quinta-feira, 5 de abril de 2012

ERREI, PORRA!!!‏


Numa tarde chuvosa, coisa rara em Sobral, no Ceará, os garotinhos corriam para a Igreja da Sé, a mais famosa da cidade. Iam lá não para rezar, é óbvio, mas apenas para aproveitar a queda d’água proporcionada por uma grande bica. Que coisa gostosa! Que saudade!
Márcio Ribeiro, um dos garotinhos, com apenas 9 anos de idade, passada a chuva, encostou-se na porta principal da igreja, que já estava aberta. Olhando para o chão, avistou uma formiga que corria de um lado para o outro, mais perdida do que cego em tiroteio. Decidiu matar a bichinha com um palito de fósforo. Quando jogava o palito contra a formiga, sem soltá-lo, ela se desviava do ataque. A cada investida sem sucesso, Márcio gritava:

--- Errei, porra!

Mais uma tentativa fracassada:

--- Errei, porra!

Padre Lira Fialho, o mais conhecido da cidade, ouvia o palavrão do garoto. Caminhou até ele, dizendo:

--- Meu filho Márcio, não faça isso com a pobre formiguinha!

E o Márcio, sem educação, berrava:

--- Ah, seu padre, vá encher o saco do sacristão!

Padre Lira ficava irritado diante daquele moleque. E o moleque continuava:

---Errei, porra!

Impaciente, padre Lira lhe disse:

--- Olha, moleque, queira Deus que um raio caia do céu na sua cabeça!

Mal acabou de falar, um raio cai do céu na cabeça do padre Lira, matando-o instantaneamente. E, do céu, veio uma voz forte e estrondosa:

--- ERREI, PORRA!

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