sexta-feira, 21 de junho de 2019

EDVAN ME ARRANJOU UM EMPREGO




                                                                  Eustáquio

                          Caro leitor,

                           Na foto abaixo, sentadas, da direita para a esquerda, Célia Lins, Sofia e Liduína. Em pé, Mônica Magali. As 4 estão no Jardim Japonês, na Beira-Mar, em Fortaleza.
                            Existe, nas pessoas da foto, uma ligação com o saudoso Edvan Santos Dumont. Célia Lins, sua viúva; Mônica Magali, filha; a linda criancinha Sofia, neta; e Liduína, cunhada. Edvan Santos Dumont não tinha parentesco algum com o ilustre inventor brasileiro Alberto Santos Dumont. Edvan nasceu no dia 24 de maio de 1934, e faleceu no dia 3 de janeiro de 1994, com apenas 59 anos de idade.
                              Em dezembro de 1975, com apenas 19 anos de idade, eu, juntamente com minha família, deixei Sobral para morar em Fortaleza. Minha irmã Graça Lins, na época solteira, alugara uma casa na Rua Naturalista Feijó, no bairro Ellery. Essa casa era bem próxima da casa onde moravam o Edvan e sua família, composta pela esposa Célia, e filhos: Mônica Magali, Márcia Altair e Roger. Todos os dias, eu saía de casa para ir à casa do Edvan, situada na Rua Mário Studart. Como era bem perto, eu ía a pé. Nessa época, Edvan trabalhava na CIBRESME que significa Companhia Brasileira de Estruturas Metálicas, uma fábrica que ficava na Rua Joaquim Lino, também bem perto da residência do Edvan. Ele ia a pé para o trabalho todos os dias, exceto aos domingos. Era um especialista em pintura de estruturas metálicas, exercendo depois o cargo de chefe. Ainda em dezembro de 1975, recém-chegado de Sobral, eu, certa noite de domingo, na calçada de sua casa, conversava com Edvan, Célia e outras pessoas. E o Edvan me disse:



                       --- Eustáquio, amanhã, segunda-feira, vou conversar com um engenheiro da CIBRESME para ver se ele tem uma vaga para você, lá na fábrica.



                             Fiquei feliz com essa esperança porque eu jamais havia trabalhado. Eu queria ter um dinheirinho no bolso porque só andava liso, mais liso que chuchu descascado. Na segunda-feira, à noite, fui novamente à casa do Edvan. Na calçada como sempre, sentado e com um copo pela metade de cachaça com pedaços de limão, Edvan me disse:



                          --- Eustáquio, arranjei um emprego para você, lá na fábrica. O engenheiro fulano de tal quer conversar com você amanhã. Vá lá por volta das 10h.



                             E continuou o Edvan, rindo:



                                  --- Olhe, o engenheiro que vai conversar com você tem a boca podre, fedorenta. Ele é conhecido lá na fábrica por “boca de fossa”.



                             Eu ri, dizendo ao Edvan:



                               --- Edvan, rapaz, eu estou tão liso que, se for preciso, darei um beijo na boca desse miserável engenheiro.



                                  Edvan riu muito! No dia seguinte, terça-feira, pela manhã, lá estava eu, às 10h, na fábrica. Subi por uma longa escada feita de ferro, chegando à sala do engenheiro, um jovem bastante educado, mas, realmente, com a boca com um forte cheiro de bosta. O próprio engenheiro era ciente de seu grave problema estomacal porque, ao falar comigo, ele colocava sua mão direita na frente da boca para que eu não sentisse o fedor, porém esse movimento não adiantava. Era forte a catinga da merda! Após a conversa, ganhei o emprego. Estou aqui agora com minha carteira de trabalho com o registro. Comecei a trabalhar na CIBRESME no dia 5 de janeiro de 1976, após poucos dias de minha chegada a Fortaleza, no cargo de apontador. Na fábrica, eu, com um formulário e uma caneta, andava pelo grande pátio, anotando a produção de cada máquina. Era esse o meu trabalho, e o salário era o mínimo. Eu entrava na fábrica pela manhã e saía às 12h para o almoço. Como era perto, eu ía almoçar em casa a pé. Depois do almoço, retornava à fábrica, saindo somente às 18h. Meu horário era o mesmo do Edvan. Nessa fábrica, fiquei apenas durante 2 meses e 15 dias porque não gostei da atividade. Saí no dia 20 de março do mesmo ano (1976). E saí para ficar desempregado. Expliquei ao Edvan minhas razões, e ele entendeu bem. Nesses 2 meses e 15 dias de trabalho na fábrica, presenciei alguns fatos que narrarei depois.
                            O importante, neste artigo, é deixar claro que meu inesquecível cunhado Edvan Santos Dumont conseguiu para mim o primeiro emprego. Como eu fiquei feliz na época! Portanto, o Edvan é uma peça muito importante que conservo no baú de minha existência.

                                               

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