Eustáquio
Prezado
leitor,
Na
foto abaixo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mendes
de Farias Mello. Nasceu no Rio de Janeiro/RJ, no dia 12 de julho de 1946,
portanto, no próximo mês, completará 73 anos de idade. Foi nomeado para o STF
pelo presidente Fernando Collor, no dia 28 de maio de 1990, tendo tomado posse
no dia 13 de junho do referido ano.
No dia 31 de maio do corrente ano
(2019), uma sexta-feira, o atual presidente da República Federativa do Brasil,
Jair Messias Bolsonaro, esteve em Goiânia, capital de Goiás, para participar da
Convenção Nacional das Assembleias de Deus. Naquela oportunidade, cercado de
evangélicos, Bolsonaro disse:
“Será
que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?”
Os
pastores evangélicos, após ouvirem essa interrogação de Bolsonaro, bateram
fortes palmas. Mas qual foi a reação do ministro Marco Aurélio? Ei-la, caro
leitor:
“À
toa é que não existe”
Você,
leitor, entendeu a reação do ministro Marco Aurélio? Ora, no auge de sua
inteligência e sabedoria, o ministro passou o recado de que o STF não necessita
de um ministro evangélico, de um ministro católico, de um ministro ateu, de um
ministro budista etc. O STF simplesmente necessita de ministros que analisarão
os casos concretos à luz da Constituição Federal. E ponto final! E o ministro,
em sua afirmação, foi tão inteligente que usou a palavra “à toa” para
aproximá-la do vocábulo “ateu”, porém sem ter relação alguma com ela. Ele disse
que ministros à toa ( que nada fazem) não existe no STF. De fato, os ministros
trabalham muito.
O
problema é que o presidente Bolsonaro, mais uma vez, afirmou coisa sem sentido
algum. Bolsonaro, em sua ingenuidade, pensa que, nomeando um cristão evangélico
para o STF, esse ministro irá votar para atender aos anseios da doutrina cristã
evangélica. De forma alguma! É um pensamento torto o de Jair Bolsonaro. Ora, o
STF é o guardião da Constituição Federal, e não da Bíblia cristã evangélica, da
Bíblia cristã católica, da Bíblia hebraica, do Corão, das lições de Buda etc.
Por força da própria Constituição Federal, os ministros do STF não podem
invocar suas crenças religiosas diante dos casos concretos. Devem invocar, tão
somente, os textos constitucionais. E nada mais!
O
presidente Bolsonaro não consegue entender que atualmente existem, no mínimo,
10 (dez) mil religiões. E são 10 mil religiões diferentes, extremamente
diferentes. O cristianismo, por exemplo, é apenas mais uma entre milhares. Além
disso, o Brasil é um país laico, sem religião oficial alguma. Por isso mesmo,
um ministro do STF não pode, em suas decisões, invocar um livro que ele
considera “sagrado” porque são muitos livros “sagrados” espalhados por várias
religiões. Um ministro evangélico no STF não poderá recorrer à Bíblia cristã
evangélica, assim como um ministro adepto do islamismo no STF não poderá
recorrer a seu livro “sagrado”, o Corão.
O
difícil é Bolsonaro entender essa realidade tão linda!
Nenhum comentário:
Postar um comentário