Era quem mandava no pedaço. Gozava de todos os direitos. Já a mulher, a fêmea, pobre coitada. Servia apenas para parir, para gerar filhos. Não tinha direito a nada. Não podia sequer falar em público. Era totalmente subordinada ao homem, ao macho. É por isso que, nas lendas bíblicas, a mulher apanha mais do que sovaco de aleijado. É por isso que o escriba hebreu escreveu que foi a mulher a responsável principal pela desgraça que ocorreu no lendário Jardim do Éden. Segundo o escriba hebreu, se não existisse a mulher, o homem Adão não teria desobedecido à ordem do Deus Javé.

                                                           A PUNIÇÃO ALÉM DO CULPADO


                    No mundo antigo, a pena (punição) passava da pessoa do condenado. Quando uma pessoa, por exemplo, cometia um crime, era muito comum outras pessoas da mesma família sofrer também algum tipo de punição. E isso era uma grande injustiça, não é mesmo, caro leitor? Imagine, leitor, que você, hoje, no Brasil, cometa um crime de homicídio. Você mata um rapaz que lhe devia certa quantia. Quem vai responder por esse crime? Quem vai ser processado, condenado e preso? Você, leitor! Apenas você! Seu pai nada teve a ver com o homicídio. Logo, seu pai não vai sofrer punição alguma. Sua mãe, caro leitor, nada teve a ver com o homicídio. Logo, ela também não vai sofrer punição alguma. Sua esposa, caro leitor, nada teve a ver com o homicídio. Logo, ela também não vai sofrer punição alguma. Ou seja, no Brasil, com leis evoluídas, só vai sofrer punição a pessoa que pratica o crime. E isso é justo!
                          Só que, no mundo da sociedade hebraica, a coisa não funcionava assim. O atraso era tão grande que até os animais irracionais eram mortos por causa de crimes praticados pelo homem. Uma loucura! A punição ia além do condenado. É por isso que o escriba hebreu escreveu que o Deus Javé puniu a mulher, ou seja, puniu uma espécie por causa da ação de apenas 1 mulher. Você está entendendo, caro leitor? Vou explicar melhor. Na ingênua lenda bíblica, a mulher Eva cometeu um ato reprovado pelo Deus Javé. Apenas a mulher Eva deveria, pois, ser punida por esse ato. Apenas quem comete ato reprovável deve ser punido por ele. E ninguém mais. Só que o escriba hebreu estendeu essa punição a todas as mulheres. E fez isso porque essa loucura era muito comum em sua época. Ora, caro leitor! Sua esposa é uma mulher. O que sua esposa tem a ver com o comportamento da lendária mulher Eva? Quem errou foi a Eva, e não sua esposa. Logo, só a mulher Eva é que deveria ser punida, mas não todas as mulheres do mundo, principalmente de hoje. Atualmente, um filho não sofre punição alguma porque sua mãe matou o vizinho. Entendeu? Só a mãe é que vai ser punida. Se a mulher Eva errou, na lenda bíblica, apenas ela que pague por isso. As mulheres que vieram depois não podem sofrer punição alguma.

                                                 O DEUS JAVÉ E SUAS PUNIÇÕES IMPERFEITAS


                      Veja, caro leitor, outra infantilidade do relato lendário da Bíblia. O Deus Javé aplicou à mulher 2 punições: multiplicação das dores durante o parto e a subordinação total da mulher diante do homem.
                        Veja, leitor, que o Deus Javé aplicou 2 punições das quais nenhuma mulher escaparia, não é mesmo? Se o Deus Javé aplicou essas punições, é óbvio que essas punições iriam acompanhar todas as mulheres, ou seja, nenhuma mulher escaparia dessas punições, não é mesmo? Se uma mulher escapar, então o Deus Javé falhou feio, não é mesmo?
                       Ora, no planeta Terra, hoje, há 7 bilhões de pessoas. E há mais mulheres do que homens. Fique sabendo, leitor, que bilhões de mulheres escapam das 2 punições aplicadas pelo Deus Javé. E que também bilhões de mulheres escaparam das 2 punições do Deus Javé. Percebeu, leitor, a ingenuidade do relato bíblico?
                       Ora, bilhões de mulheres já morreram, e não sofreram as 2 punições aplicadas pelo Deus Javé. E olhe, leitor, que as punições foram para a espécie mulher. Toda uma espécie! Só que bilhões de mulheres morreram, e não sofreram essas punições. Ou seja, foram mais fortes do que o Deus Javé. Mulheres morreram, por exemplo, virgens. Nunca mantiveram relações sexuais, nunca engravidaram, nunca passaram por partos. Logo, nunca sentiram a dor do parto. Ou seja, escaparam da punição aplicada pelo Deus Javé a todas as mulheres. Percebeu, leitor, a ingenuidade do relato bíblico?
E hoje existem bilhões de mulheres no planeta Terra que são virgens. Que não praticam relações sexuais. E existe um universo de mulheres, mesmo casadas, que não querem filhos. Essas não vão passar por partos. Ou seja, essas mulheres casadas que não querem ter filhos estão livres da punição do Deus Javé, e veja que, segundo o relato, mulher alguma deveria escapar.
                        E, amigo leitor, existe ainda um universo de mulheres que são estéreis, ou seja, que não podem gerar filhos. Essas mulheres não ficarão grávidas, não passarão por partos, logo não sofrerão dores durante o parto. Ou seja, essas mulheres são mais fortes do que o Deus Javé porque escaparam de uma punição que foi criada para toda uma espécie. Você, leitor, está entendendo a ingenuidade do relato bíblico?
                          E veja também, leitor, que ainda existe o parto sem dor. Principalmente, hoje, com o avanço da medicina. Na época da Bíblia, a mulher, coitada, sofria muito com o trabalho de parto. É por isso que o escriba hebreu escreveu a palavra “multiplicação” das dores do parto. Naquele tempo, não havia os recursos que existem hoje. A mulher, quando paria, as dores eram realmente intensas. Hoje, tudo é diferente. Existe até o parto SEM dor. Veja a prova do atraso bíblico. Segundo a Bíblia, parto só com dor. Hoje, porém, parto SEM dor. Há mulheres que praticam exercícios na água, justamente para evitar ou amenizar as dores durante o parto. E muitas conseguem parir naturalmente sem dor alguma. E ainda existe o parto cesariano. No parto cesariano, não há dor alguma. Ao contrário do que diz a Bíblia, a mulher não sente dor alguma durante o parto. No parto cesariano, o médico aplica uma anestesia na mulher. Depois, faz um corte no abdome para extrair o feto. E pronto!
                           E a outra punição, a da subordinação da mulher ao homem, a de que a mulher será governada pelo homem, outra bobagem da época da Bíblia. Hoje, em muitas sociedades evoluídas, a mulher não está subordinada ao homem, ao macho. A mulher não é governada pelo homem, pelo macho. Veja, caro leitor, a situação da mulher no mundo ocidental. Ela é tratada com valor, com respeito, com solidariedade. Veja, por exemplo, a situação da mulher no Brasil. A Constituição da República Federativa do Brasil garante igualdade de direitos e obrigações entre a mulher e o homem. E a mulher ainda tem direitos mais elásticos que o homem. Por exemplo, a mulher se aposenta mais cedo que o homem. Você sabia disso, amigo leitor? A mulher, no Brasil, pois, não está subordinada ao homem, não é governada pelo homem. Percebeu, leitor, como a punição aplicada pelo Deus Javé deixou de ser aplicada, ou seja, falhou, já que mulher alguma escaparia? No Brasil, existem até mulheres que mandam no homem porque apenas elas trabalham, enquanto o marido fica em casa, cuidando das crianças.
                    Na verdade, leitor, deuses não existem. É o homem que cria deuses. É o homem que cria um mundo de inferioridade para a mulher. É o homem que coloca o macho acima de qualquer coisa. 

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