segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O TEÓLOGO RUBEM ALVES ACREDITAVA EM DEUS?

O TEÓLOGO RUBEM ALVES ACREDITAVA EM DEUS?


Eustáquio
 13/09/2015



Caro leitor,

Há poucos dias, por indicação de um amigo, tive acesso a um vídeo que circula pelo “You Tube” com o seguinte título:

“Rubem Alves – “perguntaram-me se acredito em Deus”

Esse vídeo, amigo leitor, resume-se numa palestra de Rubem Alves em que apresenta seu livro “Perguntaram-me se acredito em Deus”. Já que a palestra é bastante agradável, mas pode deixar alguém em dúvida, resolvi então fazer vários artigos, comentando trechos de forma bem clara para que ninguém fique com dúvidas sobre se Rubem Alves acreditava em Deus, ou não.
Antes de entrar propriamente no assunto, gostaria de apresentar, resumidamente, Rubem Alves a quem, obviamente, não o conhece. Ele nasceu, em 1933, na cidade Boa Esperança, situada no sul de Minas Gerais. Formou-se em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas, no estado de São Paulo. Depois fez mestrado e doutorado pelo Seminário Teológico de Princeton, nos Estados Unidos da América do Norte. Foi pastor protestante da Igreja Presbiteriana do Brasil. Além de teólogo, foi filósofo, psicanalista e escritor. Tempos depois, abandonou a religião. Faleceu em 2014, com 80 anos de idade.
E agora, leitor? Você acha que o teólogo Rubem Alves acreditava em Deus, ou não?  Como eu sou uma pessoa que adora a clareza, dir-lhe-ei uma coisa: Rubem Alves não acreditava nos deuses das religiões! Não acreditava, por exemplo, no Deus da Bíblia! Explicarei isso melhor em vários artigos. Para começar, veja, leitor amigo, o que Rubem Alves diz em sua palestra, aos 10 minutos e 15 segundos até os 10 minutos e 57 segundos:


“Quando a moça me fez aquela pergunta “você acredita em Deus”, minha resposta imediata para ela foi: Qual? Qual? Porque há muitos deuses. Cada um tem o seu deus à sua própria imagem. Os homens ferozes e vingativos criam deuses ferozes e vingativos.”


Rubem Alves, caro leitor, é um daqueles teólogos que chamo de sério. Ele vivia sua religião. Respirava religião durante 24 horas por dia. Foi um pastor cristão que acreditava piamente na Bíblia. Só que tudo isso veio abaixo com seus estudos teológicos. Até que enfim ele percebeu que havia entrado num barco furado. E caiu fora da religião.
No trecho de sua palestra acima, Rubem diz que, certo dia, uma moça perguntou a ele se acreditava em Deus. O que o doutor em Teologia respondeu? Ora, Rubem respondeu àquela jovem com outra pergunta: “Qual? Qual?” Percebeu, leitor, a inteligência e o conhecimento de Rubem Alves?  Ora, ele queria saber qual era o deus daquela jovem. Rubem queria saber obviamente qual era a noção de Deus daquela jovem. E por quê? Ora, porque, como ele mesmo o diz, existem muitos deuses. Já que existem muitos deuses, então ele queria saber a que deus aquela jovem estava se referindo. Você está entendendo, caro leitor? Como Rubem o diz, cada pessoa tem seu deus ou deuses à sua própria imagem. No finalzinho do trecho, Rubem diz que “os homens ferozes e vingativos criam deuses ferozes e vingativos.”
O que o doutor em Teologia Rubem Alves afirma em sua palestra, é o que afirmo em meus vídeos e artigos: o homem cria deuses à sua imagem e semelhança. Os deuses são uma criação do cérebro humano. Como cada pessoa pensa diferentemente, os deuses são diferentes. Hoje, no planeta Terra, temos, no mínimo, dez mil religiões. E por que são religiões diferentes? Porque o homem, espalhado em várias sociedades, pensa diferentemente. É por isso que tudo é diferente: esportes, músicas, sistemas de educação, alimentação, vestuário, deuses, religiões, rituais etc. Rubem Alves, no finalzinho do trecho, diz que “os homens ferozes e vingativos criam deuses ferozes e vingativos.” Eis, caro leitor, mais uma verdade incontestável! De fato, o homem, ao criar deuses, atribui a eles algumas de suas características. Dessa forma, homem violento cria deuses violentos; homem vingativo cria deuses vingativos; homem ciumento cria deuses ciumentos; homem amável cria deuses amáveis.
Veja, leitor amigo, por exemplo, o Deus hebreu, o Deus da Bíblia, criado pelo povo hebreu. Esse deus absorveu evidentemente algumas características do povo hebreu, do povo que o criou. Por que o Deus hebreu sofria de um ciúme mórbido, a ponto de se desesperar em razão de o seu povo adorar outros deuses? Ora, porque o povo hebreu, a exemplo de outros povos daquela época, era um povo intolerante, que não respeitava a liberdade religiosa das pessoas. Já que esse povo era ciumento, transmitiu essa característica para o deus criado. Você, leitor, obviamente está entendendo, não é mesmo? Por que o Deus hebreu era um deus guerreiro, o Senhor dos Exércitos? Ora, porque o povo hebreu, que o criou, vivia mergulhado em conflitos, em guerras. Em razão disso, o deus criado absorveu essa característica do povo que o criou. Por que o Deus hebreu era um deus nômade, que vivia mudando de lugar? Ora, porque o povo hebreu era um povo nômade. Ao criar seu deus, colocou nele mais uma característica sua. Entendeu, leitor?
Rubem Alves agiu, pois, de forma inteligente. Ele queria saber qual era a imagem de Deus daquela jovem. Ele queria saber qual era o deus daquela jovem, já que existem milhares de deuses diferentes espalhados por todo o planeta Terra. 

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