segunda-feira, 17 de junho de 2019

O FIAT 147 DO AMIGO WILLIAM

                       
Eustáquio



                        Prezado leitor,


             Na foto abaixo, o advogado cearense William Guimarães Fonseca, de reputação ilibada e notório saber jurídico. À esquerda do William, sua simpática e inteligente esposa Sílvia Eglê, cuja irmã é proprietária do melhor colégio da cidade de Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza, o Colégio Lobo.
                  Atualmente, o casal mora na cidade do Gama, aqui, no Distrito Federal. Conheci o William no início de 1995, no fórum do Gama. Eu trabalhava na 1ª Vara Criminal, e ele, no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, que ocupava algumas salas do fórum. William sempre aparecia na minha Vara (no bom sentido, claro), trazendo vários processos já analisados pelos promotores. Assim que eu o vi, despertou uma grande amizade entre mim e ele. Na época, William estava sozinho em Brasília porque havia assumido o cargo de analista processual, nível superior, daquele órgão. Sua esposa Sílvia Eglê e seus filhos ainda estavam em Fortaleza. No início, William passou momentos difíceis por aqui que, com o tempo, narrarei em artigos. Hoje, farei uma narração de um fato real ocorrido com meu nobre amigo, no qual também eu estive envolvido.
                     Certo dia, no fórum, William me perguntou se eu conhecia alguém que estivesse vendendo um carro meio velho. Sua esposa e filhos já estavam morando no Gama, numa casa espaçosa, bem perto da feirinha tradicional da cidade. Eu disse ao amigo que iria procurar. Chegando ao edifício residencial em que eu morava, situado defronte para o fórum, indaguei ao porteiro se ele conhecia alguém do prédio que estivesse com algum carro velho à venda. Acertei na mosca! O porteiro me disse que o morador Orlando colocou à venda seu carro Fiat 147, com 15 anos de uso, portanto, um carro velho e, além do mais, enferrujado e com vários furos, parecendo que havia sido atingido por tiros de revólver. O Orlando trabalha no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e hoje mora onde eu moro, no Guará. Naquela época, conversei com o Orlando e ele pediu que o William fosse ver o carro no dia seguinte. Quando eu cheguei ao fórum, disse ao amigo William:



          --- William, um amigo meu, morador do condomínio, chamado Orlando, está vendendo um Fiat 147 com 15 anos de uso. Eu vi o carro e sou sincero em dizer que ele está enferrujado e com vários furos, parecendo até que foi trazido do Iraque, país que vive vários atentados a bomba.



           --- Lins, e quanto ele está pedindo pelo carro? --- perguntou-me o William.



                       --- Rapaz, ele está pedindo R$ 800,00 (oitocentos) reais! --- respondi eu.



                        William gostou do preço e foi ver o carro. Comprou na hora. Carro para cá, dinheiro para lá. E William dirigia todo orgulhoso seu carrinho, tendo ao seu lado sua querida esposa. Lembro-me ainda: a Sílvia Eglê, sentadinha no carro, com os dois pés sobre o compartimento à sua frente. É fácil ver que a felicidade se encontra nas coisas mais simples. Num certo dia, minha esposa Lúcia pegou carona com o William. Assim que ela se sentou no banco traseiro, perguntou a ele:



                    --- William, que cheiro forte é esse de gasolina?



                    --- Lúcia, é por causa de uma mangueira que deve estar com defeito, mas vou ver isso com o mecânico. --- respondeu ele.



                    E a Lúcia completou:



                   --- Resolva logo isso, William, porque, se alguém acender um fósforo aqui, a explosão será feia.

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