quinta-feira, 5 de abril de 2012

SHOPPING BOULEVARD: CACHORRO E TAXA DE ESTACIONAMENTO‏



                               Todos os sábados, vou a Sobradinho para visitar o meu sogro e a minha sogra. Chego lá por volta das 13h30, saindo às 18h. Na volta para casa, a pedido de minha esposa, passo pelo Shopping Boulevard que fica situado no finalzinho da Asa Norte.
O Boulevard é um shopping pequeno, mas bem gostoso. Não acompanho minha esposa pelos corredores e lojas. Não carrego essa cruz por me ser bastante insuportável. As mulheres adoram entrar em qualquer lojinha que encontram pela frente, observando atentamente os produtos. Os homens não! Enquanto minha esposa peregrina com prazer por lojas e lojas, eu fico apenas em um lugar: Livraria Leitura. Lá eu me delicio. Fico, no primeiro andar, sentado numa poltrona, lendo gratuitamente alguns livros. Já li vários livros lá, sem gastar um tostão. Para não perder o rumo da leitura, anoto num papel o número da ultima página. No sábado seguinte, continuo a leitura. Quando um livro é realmente bom, bem fundamentado, acabo comprando. Hoje, só leio aquilo que realmente me interessa.
O Boulevard, amigo leitor, não cobrava estacionamento. Sábado passado, dia 5, uma tristeza me invadiu. Ele agora está cobrando estacionamento. Cheguei lá por volta de 18h25, e saí pontualmente às 20h. Não fiquei, pois, nem por 2 horas. Apenas por ter deixado o meu carro no estacionamento, paguei exatos 7 (sete) reais. Que roubalheira! Como os empresários são ladrões!
Veja, amigo leitor. O meu carro, coitadinho, não fez mal algum ao shopping. Ele ficou paradinho, justamente onde eu o deixei. Ele não cagou em um dos banheiros do estabelecimento, não vomitou em um dos corredores, não contaminou o ar-condicionado com a emissão de peidos etc. Pagar taxa de estacionamento é uma roubalheira legalizada com dimensões astronômicas. O povo paga porque é idiota. O povo é mais forte do que qualquer empresário, porém, por ser idiota, não tem essa consciência. O povo tem uma arma poderosíssima chamada boicote. Se cada brasiliense resolvesse boicotar, ou seja, não entrasse em shoppings enquanto não caísse a taxa de estacionamento, a gratuidade voltaria a reinar. Ora, amigo leitor, quem possui lojas emshoppings quer vender, apenas vender seus produtos. As despesas com impostos, taxas, condomínio e salários de empregados são altíssimas. Por isso, os empresários precisam vender suas mercadorias. Imagine, caro leitor, se não aparecesse um cliente sequer! O que aconteceria? Ora, os empresários iriam à falência. Portanto, boicotar é a solução para que essa roubalheira não continue. Lamentavelmente, o povo não age assim. Apenas reclama do valor abusivo, mas continua frequentando e pagando o valor abusivo. Isso é uma piada!
Eu moro no Guará. O Park Shopping está localizado nessa cidade. Antes da instituição da taxa de estacionamento, eu sempre ia lá. Deixei de ir quando criaram a roubalheira. E também não irei mais ao Shopping Boulevard. Quando eu sair de Sobradinho, já virei direto para casa. Minha esposa ficou triste com essa minha decisão. Ela adora dar dinheiro para ladrões. Eu sei, amigo leitor, que sozinho não vou conseguir mudar o mundo. Eu sei disso. De nada adianta eu deixar de ir ashoppings quando uma multidão vai. Só que a minha consciência não permite que eu faça isso. Se eu for caminhar pelos mesmos caminhos trilhados pela multidão, estarei perdido, lascado. A multidão é cega, completamente cega. Prefiro a luz mesmo isolado a viver na escuridão juntamente com todos. Rui Barbosa (1849 – 1923) já dizia que “o mundo melhora quando cada um de nós melhora”.  Essa frase é verdadeira. Se cada brasiliense, por exemplo, boicotasse os shoppings, o mundo melhoraria porque ninguém iria mais pagar taxa de estacionamento.
A roubalheira dos empresários é gritante. Paguei 7 reais por duas horas de estacionamento. Multiplique, caro leitor, esse valor pelo número de carros que ali estavam. Essa roubalheira gera fortuna para os empresários. Paguei 7 reais por nada! Não levei para casa produto algum, e o empresário embolsou meu dinheiro. Que roubalheira!
Naquele mesmo sábado, vi uma coisa esquisita: um cachorro no corredor do Boulevard, dentro de um carrinho conduzido por uma madame. Há alguns meses, escrevi a meus leitores sobre a liberação de animais irracionais nosshoppings. Sou totalmente contra. Ora, um cachorro, por exemplo, não é um ser humano. Um cachorro é um cachorro, e um ser humano é um ser humano. Disso ninguém duvida. Só que existem pessoas que veem um cachorro como se fosse um ser humano. Isso é uma loucura! Logo de início, um cachorro é um animal irracional quadrúpede. Já o homem é um animal racional bípede. Só aqui há 2 diferenças pois. E as diferenças prosseguem. Um cachorro, por sua natureza, vive nu, com os seus órgãos genitais à mostra. O homem não. Por força cultural, em sua quase totalidade, vive com roupas, escondendo os órgãos genitais. É grande a distância do ato sexual do cachorro da do ato sexual do homem. Os cachorros fazem sexo no meio da rua, à vista de todos. Eles, obviamente, não estão nem aí. Com o homem, a coisa é completamente diferente. Não faz sexo no meio da rua. Para satisfazer seu prazer sexual, procura um lugar tranquilo e discreto, longe dos olhares dos outros. E o homem, quando alcança o orgasmo, não fica com o pênis grudado, preso, na vagina da fêmea, como ocorre com os cachorros. O homem, por ser racional, vai a shoppingsa fim de se divertir. Ele assiste a um filme, compra um livro, uma roupa, um carro, faz refeições nos restaurantes, toma um cafezinho etc. E o cachorro? Que diabo o cachorro faz nos shoppings? Ele assiste a um filme? Senta-se na cadeira de um restaurante para almoçar ou jantar? Compra alguma coisa? Claro que não, amigo leitor. O cachorro nos shoppings só serve para uma coisa: encher o saco das pessoas.
Eu só vi o cachorro no corredor do Boulevard porque ele estava latindo sem parar. Ele latia porque aquele lugar não é adequado para ele. É muito barulho para um cachorro. A madame, sua proprietária, estava com uma cara feia, fechada, porque as pessoas passavam por ela com ar de reclamação. Se a madame tivesse deixado o cachorro em sua casa, não teria ficado com raiva das pessoas. Isso é o óbvio. Não me canso de dizer que shopping não é lugar para cachorro. O animal fica profundamente estressado diante de tanta gente e de tanto barulho. Na verdade, a sua presença só atrapalha, prejudicando os ouvidos dos outros e atrapalhando a realização das compras.
O difícil, caro leitor, é colocar isso na cabeça das madames.
 

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