A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( XX )
Eustáquio
23/03/2015
Este, amigo leitor, é o 20º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto atualizadíssimo de livros, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto atualizadíssimo de livros! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:
“Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”
Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a LUA. No 2º, mais um erro bíblico sobre as ESTRELAS. No 3º, mais um, em relação ao PLANETA TERRA. No 4º, mais um erro bíblico, em relação ao HOMEM. No 5º, mais um, acerca da NOITE e DIA. No 6º, outro erro bíblico, acerca da SEPARAÇÃO DA LUZ DAS TREVAS. No 7º, mais um, sobre o ABISMO DA TERRA. No 8º, mais um erro, acerca da IMOBILIDADE da Terra. No 9º, mais um, em relação à IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DO SOL E DA LUA. No 10º, mais um erro, acerca da FORMA DA TERRA. No 11º, mais um, sobre AS ÁGUAS DEBAIXO E ACIMA DOS CÉUS. No 12º, mais um erro, acerca do FIRMAMENTO. No 13º, mais um, sobre os 6 DIAS DA CRIAÇÃO. No 14º, mais um erro, acerca dos ANIMAIS DOMÉSTICOS. No 15º, mais um, sobre a CRIAÇÃO DAS ÁGUAS. No 16º, mais um erro, sobre o DESCANSO do Deus hebreu. No 17º, mais um, acerca da expressão “E VIU DEUS QUE ISSO ERA BOM”. No 18º, mais um erro, sobre A DOR DO PARTO. No 19º, mais um, acerca dos 2 DIFERENTES RELATOS SOBRE A CRIAÇÃO. E, neste, mais um, sobre AS PLANTAS nos 2 relatos da criação.
No artigo anterior (19º), amigo leitor, mostrei a você que, logo no início do livro de Gênesis, existem 2 relatos diferentes e contraditórios acerca da criação de todas as coisas. São relatos diferentes porque foram escritos por pessoas diferentes, e não por Moisés algum. Uma pessoa não iria escrever dois relatos diferentes e contraditórios entre si sobre uma mesma lenda, sobre uma mesma coisa. O 1º relato está em todo o capítulo 1 do livro de Gênesis. Já o segundo relato se inicia no capítulo 2, versículo 4 do mesmo livro.
De início, leitor, perceba logo mais uma grande ingenuidade dos 2 relatos lendários. Veja, por exemplo, o SURGIMENTO DAS PLANTAS. Antes de entrar propriamente no assunto, quero que você, caro leitor, me diga uma coisa: segundo a Bíblia, o que SURGIU primeiramente, as PLANTAS ou o HOMEM? Leia, distinto leitor, o 1º relato. Depois, leia o 2º relato. E aí, o que você me diz. Será que as PLANTAS surgiram antes do HOMEM, ou o HOMEM surgiu antes das PLANTAS. Veja que uma afirmação exclui a outra. Existe, portanto, uma contradição. Uma afirmação derruba a outra, não é mesmo? Se você, amigo leitor, ler o 1º relato, dir-me-á que as PLANTAS surgiram na Terra antes do aparecimento do homem. Se você ler o 2º relato, dir-me-á o contrário, ou seja, que as PLANTAS surgiram depois do aparecimento do HOMEM. Percebeu, leitor, a infantilidade e a contradição dos relatos bíblicos? Vou explicar isso melhor.
AS PLANTAS NO 1º RELATO DA CRIAÇÃO
Em Gênesis 1: 11 – 13, está escrito:
“11 E disse: Produza a terra elva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, conforme a sua espécie. E assim se fez.
12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.
13 Houve tarde e manhã, o terceiro dia.”
Como você vê, leitor, nesse relato, o escriba hebreu (não foi Moisés), em sua fantasia, deixou registrado que as PLANTAS surgiram antes do aparecimento do HOMEM. Ou seja, quando as PLANTAS reinavam, davam sementes e frutos, não existia ainda o HOMEM na face da Terra. Veja que as PLANTAS surgiram no TERCEIRO DIA. O HOMEM só apareceu depois, no SEXTO DIA. Você entendeu, não é mesmo, amigo leitor?
Ora, o 2º relato diz coisa completamente diferente, e contrária. Eis mais uma contradição, pois, na Bíblia.
AS PLANTAS NO 2º RELATO DA CRIAÇÃO
Em Gênesis 2: 5, está escrito:
“5 Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o Senhor Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia o homem para lavrar o solo.”
Você, leitor, já deve ter notado a contradição gritante entre os 2 relatos, não é mesmo? Um escriba diz uma coisa. O outro escriba diz coisa muito diferente e contrária.
No 1º relato, as PLANTAS já existiam antes do aparecimento do homem. E já brotavam, já davam sementes e frutos. Ou seja, elas não precisavam do HOMEM para brotarem. E o HOMEM só apareceu no sexto dia.
Já o 2º relato diz coisa diferente e contrária. Diz que as PLANTAS só surgiram depois do aparecimento do HOMEM. E que elas só produziram sementes e frutos DEPOIS do aparecimento do homem. Percebeu, leitor, a ingenuidade do relato? Percebeu a gritante CONTRADIÇÃO entre um relato e o outro?
Em Gênesis 2: 7 – 9, está escrito:
“7 Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
9 Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento...”
Percebeu, leitor, a ingenuidade dos relatos? Nesse relato, o HOMEM surge antes das PLANTAS. No 1º relato, o HOMEM surge depois das PLANTAS.
No versículo 5, está escrito que “não havia ainda nenhuma planta do campo na terra” e que “nenhuma erva havia brotado porque não havia o homem para lavrar o solo”. Veja, leitor, a infantilidade do relato bíblico. No planeta Terra, existem bilhões e bilhões de árvores, de ervas, de flores etc. E esses bilhões de PLANTAS não precisam do homem para lavrar o solo. Veja, como exemplo, a floresta amazônica. Ali existem bilhões de árvores, ervas, flores etc. E homem algum fica jogando água nas PLANTAS para que elas não morram. Percebeu, leitor, a ingenuidade do relato bíblico?
Diz o 2º relato que não havia planta alguma na Terra antes do aparecimento do homem. E não havia porque a planta precisa do homem para lavrar o solo. Que bobagem! Que infantilidade! Que ingenuidade! Já pensou, leitor amigo, quantos homens seriam necessários para regar a floresta amazônica, planta por planta? Um absurdo, não é mesmo? Na verdade, bilhões e bilhões de plantas existem na face da Terra, independentemente da existência do homem. Elas não precisam do homem para lavrar o solo, como diz a Bíblia.
Por que essa infantilidade está na Bíblia? Ora, porque a intenção do escriba hebreu não era narrar um fato real. Ao escrever essas bobagens, ele queria apenas dizer que todas as coisas foram criadas pela divindade em que ele acreditava. E queria dizer também que o homem, o macho, era o gostosão, o ser mais importante, tanto que as PLANTAS precisavam também dele.
Tudo isso, leitor, pura imaginação infantil do escriba hebreu.
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