domingo, 30 de junho de 2019

A REVISTA "ISTOÉ" E O ERRO DE ACENTUAÇÃO


Prezado leitor,

Na foto abaixo, a jogadora brasileira de futebol Marta.
A revista ISTOÉ da semana passada, dia 26 de junho deste ano ( 2019), nas páginas 52 e 53, traz uma matéria do jornalista Antonio Carlos Prado sobre a jogadora Marta, com o título “Um recorde em nome da igualdade”.  E ali um claro erro de acentuação gráfica. Assim, na página 52, está escrito:


“ (...) Marta luta pela isônomia entre os gêneros…”


O erro, amigo leitor, como você vê facilmente, está na palavra “ISÔNOMIA”. Essa palavra não é acentuada graficamente, ou seja, não existe esse acento circunflexo, mas apenas o acento tônico na penúltima sílaba “MI”: ISONOMIA.
É óbvio que o jornalista Antonio Carlos Prado tem esse conhecimento, razão pela qual o erro se deve a um descuido simples de quem foi o responsável pela edição da matéria.


O PRESIDENTE BOLSONARO E A COCAÍNA NO AVIÃO DA FAB


                                                               Eustáquio


Prezado leitor,

Na foto abaixo, uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).
Quem me conhece, sabe perfeitamente bem que, em meus artigos, não trato de política, de políticos. Analiso fatos, simplesmente fatos. 
Um fato triste para o Brasil ocorreu na semana passada, terça-feira, dia 25 de junho do corrente ano (2019), no aeroporto da cidade de Sevilha, na Espanha. Dentro do avião da FAB que faz parte da comitiva do presidente Jair Bolsonaro ao Comitê do G20 no Japão, 39 quilogramas de cocaína conduzidos pelo 2º sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues que se encontra preso na país espanhol. 
Evidentemente, o presidente Jair Bolsonaro nada tem a ver com isso! Imagine, caro leitor, o seguinte absurdo: o presidente Jair Bolsonaro, na entrada do avião, olhando o interior de bolsas e pastas de cada tripulante. Uma piada, não é mesmo? Pois bem! Ontem, sábado, dia 29 deste mês, gostei do que o Bolsonaro afirmou acerca do caso. Ele disse o seguinte:



“Pena que não foi na Indonésia. Eu queria que tivesse sido na Indonésia. Ele ia ter o destino que o Archer teve no passado.”



Como eu afirmei no início deste artigo, não trato de política, de políticos. Não sou a favor de político X, nem contra político Z. Todavia, concordo totalmente com a afirmação do nosso atual presidente. Bolsonaro disse acima que gostaria de que o avião da FAB tivesse aterrissado na Indonésia porque ali se pratica a pena de morte para traficantes. E o presidente citou até o nome do traficante brasileiro Archer, que foi executado naquele país. De fato, o traficante carioca Marco Archer Cardoso Moreira foi condenado à pena de morte, e executado no dia 17 de janeiro de 2015,  por ter entrado na Indonésia com 13 quilogramas de cocaína, menos ainda do que a quantidade conduzida pelo 2º sargento Manoel Silva Rodrigues. 
No Brasil, a pena para traficantes de drogas é a de prisão. Por isso mesmo, em nosso país, os traficantes agem livremente, acumulando, à vista de todos, fortunas incalculáveis (mansões, iates, carros luxuosos etc.). Na Indonésia, o quadro é totalmente diferente. Encontrar um traficante lá é o mesmo que encontrar uma agulha num palheiro.


ATROPELADO POR UM CARRINHO DE COMPRAS


                                                                Eustáquio


Prezado leitor,

Na foto abaixo, um carrinho de supermercado lotado de mercadorias. Se você, leitor, mora em Sobral ou em Fortaleza, com certeza já viu um carrinho igual no Super Lagoa, no Carrefour ou no Hiper Bompreço. 
Quem me conhece sabe muito bem que sou uma pessoa extremamente calma, tranquila, paciente. Não brigo, não discuto com ninguém. Narrarei agora um fato real ocorrido comigo que, se tivesse acontecido com outra pessoa, certamente teria havido agressão verbal ou física. 
Há, mais ou menos, 2 anos, aqui, em Brasília, fui a um bom supermercado perto de meu apartamento, cujo nome é “Dona de Casa”. Estive ali apenas para comprar 3 pacotes de polvilho doce já pronto, marca “Ouro Branco”, a melhor, para fazer tapioca. Entrei no limpo, belo e atraente supermercado. Quando eu estava no corredor respectivo, parado, já pegando os pacotes de polvilho, a roda direita da frente de um carrinho lotado de compras bate com força em 3 dedos do meu pé direito. Senti uma dor profunda, tão profunda que passei 3 dias com os dedos praticamente anestesiados. Naquele momento do choque, olhei para a pessoa que estava conduzindo o carrinho, aguardando um pedido de desculpas. Afinal, eu estava no meu cantinho, tranquilo, parado, pegando o polvilho. Ao olhar para a pessoa, vi uma idosa com, mais ou menos, 63 anos de idade, muito feia e com os olhos esbugalhados. Ela olhou para mim, puxou o carrinho para trás, e continuou empurrando o carrinho sem pedir desculpas, sem dar a mínima para mim. Naquele instante, senti uma intensa raiva, mas me controlei. Contei esse fato para meu vizinho, e ele me disse que, se fosse com ele, teria dado um forte murro na cara da velhinha feia a ponto de ser conduzida a um hospital ou a um cemitério. Mas eu me controlei, caro leitor! Já que eu estava com bastante raiva daquela velha feia e mal-educada, resolvi me vingar sem fazer uso da violência. Peguei os 3 pacotes de polvilho, passando a acompanhar a velha horrorosa entre os corredores do supermercado. 
Num dado momento, a velha deixou o carrinho lotado de compras num corredor, enquanto se dirigiu a outro corredor em busca de algum produto. Quando ela estava um pouco distante, eu, rapidamente, peguei o carrinho dela, e saí em direção ao frigorífico do supermercado. Ao lado do frigorífico, vi uma porta com os seguintes dizeres: “Entrada permitida somente para os funcionários”. Olhei, por cima da porta, para ver se havia alguém no corredor. Não havia. Empurrei a porta, entrando com o carrinho da velha nojenta. À minha direita, vi uma porta que estava meio aberta. Olhei para dentro, e vi que estava escuro e que não havia alguém lá. Abri a porta totalmente, entrando com o carrinho e o deixei ali. Fechei a porta. Pronto! A minha vingança se concretizou. 
Feito isso, voltei ao corredor de onde havia pego o carrinho só para ver a reação daquela velha mal-educada. E fiquei muito feliz com o que vi. A velha estava desesperada porque seu carrinho lotado de compras havia desaparecido. Normalmente, os olhos dela já eram esbugalhados, imagine com a raiva que ela estava sentindo. A velha gritava desesperadamente:


--- Cadê meu carrinho! Cadê meu carrinho!


E eu rindo por dentro, apesar da dor física que estava ainda sentindo por causa da forte pancada em meus 3 dedos do pé direito. Chamaram o gerente do supermercado. E eu ali, bem pertinho, parado, apenas presenciando o sofrimento daquela megera. O gerente disse a ela:


--- Tenha calma, minha Senhora, porque vamos encontrar seu carrinho!


E a velha disse a ele:


--- Isso é um absurdo! Como é que um carrinho pode desaparecer assim? Moço, já estou aqui há quase 2 horas, fazendo compras! Vocês têm que encontrar o carrinho!


Os funcionários procuraram o carrinho em todos os corredores. Nada! A única pessoa que sabia onde o carrinho estava era eu, e ninguém mais! Mas é óbvio que eu não iria dizer. Depois de uns 15 minutos de procura sem sucesso, o gerente disse a ela:


--- Minha Senhora, infelizmente, não encontramos seu carrinho de compras. A única solução é a Senhora pegar um carrinho vazio e voltar a fazer suas compras.


--- Isso é um absurdo! De forma alguma! Vou embora agora mesmo e nunca mais aparecerei aqui!  --- gritou a velha horrível.


E ela foi mesmo embora! Percebeu, caro leitor, como eu me vinguei sem fazer uso da violência! No supermercado, havia câmeras de filmagem. Com certeza, elas me filmaram conduzindo o carrinho da velha para aquela sala exclusiva dos funcionários. Não sei dizer se alguém olhou depois as câmeras, mas com certeza descobriram o carrinho no final do expediente. Afirmo isso porque, 7 dias depois, voltei lá, bastante curioso, e uma empregada me disse. 

sábado, 29 de junho de 2019

O HOMEM QUE COME MELECA DO NARIZ


                                                              Eustáquio


Prezado leitor,

Na foto abaixo, o Sr. Joachim Löw, atual técnico da Seleção da Alemanha. 
Há alguns dias, apresentei em dois artigos dois homens com um comportamento comum e estranho: os dois adoram comer merda, bosta! Mostrei o ex-presidiário brasileiro “Da Mala”, que eu conheci quando trabalhava na maior penitenciária do Distrito Federal,  e apresentei também o britânico, gênio da informática, John McAfee. O “Da Mala” morreu, já o McAfee continua vivo. 
Algumas pessoas que leram meus artigos sobre esses dois homens adoradores de cocô acharam esse comportamento muito estranho, louco mesmo. Mas o homem realmente é capaz de tudo. Trago agora mais um homem com comportamento estranho: o alemão Joachim Löw. Joachim, que eu saiba, não come merda, bosta, mas adora comer meleca do nariz. Se você, leitor amigo, quiser ver esse espetáculo, acesse o “YouTube” e veja os vídeos com o Joachim se deliciando com as melecas de seu nariz. 
Na foto abaixo, Joachim enfia o dedo indicador da mão esquerda no nariz, retirando uma grande meleca. Dá uma olhadinha nela, enfiando tudo na boca e mastigando com prazer. Algum leitor poderia pensar que ele faz isso porque é uma pessoa pobre, que passa fome. De forma alguma! Ao contrário! Joachim é um homem rico, que vive no luxo, que se alimenta muito bem! O único problema dele é adorar comer meleca preguenta do nariz. Eu também coloco meu dedo indicador da mão esquerda nos dois buracos do meu nariz, mas jogo a meleca preguenta fora. Se o alemão Joachim Löw me visse limpando o nariz e jogando a meleca fora, poderia até dizer o seguinte:


--- Esse cearense, de Sobral, não sabe a delícia que está desperdiçando!

POSSO FALAR COM O SR. EUSTÁQUIO?


                                                              Eustáquio


Prezado leitor,

Na foto abaixo, um aparelho telefônico da época em que vivenciei o fato que narrarei agora.
Em 1994, com 38 anos de idade, por meio de concurso público, ingressei no TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), ocupando o cargo de analista judiciário, nível superior, área fim (exclusiva para bacharéis em Direito). Fui trabalhar na 1ª Vara Criminal do Gama porque morava lá, num apartamento defronte para o Fórum. A cidade do Gama fica a 37 quilômetros do centro de Brasília.
Mais ou menos, em 1997, por volta das 17h, eu estava na Vara quando um dos telefones deu sinal de vida:


--- Trim! Trim! Trim! Trim!Trim! Trim!


Prontamente atendi, dizendo:


--- 1ª Vara Criminal do Gama, bom-dia?


E do outro lado da linha, uma voz jovem:


--- Bom-dia! Por favor, eu posso falar com o Sr. Eustáquio?


Respondi na hora:


--- Pois não! Sou eu mesmo!


E a voz jovem:

--- Que bom, então! Senhor Eustáquio, eu me chamo Paulo César, e trabalho com mensagens fonadas. Uma pessoa muito especial em sua vida veio até nós para mandar uma mensagem para o Sr. O Senhor dispõe de tempo agora para ouvir a mensagem?


E eu, com bastante educação:


--- Pois não, meu amigo! Pode colocar a mensagem!


E o jovem colocou. Eu fiquei apenas ouvindo. Acho que a mensagem durou uns 2 minutos. Um saco! Mas fiquei ouvindo. A mensagem dizia, mais ou menos, assim: “Você é a bússola de minha vida. Sem você, encontro-me num labirinto sem saída. Você é o meu norte…” e outras bobagens mais. Eu estava torcendo para que aquela bobagem chegasse ao fim. E chegou. Aí, o rapaz me perguntou:


--- Sr. Eustáquio, o Senhor gostou da mensagem?


E eu, mentindo, disse-lhe:


--- Adorei, meu amigo! Gostei tanto da mensagem que estou aqui, quase chorando! Muito obrigado!


E o rapaz me perguntou:


--- Sr. Eustáquio, o Senhor tem a ideia de quem lhe enviou essa mensagem?


--- Não, meu amigo, não tenho a mínima ideia! Quem foi? --- perguntei-lhe.


E ele:


--- O Senhor conhece a Mirtes Fonseca?


E eu, sem entender nada:


--- Mirtes Fonseca? Mirtes Fonseca? Não, meu amigo, não conheço nenhuma Mirtes Fonseca!!!


E o jovem me perguntou:


--- Mas... o Senhor não é o Eustáquio? O Eustáquio Camargo? 

Aí, eu me toquei:


--- Oh, meu amigo! Você ligou para o Eustáquio errado. Eu sou o Eustáquio Lins, que trabalha na 1ª Vara Criminal. O outro Eustáquio, o Camargo, trabalha na 2ª Vara Criminal. 


E o jovem:


--- Senhor Eustáquio, então, me desculpe pelo erro!


E eu, terminando, mentindo novamente:


--- Não há por que se preocupar, meu jovem, porque eu adorei a mensagem!


sexta-feira, 28 de junho de 2019

A REVISTA "ISTOÉ" E OS 2 ERROS DE GRAMÁTICA


                                                                  Eustáquio

Prezado leitor,

Na foto abaixo, a capa da revista ISTOÉ desta semana, datada de 26 de junho de 2019.
Na página 16, um artigo do jornalista Luís Antônio Giron, com o título “MORO, LULA E A JORNADA DO HERÓI”.  Nele, destacam-se 2 erros de língua portuguesa: um, relativo à crase, e o outro, à regência verbal. Vamos ao primeiro:
No segundo parágrafo, o jornalista escreve assim:


“ (...) Ao vencer, retorna à casa com uma poção mágica e assim ajuda os homens.”


No período acima, existe uma crase antes da palavra “casa”, daí o erro. Apesar de ser uma palavra feminina, o vocábulo “casa” só aceita crase, se vier determinada, caso em que a crase é obrigatória. Veja, leitor, os exemplos:


a) Chico Torres foi à casa de sua prima Aleuda;
b) Nonato Lins não irá à casa em que nasceu Chico Anysio;
c) Antonio de Pádua chegou à casa do Chico Torres.


Nos exemplos acima, a palavra “casa” está determinada, ou seja, está individualizada: a casa da Aleuda, a casa do Chico Anysio e a casa do Chico Torres. Logo, a crase é obrigatória. No artigo do jornalista, a palavra “casa” não está determinada, não está individualizada, logo, não aceita a crase, mas ele a colocou. Vamos agora ao segundo erro:
No quarto parágrafo, o jornalista assim escreve:


“Lula obedece essa cartilha como quem a conhece há muito tempo.”


O erro aqui está na regência do verbo “obedecer”. Esse verbo exige a preposição “a”, já que é transitivo indireto. Quem obedece, obedece A alguém, e não “obedece alguém”. O correto seria: 

Lula obedece a essa cartilha.

O VENDEDOR E A VÁLVULA DE GÁS


                                                                    Eustáquio

Prezado leitor,

Na foto abaixo, uma válvula de gás comumente presente nas cozinhas dos lares brasileiros. 
Neste momento, caro leitor, estou aqui com meu certificado de vendedor lojista expedido pelo SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). No dia 24 de setembro de 1975, dois meses antes de completar 19 anos de idade, em Sobral, concluí meu curso de vendedor lojista. 
O que faz um professor? Ensina! O que faz um jogador de futebol? Joga! O que faz um motorista de ônibus? Dirige! E o que faz um vendedor? Vende! Pois bem! A função de um vendedor qualquer é vender, e nada mais. Narrarei agora, amigo leitor, um fato real ocorrido comigo na cidade do Gama, aqui, no Distrito Federal, mais ou menos, em 1997. Eu, minha esposa e meus dois filhos (ainda crianças) morávamos numa casa bem espaçosa. Na época, em minha casa, havia uma empregada doméstica maravilhosa chamada Maria Aparecida de Oliveira. 
Num certo dia, pela manhã, por volta das 10h, alguém bateu palmas diante do portão da casa. Eu estava num dos quartos cuja janela ficava defronte para uma salinha onde havia uma pequena mesa. Cida, a empregada, foi atender. Era um vendedor de válvulas de gás, acompanhado por uma jovem morena. Cida retornou à salinha, perguntando à minha esposa se ela queria receber o vendedor. Minha esposa permitiu sua entrada. E eu, no quarto, pela janela, só observando o movimento. O vendedor e sua auxiliar entraram, sentando-se em cadeiras que estavam naquela salinha, sem perceberem que eu estava assistindo a tudo. Ato contínuo, o vendedor abriu uma pasta com vários plásticos, lotada de reportagens de jornais, contendo desastres relativos a explosões de  botijões com gás butano. Enquanto ele mostrava essas desgraças à minha esposa e à empregada, as duas ficaram horrorizadas diante do que viam. Num certo momento, minha esposa olha para mim, e eu, do quarto, aproveitei o momento para balançar negativamente minha cabeça, avisando silenciosamente a ela que não era para cair na conversa do vendedor. Porém, meu aviso não adiantou. E o vendedor perguntou à minha esposa:


--- A Senhora permite que eu veja a válvula e a mangueira do botijão?


Minha esposa, já com medo dos acidentes que viu por meio das matérias de jornais trazidas pelo vendedor, permitiu que ele fosse até à cozinha. É óbvio que o vendedor iria condenar a válvula e a mangueira de minha casa porque ele vendia válvulas e mangueiras. Ele queria a todo custo vender seu produto. E, eu, do quarto, só acompanhando a esculhambação. Quando ele foi à cozinha, minha esposa olhou novamente para mim, e eu, balançando de novo negativamente minha cabeça, avisando a ela que não era para cair na conversa fiada do vendedor. Novamente, não tive êxito. Ao retornar da cozinha, o vendedor disse à minha esposa:


--- Senhora, agradeça a Deus porque não houve um acidente feio em sua casa! A válvula e a mangueira de seu botijão estão nas últimas. Não sei como não houve um desastre aqui!


Leitor, bem que eu mentalizei que o vendedor iria condenar a válvula e a mangueira. Minha esposa e a empregada ficaram com muito medo. Minha esposa, então, perguntou a ele:


--- Moço, e quanto custa essa válvula que você vende?


--- Senhora, ela está barata! Custa apenas R$ 75,00, e a gente aceita cartão de crédito. --- respondeu ele. 

E a minha esposa:


--- Moço, você aceita cheque?


Quando minha esposa disse isso, eu fiquei certo de que ela havia caído na conversa fiada do vendedor. Aí eu não me contive. Do quarto, falei:


--- Calma, pessoal! Eu vou aí!


Saí pela porta do quarto, dando uma volta pelo corredor. Dei um bom-dia ao vendedor e à sua companheira morena. Antes de falar alguma coisa, ofereci aos dois um cafezinho com tapiocas que haviam sobrado. Eles aceitaram. Enquanto eles comiam e bebiam, eu disse:


--- Meu amigo, não tenho interesse algum em trocar a válvula e a mangueira do meu botijão. Aliás, as duas são recentes, novas, com validade para 5 anos, conforme normas estabelecidas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).


Quando o vendedor acabou de me ouvir, quase se engasga com a tapioca. Ele havia percebido que não estava diante de uma pessoa ingênua. E, de forma muito educada, pegando algumas matérias de jornais trazidas por ele, eu ainda disse:


--- Além do mais, meu amigo, você mostrou à minha esposa e à Cida reportagens de jornais com acidentes com botijões, que, no fundo, não têm relação alguma com válvulas e mangueiras. A quase totalidade dos acidentes envolvendo botijões ocorre devido ao mau uso, e não à deficiência de válvulas e mangueiras. Por exemplo, colocar o botijão em local fechado, passar a mangueira por trás do fogão, passar sabão quando há vazamento na válvula etc. 


O vendedor e sua acompanhante ficaram completamente calados. Após tomarem o café e comerem tapiocas, agradeceram a cortesia e foram embora. 
Virei-me para minha esposa e para a Cida, dizendo, com um sorriso estampado no rosto:


--- E vocês duas aí fiquem espertas! O objetivo de um vendedor é apenas um, e nada mais: vender seu produto! Se eu vendo válvulas e mangueiras para botijões de gás, é óbvio que eu vou condenar a válvula e a mangueira dos botijões das casas ou apartamentos que visito. É óbvio! Se eu não condenar, não venderei meu produto, e perderei meu emprego. 
É simples assim!