sexta-feira, 18 de setembro de 2015

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS ( XI )

A BÍBLIA E SEUS ERROS INGÊNUOS  ( XI )

                                                                                                                                                 
                                                                                                                                            Eustáquio
                                                                                                                                                                                    12/03/2015


                     Este, amigo leitor, é o 11º artigo de uma longa série acerca de inúmeros erros contidos na Bíblia. Em cada artigo, um erro bíblico diferente.
Líderes religiosos, principalmente evangélicos, dizem aos fiéis que a Bíblia não contém erro algum porque foi inspirada pelo Espírito Santo. E o Espírito Santo, obviamente, não iria permitir um erro sequer na Bíblia. Dizem também esses líderes religiosos que a Bíblia é um conjunto de livros atualizadíssimo, de caráter científico, contendo aí astronomia, astrofísica, biologia etc. E dizem até, por exemplo, que os relatos da criação do mundo que estão em Gênesis são realmente uma narração e descrição real, ou seja, tudo aconteceu realmente da forma exposta ali. E os fiéis, aqueles que vão a igrejas, passam a acreditar nesse discurso infantil de líderes religiosos.
                      Ao contrário! A Bíblia está lotada de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições e erros de toda espécie. A Bíblia não é um conjunto de livros atualizadíssimo! Não é um manual de Ciências! Não é um compêndio de astronomia, astrofísica, biologia, geografia etc. A Bíblia é, fundamentalmente, um conjunto de livros de caráter religioso. Daí a existência de lendas, mitos, alegorias, fábulas, erros, contradições etc. E as narrativas acerca da criação do mundo e de todas as coisas que estão em Gênesis são apenas a visão ingênua do povo hebreu, sobrecarregada de sentimento religioso. O objetivo dos escribas ali não era fazer uma narrativa científica sobre a existência do mundo, de todas as coisas. Daí os erros ingênuos, claros e cristalinos.
                    Alfred Läpple nasceu na Alemanha, em 1915, e faleceu em 2013. Foi pedagogo, filósofo e doutor em Teologia. Escreveu inúmeros livros sobre religião. Era católico e muito amigo do papa Joseph Ratzinger. Em seu livro “A Bíblia hoje -- Documentação de História, Geografia, Arqueologia.”, editora Edições Paulinas, 1979, página 37, escreve:

                     “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão “pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde o início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia. É preciso libertar-se uma vez por todas da idéia, largamente difundida, que a “pré-história” bíblica seja uma espécie de reportagem sobre a origem do universo e do homem.”

                  Você entendeu, amigo leitor, o que diz acima o doutor em Teologia Alfred Läpple? Ele não era ateu, mas um cristão. Católico fervoroso, muito amigo de Joseph Ratzinger. Alfred Läpple era um doutor em Bíblia, pois! E o que ele afirma acima é uma verdade inatacável. Ele, caro leitor, está dizendo que os 11 primeiros capítulos do livro de Gênesis nada têm a ver com História, Física, Geologia ou Biologia. Ele diz, claramente, que a Bíblia não é um livro de Ciências. Ele está dizendo, por exemplo, que os relatos sobre a origem do Universo e do homem que estão nos capítulos 1 e 2 de Gênesis não são uma narrativa real, não são uma espécie de reportagem sobre o surgimento de todas as coisas. Ou seja, ele está dizendo que, nos 11 primeiros capítulos de Gênesis, ninguém vai encontrar História ali, Física ali, Astronomia ali, Biologia ali. Ele está dizendo que ali existe muita imaginação dos escribas hebreus, cujo objetivo não era fazer uma narração literal dos fatos.
                  E o doutor Alfred Läpple está certíssimo! Os relatos acerca da criação do Universo e do homem que estão nos 2 primeiros capítulos de Gênesis são, pois, relatos lendários, inventados pelos escribas. Ali, está a visão religiosa deles acerca de tudo. Ali está a visão ingênua e limitada dos escribas hebreus. É por isso que os relatos estão repletos de erros bobos e ingênuos. E isso é do conhecimento de historiadores bíblicos, arqueólogos bíblicos, teólogos sérios etc. Infelizmente, essa verdade não chega aos fiéis cristãos que vão a igrejas. Esses fiéis, em sua quase totalidade, não leem a Bíblia, não a analisam, não a estudam. Já que não conhecem a Bíblia, passam a acreditar na conversa fiada de líderes religiosos. Ora, os erros da Bíblia são tão bobos e ingênuos que basta alguém olhar rapidamente para enxergá-los. Nem é preciso que a pessoa tenha um profundo conhecimento de Cosmologia, Astronomia, Biologia, Física etc. As lendas bíblicas saltam aos olhos. Os erros bíblicos saltam aos olhos. A ingenuidade bíblica salta aos olhos.
                     Pois bem! No 1º artigo, mostrei um dos erros bíblicos sobre a LUA. No 2º, mais um erro bíblico sobre as ESTRELAS. No 3º, mais um, em relação ao PLANETA TERRA. No 4º, mais um erro bíblico, em relação ao HOMEM. No 5º, mais um, acerca da NOITE e DIA. No 6º, outro erro bíblico, acerca da SEPARAÇÃO DA LUZ DAS TREVAS. No 7º, mais um, sobre o ABISMO DA TERRA. No 8º, mais um erro, acerca da IMOBILIDADE da Terra. No 9º, mais um, em relação à IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DO SOL E DA LUA. No 10º, mais um erro, acerca da FORMA DA TERRA. E, neste, mais um, sobre AS ÁGUAS DEBAIXO E ACIMA DOS CÉUS.
                          Em Gênesis 1: 6 – 8, está escrito:


                 “6 E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas e separação entre águas e águas.
                7 Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez.
                  8 E chamou Deus ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia.”


                 Nesses relatos bíblicos acima, mais um erro cometido pelo escriba hebreu, em razão de seu errôneo conhecimento acerca das águas que ele via. O escriba hebreu que escreveu os versículos acima via água em vários lugares: nos mares, nos rios e nas lagoas. E via água também nas chuvas. E aqui está o erro do escriba. Ele, por falta de conhecimento, tinha uma visão errônea acerca das CHUVAS. O escriba pensava que as águas das chuvas eram diferentes das águas que ele via nos mares, nos rios e nas lagoas. Ou seja, ele pensava que AS ÁGUAS da chuva eram diferentes das ÁGUAS que cobriam a superfície, o solo, da Terra. Segundo o escriba hebreu, as ÁGUAS da CHUVA eram uma coisa, e as ÁGUAS dos mares, dos rios e das lagoas, outra coisa. Daí o seu erro!
                  Veja, caro leitor, o que diz a Bíblia acima, em seu relato imaginário e ingênuo: havia águas e águas. E essas águas estavam juntas, unidas. E aí o Deus hebreu resolveu fazer a SEPARAÇÃO dessas águas. Para separá-las, Deus criou o FIRMAMENTO, ou seja, o CÉU. Então, o CÉU ficou no meio das águas, separando as águas. As águas sobre o CÉU, e as águas debaixo do CÉU. As águas debaixo do céu são aquelas que estão sobre a superfície da Terra, sobre o solo. São as águas dos mares, dos rios e das lagoas. E as águas que estão sobre o céu são as águas que a gente vê por meio das chuvas. Você entendeu até aqui, caro leitor?
                    Muito bem, distinto leitor! O escriba hebreu via o mundo assim. Ele não conhecia o fenômeno físico chamado CHUVA. Ele não entendia como a CHUVA se formava. O escriba hebreu pensava erroneamente que as ÁGUAS da chuva eram ÁGUAS SUPERIORES diferentes das ÁGUAS que ele via nos mares, nos rios e nas lagoas. Eram tão diferentes que o escriba inventou que Deus criou o CÉU para dividir essas ÁGUAS. Veja, leitor, a ingenuidade, a infantilidade, do escriba hebreu. Por não conhecer o fenômeno físico chamado CHUVA, o escriba hebreu pensava que as águas da chuva eram diferentes das águas que estavam nos mares, nos rios e nas lagoas. Ora, as ÁGUAS da chuva são as mesmas ÁGUAS que estão nos mares, nos rios e nas lagoas. Não são ÁGUAS DIFERENTES, e nem o CÉU separa água alguma.
Você, amigo leitor, sabe me dizer por que o escriba hebreu pensava que as ÁGUAS da chuva eram diferentes das ÁGUAS que estão nos mares, nos rios e nas lagoas? Se você, leitor, não sabe, sabê-lo-á agora. Ora, o escriba hebreu pensava que eram ÁGUAS DIFERENTES porque ele não conhecia o fenômeno chamado EVAPORAÇÃO. Na verdade, as ÁGUAS da chuva são as mesmas ÁGUAS que se encontram na superfície da Terra. Por meio da EVAPORAÇÃO, essas águas que estão na superfície da Terra se transformam em VAPOR. Sobem, formando as nuvens. Depois se condensam, e retornam à superfície da Terra. Ou seja, as ÁGUAS da chuva não são ÁGUAS do céu, diferentes das ÁGUAS da superfície da Terra. São as mesmas águas. O escriba hebreu, coitado, não via, com seus olhos, as águas dos mares, dos rios e das lagoas subindo ao céu por meio da evaporação. Subindo em forma de vapor. Por não ver as águas subindo em forma de vapor, o escriba pensava que as águas do céu nasciam no próprio céu e, depois, caíam sobre a Terra. Você, leitor, está entendendo? Vou explicar-lhe melhor esse negócio de EVAPORAÇÃO das águas.
                   Veja, leitor, o que acontece no nosso planeta Terra. Veja como se formam as chuvas, como se formam as ÁGUAS que estão nas nuvens. Tudo isso ocorre por causa da evaporação. Na verdade, não existe água formada pelo céu. As águas da chuva são as mesmas águas da superfície da Terra que subiram em forma de vapor. Para que você, leitor, entenda a evaporação das águas, dar-lhe-ei um exemplo bem simples e caseiro. Pegue uma panela qualquer, coloque 1 litro de água dentro dela, levando-a ao fogo, ao seu fogão. Deixe essa água aquecer bastante. Quando a água estiver fervendo, não desligue o fogão. Quando a água estiver fervendo, você verá o vapor, ou seja, você verá a água líquida passando para o estado gasoso. No tempo de 1 hora, você, leitor, verá que, naquela panela, não existe mais água. O litro de água que você colocou na panela desapareceu. Com o calor do fogo do fogão, a água que estava na panela se transformou em vapor, e esse vapor subiu ao céu. Lá em cima, vai formar as nuvens. Depois, condensa-se, ou seja, volta ao estado líquido, volta a ser água líquida, e cai sobre a Terra em forma de chuva. É assim, amigo leitor, que se formam as chuvas.
                      A mesma coisa ocorre com as águas que estão na superfície da Terra. Ocorre com as águas que estão nos mares, nos rios, nos riachos, nas lagoas etc. Essas águas vão subindo ao céu por meio da evaporação, em forma de vapor, e ninguém vê esse fenômeno com os olhos. Por exemplo, as águas que estão em qualquer rio vão subindo ao céu por meio da evaporação. Será que é o fogão caseiro que esquenta as águas que estão nos rios? Claro que não! É o Sol que esquenta essas águas, transformando-as em vapor. Esses vapores de água se misturam com o ar. E começam a subir. E vão formar as nuvens. Depois se condensam, voltam ao estado líquido, em pequenas gotas de água. E, com o peso, caem sobre a superfície da Terra, em forma de chuva. Eis, amigo leitor, o processo como se formam as chuvas.
                   O escriba hebreu, coitado, não via a água subindo ao céu em forma de vapor. Por isso, ele pensava que as águas da chuva eram criadas no próprio céu, no próprio firmamento. Ou seja, as águas que estão sobre o céu, e as águas que estão debaixo do céu. Daí o seu erro!

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