quarta-feira, 4 de abril de 2012

O HOMICÍDIO DO JUIZ E O TRIBUNAL DO JÚRI DE MATO GROSSO

Justiça é uma piada neste país. E Tribunal do Júri, pior ainda!
No Tribunal do Júri, quem julga o réu é o cidadão comum. Não é um juiz especializado em Direito. E o cidadão comum não conhece Direito. É uma pessoa que se deixa levar facilmente pelo teatro patrocinado por advogados.
Sexta-feira passada, dia 2, o Jornal da BAND, apresentado por Ticiana Villas Boas, Ricardo Boechat e Joelmir Beting, noticiou um julgamento realizado pelo Tribunal do Júri de Mato Grosso, semana passada. Uma verdadeira piada! Eis o caso:
Em 1999, o juiz de Direito Leopoldino Marques do Amaral, da Vara de Família de Cuiabá, com 55 anos de idade, foi assassinado com 2 tiros na cabeça e ainda teve seu corpo parcialmente carbonizado. Leopoldino vinha denunciando irregularidades no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, tais como: venda de sentenças, nepotismo, corrupção, fraude em concursos públicos etc. Para calá-lo, meteram-lhe na cabeça dois tiros que lhe tiraram a vida.
Veja, leitor. O crime bárbaro ocorreu em 1999. Portanto, há 12 anos. O julgamento só ocorreu semana passada. O empresário Josino Guimarães foi acusado de ter sido o mandante do homicídio. Agora, amigo leitor, vem a piada de autoria dos julgadores, ou seja, das pessoas comuns que participaram do Júri, cidadãos de Mato Grosso.
Diante do quesito acerca da materialidade do crime, isto é, da certeza de que a vítima morreu, já que o corpo foi encontrado, a maioria dos jurados decidiu que o juiz Leopoldino realmente estava morto. Até aqui, caro leitor, tudo bem!
Ante o quesito que versava sobre a autoria do crime, os jurados também, por maioria, decidiram que o empresário Josino Guimarães realmente foi o mandante do homicídio. Até aqui, caro leitor, tudo bem!
Agora vem a esculhambação: diante do último quesito que indagava aos jurados se o réu era culpado ou inocente, os jurados absolveram o réu Josino Guimarães!
Que absurdo! Que monstruosidade! Que loucura! Que hediondez! Que imbecilidade! Que safadeza!
Ora, se a maioria dos jurados concluiu que o juiz está morto (materialidade) e que o empresário Josino Guimarães foi o mandante do homicídio (autoria), é óbvio que ele deveria ser declarado culpado. É o óbvio. Eis o silogismo, caro leitor:
O juiz Leopoldino foi assassinado. (1ª premissa)
O empresário Josino Guimarães mandou matá-lo. (2ª premissa)
Logo, o empresário Josino Guimarães é culpado. (Conclusão)

Pois bem! O “respeitadíssimo” corpo de jurados, pessoas comuns, por maioria, decidiu que o juiz foi assassinado e que Josino Guimarães foi o mandante do homicídio. Porém, concluiu que Josino é INOCENTE! Como? Onde? Ora, se Josino foi considerado o mandante do crime, é loucura afirmar que ele é inocente! Pura loucura!
Essa decisão causou revolta em todo o Brasil.
O Ministério Público local já recorreu contra essa loucura.

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