Eustáquio
Distinto leitor,
Na foto abaixo, Lúcio Mauro e
Sônia Mamede respectivamente nos papéis de Fernandinho e Ofélia, no
inesquecível programa humorístico da TV Tupi “Balança Mas Não Cai”. Em minha adolescência em Sobral, nos idos de
1972 a 1975, não perdia um programa sequer. Um dos quadros mais engraçado era o
casal Fernandinho e Ofélia. Infelizmente, o grande Lúcio Mauro faleceu
recentemente, em 11 de maio deste ano (2019), e a Sônia Mamede, no dia 25 de
abril de 1990. A esposa Ofélia era muito burra, causando vergonha ao marido
diante dos convidados. O chavão dela era engraçado:
--- Fernandinho, meu amor, você
sabe que EU SÓ ABRO A BOCA QUANDO TENHO CERTEZA!
Ah, que saudade dos dois! Pois bem!
Você, amigo leitor, deve estar perguntando a si mesmo: o que é que tem a ver o
casal Fernandinho e Ofélia com o consumo de maconha, não é mesmo? Pois eu
respondo: NADA! E por que eu coloquei a foto dos dois? Por causa da Ofélia! E
por quê? Porque a Ofélia só abria a boca para dizer besteiras. E a pessoa que
vou citar neste artigo fez a mesma coisa. Entendeu, agora, distinto leitor?
A revista ÉPOCA desta semana, dia 3
de junho de 2019, na página 6, publicou algumas cartas de leitores. Escolhi o
recado da leitora Thaysa Gomes, que não conheço. Sobre a maconha, ela escreve
assim:
“A MACONHA É UMA PLANTA
QUE A NATUREZA NOS PROPORCIONOU POR ALGUM MOTIVO. NÃO TINHA DE SER PROIBIDA”
Com todo respeito, Thaysa Gomes agiu
como a inesquecível Ofélia do Fernandinho. Segundo a visão dela, a maconha é
uma planta. Se é uma planta, então é um presente da Natureza. Se é um presente
da Natureza, então existe por algum motivo. E já que é um presente da Natureza,
então não pode ser proibido. Ah, que saudade da Ofélia!
Ora, caro leitor, na Natureza,
existe um universo de plantas que é nocivo ao consumo humano. Se o homem fizer
uso dessas plantas, em muitos casos, terá morte instantânea, em outros, graves
problemas de saúde. Portanto, é profundamente errôneo afirmar que, já que as
plantas são um presente da Natureza, então seu uso não pode ser proibido.
Trago como exemplo aqui a planta
“Erythroxylum coca” da qual é processada a cocaína. É óbvio que a
leitora Thaysa Gomes não é a favor do consumo de cocaína, droga que traz vários
males a seus usuários, inclusive a morte. Outro exemplo: a planta “manihot esculenta Crantz”, conhecida popularmente por mandioca-brava. Se o
homem comê-la, sentirá vômitos, diarreias, convulsões e até mesmo poderá ir a
óbito. É uma planta, um presente da Natureza, mas isso não quer dizer que seja
própria para consumo humano. Mais um exemplo: a planta “Conium maculatum L.” Dessa planta se extrai o veneno fortíssimo
chamado “cicuta”. Tomou, morreu! Se a pessoa escapar, ficará com paralisias e confusão
mental. É uma planta, um presente da Natureza, mas não significa que seja
própria para consumo humano. É bom lembrar que o filósofo grego Sócrates (399
a.C) foi condenado à morte, obrigado a beber uma taça contendo cicuta. Poderia
citar outras plantas, mas os exemplos acima são suficientes.
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