terça-feira, 18 de junho de 2019

O GUILHERME E O TIO QUERIDO




Eustáquio



                            Distinto leitor,


                   Na foto abaixo, as lindas criancinhas Guilherme e Sofia, ambos filhos de Roger e Soraia Lins.
                         Diz um ditado popular que “DINHEIRO NÃO É SANTO, MAS OPERA MILAGRES”. Esse ditado é puramente verdadeiro! De fato, dinheiro muda o comportamento de idosos, adultos e, até mesmo, de crianças, que são seres inocentes. E a criancinha Guilherme Lins está aí para provar essa verdade.
                            Vi, pela primeira vez, o Guilherme, na casa de seus pais, localizada no bairro Antônio Bezerra. É uma casa assobradada, com dois pisos superiores. No térreo, simplesmente a garagem. Por uma escada, chega-se ao primeiro pavimento, onde há uma pequena sala aberta com vista para a rua. Entrando propriamente na casa, uma linda sala com uma bela cozinha americana. Percorrendo o longo corredor, com os quartos à direita, chega-se ao fundo da casa, com vista para um grande terreno, onde, à direita, existe mais uma escada que dá acesso ao segundo pavimento. Nesse piso, há armadores de rede, banheiro, churrasqueira, televisor, uma pequena cozinha e um frigobar. Pois bem! Fiquei conversando com o Roger e a Soraia, respectivamente, pai e mãe do Guilherme, na sala espaçosa onde fica a cozinha americana. Nesse momento, surge, correndo, o Guilherme. Ele apenas olhou para mim, com total indiferença, e abraçou seu pai. O Roger lhe disse:


                      --- Guilherme, vá ali e dê um abraço no seu tio!

                 
                      O garotinho acenou negativamente com sua cabecinha. Não deu a mínima para mim. E saiu correndo novamente pelo longo corredor. Desapareceu. Fui embora sem rever o Guilherme.
                         Dois meses depois, retornei à casa do Roger para mais uma visita. Guilherme estava na escolinha. Levei para ele e sua irmãzinha duas caixas de chocolate garoto, aquelas de cor amarela. Conversei com o casal, e fui embora. Na terceira visita, o Roger estava trabalhando. Estavam na casa a Soraia, sua mãe Francisca e o filhinho Guilherme. Novamente, levei duas caixas de chocolate garoto. Quando eu estava conversando com a Soraia e sua mãe, na sala principal da casa, surgiu na entrada do corredor o Guilherme. Olhou para mim novamente, com a marcante indiferença. Soraia falou:


                          --- Guilherme, meu filho, seja educado. Cumprimente o tio! Olhe, ele trouxe chocolate para você e para a Sofia!


                         E o Guilherme em silêncio, sem esboçar sequer um sorriso. Em sua mão direita, trazia um porquinho feito de barro, com um furinho para colocar dinheiro, em papel ou moeda. Eu disse ao Guilherme:


                         ---Guilherme, você já encheu esse porquinho aí?


                        Ele olhou para mim, meio acanhado, e, com muito esforço, foi dizendo:


                         --- Enchi não! Mais o papai me disse que vai me dá mais dinheiro!


                             --- Não seja, por isso, Guilherme! Vamos encher esse porquinho agora. Tome esse dinheiro para você colocar nele! --- disse eu, abrindo minha carteira e retirando uma cédula de cinquenta reais.


                              Nisso, a Soraia entra:


                           ---Não precisa, Eustáquio! Cinquenta reais é muito dinheiro!

                                      Guilherme, ao ouvir o que sua mãe dizia, correu em minha direção e agarrou com força a cédula, e, claro, pela primeira vez, sorriu para mim. O que o dinheiro não faz, não é mesmo, leitor?
                                      Na quarta visita à casa do Roger, levei novamente duas caixas de chocolate garoto. Desci do carro e fiquei na calçada. Dali, gritei para cima a fim de que alguém me escutasse:


                                    --- Roger! Roger! Roger!


                                    E vi a cabecinha do Guilherme na varanda com vista para a rua. Quando ele percebeu que eu estava na calçada, saiu gritando para seu pai, pulando de alegria:


                                   --- Papai, papai, o tio Eustáquio chegou! O tio Eustáquio chegou! O tio Eustáquio chegou!


                                         Quando eu subi, chegando à varanda, Guilherme me deu um forte abraço temperado com um sorriso forte. O que o dinheiro não faz, não é mesmo, leitor? Pois bem! Alguns meses depois, precisamente em fevereiro deste ano (2019), durante a comemoração do aniversário de minha irmã Liduína, em seu apartamento situado na Avenida Sargento Hermínio, Guilherme estava lá, com sua irmãzinha Sofia, sua mãe Soraia e sua avó materna Francisca. Num certo momento da festa, Guilherme estava no quarto dos fundos do apartamento, deitado numa cama, conversando com sua tia Márcia Altair, filha do saudoso Edvan Santos Dumont e de Célia Lins, minha irmã, que também estava na festa. Guilherme gritou para mim:


                     --- Tio Eustáquio, Tio Eustáquio!


                    --- O que foi, Guilherme? --- perguntei eu.


                      E o Guilherme, gritando!


                     --- Tio Eustáquio, venha aqui que eu quero lhe dizer uma coisa!


                          Fui até ao quarto. Chegando lá, diante da Márcia, Guilherme disse:


                           --- Tio Eustáquio, eu quero dizer ao Senhor que o Senhor é o melhor tio que eu tenho!


                              Fiquei comovido com aquela revelação feita por uma criancinha inocente. E também fiquei certo de que realmente “DINHEIRO NÃO É SANTO, MAS OPERA MILAGRES!
                                     Guilherme está aí para provar essa verdade!

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