Os números não mentem!
Calma, leitor! Muita calma nessa hora! Estou me referindo à Estatística, e não à numerologia. A Estatística é uma Ciência. A numerologia, uma superstição.
O jornal Correio Braziliense, quarta-feira passada, dia 30, na página 27, trouxe uma matéria intitulada “Crimes graves em ascensão”. A reportagem ocupa por completo a página, trazendo dados estatísticos fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Eis, abaixo, as estatísticas relativas aos crimes praticados no Distrito Federal no período de 1º de janeiro a 29 de novembro do corrente ano:
“Latrocínio 52
Tráfico de drogas envolvendo crianças e adolescentes 585
Roubo com restrição de liberdade da vítima 615
Homicídio 674
Violência contra a mulher 10.171
Furto de veículo 5.024
Roubo de veículo 2.451
Roubo a banco 1”
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Muito bem! Quem vê os dados acima vai perceber facilmente uma coisa: como as mulheres sofrem! Somente aqui, em Brasília, neste ano, de janeiro até novembro, foram registrados 10.171 casos de violência contra a mulher. Isso em Brasília! Imagine nos outros estados da Federação! E veja bem, amigo leitor, foram apenas os casos registrados pela Polícia Civil. E os não registrados, aqueles que ficaram em silêncio porque a mulher não teve a coragem de ir a uma delegacia?
Os números não mentem! Os casos de violência contra a mulher superam, e muito, os de latrocínio, homicídio, roubo, furto etc. Aí estão as estatísticas!
Sou um fervoroso defensor das mulheres. Conheço sua árdua e dolorida história. Já mostrei em inúmeros artigos a luta e o sofrimento que esse ser maravilhoso enfrentou e ainda enfrenta. E farei isso sempre. Sempre!
Em 9 de julho de 2010, ano passado, encaminhei a meus leitores o artigo “Um caso de violência contra a mulher”. Ali narrei uma agressão à mulher ocorrida em minha família. Uma de minhas irmãs apanhava diariamente do marido. Em 1975, quando fui morar em Fortaleza, bem perto deles, a coisa mudou. Com apenas 19 anos, dei uma surra inesquecível no desgraçado. Ele passou um mês sem poder andar. Dali em diante, nunca mais levantou a mão contra a minha irmã.
O homem que bate em mulher é o mais covarde de todos. Só é valentão dentro de casa. Na rua, apanha de todos. Neste país mergulhado na corrupção, a cada dia, no mínimo, 10 mulheres são covardemente assassinadas. Uma verdadeira barbárie!
A mulher é um ser maravilhoso! O homem despeja-lhe na vagina milhões de espermatozoides. Um deles alcança na Trompa de Falópio um óvulo. No encontro, a sopa que irá formar um novo ser humano. Onde esse novo ser será formado? No útero materno. O homem não tem útero. E a mulher sofre, ao longo de 9 meses, profundas transformações em seu corpo. O homem nada sofre.
Nasci de uma mulher. E assim todo ser humano. Todo homem deve a vida à mulher. Se não existisse a mulher, não haveria o homem, mas somente o jumento, o leão, o gato, o rato etc. Devo, portanto, a minha vida à minha mãe. É óbvio que o papai entrou com 50%. Só que a minha mãe, além de ter também colaborado com 50%, ofereceu seu útero para que eu me tornasse um ser com carne, osso, veias, artérias etc. Sem o útero materno, eu não teria existido. Dona Gerarda, minha mãe, teve 19 filhos! Todos nasceram de parto vaginal. Imagine o estrago causado na vagina de minha inesquecível mãe. Todo mundo sabe que a cabeça de um cearense não é moleza. Minha mãe, na verdade, não foi uma mulher, mas uma fábrica de reprodução humana. Quando eu, brincando, dizia isso, ela me respondia com um sorriso:
--- Ô menino doido!
Meu pai nunca agrediu minha mãe. Jamais. E irmão meu algum bate em sua esposa. Não há hoje casos de violência à mulher em minha família.
Lamentavelmente, um universo de mulheres continua sofrendo violências patrocinadas pelos homens. Namorados, irmãos, pais e esposos agridem e matam namoradas, irmãs, filhas e esposas. Na relação conjugal, a violência contra a mulher deita e rola. Todos os dias, revistas, jornais e televisões mostram barbaridades praticadas contra as mulheres. São agredidas brutalmente pelo macho. E são friamente assassinadas com requintes de crueldade.
Eu já presenciei algumas das violências contra as mulheres. Em cada rua, em cada bairro e em cada cidade, com certeza há inúmeras mulheres que apanham de seus algozes. O povo pensa erroneamente que somente a mulher pobre é que apanha do marido. Nada disso. A mulher rica, da “alta” sociedade, sofre também com a violência praticada pelo companheiro. A diferença reside no silêncio. A mulher rica apanha calada porque sente vergonha de um futuro escândalo, já que possui um certo status social. Já a mulher pobre não tem essa frescura. Grita, aos berros, a fim de que os vizinhos fiquem cientes da violência praticada pelo companheiro.
Quando um homem espanca, mata ou manda matar sua companheira, eu sinto uma raiva profunda. Não há, caro leitor, covardia maior. Por questão cultural, e não pela anatomia humana, a mulher é fisicamente mais sensível que o homem. E o homem mau se aproveita dessa sensibilidade feminina. Os seios e a vagina são os órgãos mais atingidos pelos socos e pontapés. Não há maldade maior, caro leitor. Certa vez, num domingo, eu estava trabalhando na penitenciária, quando ocorreu um fato muito triste. Uma frágil mulher grávida estava visitando o marido que se encontrava preso. De repente, ele, no pátio, começou a agredir a pobre mulher indefesa, a própria esposa. Os outros presos trouxeram a infeliz mulher até a porta. Vi aquele frágil corpo machucado, sofrido e torturado. O sangue jorrava da vagina da pobre mulher. Foi levada rapidamente ao hospital. Por pouco, não falecera, mas havia perdido o bebê.
Eu já presenciei algumas das violências contra as mulheres. Em cada rua, em cada bairro e em cada cidade, com certeza há inúmeras mulheres que apanham de seus algozes. O povo pensa erroneamente que somente a mulher pobre é que apanha do marido. Nada disso. A mulher rica, da “alta” sociedade, sofre também com a violência praticada pelo companheiro. A diferença reside no silêncio. A mulher rica apanha calada porque sente vergonha de um futuro escândalo, já que possui um certo status social. Já a mulher pobre não tem essa frescura. Grita, aos berros, a fim de que os vizinhos fiquem cientes da violência praticada pelo companheiro.
Quando um homem espanca, mata ou manda matar sua companheira, eu sinto uma raiva profunda. Não há, caro leitor, covardia maior. Por questão cultural, e não pela anatomia humana, a mulher é fisicamente mais sensível que o homem. E o homem mau se aproveita dessa sensibilidade feminina. Os seios e a vagina são os órgãos mais atingidos pelos socos e pontapés. Não há maldade maior, caro leitor. Certa vez, num domingo, eu estava trabalhando na penitenciária, quando ocorreu um fato muito triste. Uma frágil mulher grávida estava visitando o marido que se encontrava preso. De repente, ele, no pátio, começou a agredir a pobre mulher indefesa, a própria esposa. Os outros presos trouxeram a infeliz mulher até a porta. Vi aquele frágil corpo machucado, sofrido e torturado. O sangue jorrava da vagina da pobre mulher. Foi levada rapidamente ao hospital. Por pouco, não falecera, mas havia perdido o bebê.
A cantora Rita Lee disse:
“mulher é um bicho esquisito, todo mês sangra”.
Não, Rita Lee, a mulher não sangra todo mês. Ela sangra todo dia por causa da violência praticada pelos machos. 10 mulheres assassinadas por dia!
Que bom seria se as mulheres sangrassem apenas durante a menstruação!
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