quarta-feira, 4 de abril de 2012

MARIA PAULA E A AÇÃO PREDATÓRIA DO HOMEM

O homem é o pior animal que existe na face da Terra.
Maria Paula nasceu em Brasília. É atriz e apresentadora de televisão. Era integrante do grupo humorístico Casseta & Planeta, ao lado de Bussunda, Hubert, Marcelo Madureira e outros. Semana passada, esteve no Programa do Jô.
Ela mantém, aos domingos, uma coluna no jornal Correio Braziliense, publicada num caderno suplementar chamado de Revista do Correio. Já abordei em vários artigos algumas crônicas de Maria Paula. Gosto do que ela escreve porque escreve a verdade.
Domingo passado, dia 27, na página 49 do suplemento supracitado, ela escreveu o artigo A dança da destruição. Numa manifestação lacônica, mostrou a ação maléfica do homem sobre a natureza. E isso é uma grande verdade. Maria Paula assim inicia o seu artigo:
“Depois de centenas de milênios evoluindo lentamente, o ser humano atingiu um ponto em que começou a interferir na natureza de forma tão aguda que temos de assumir a responsabilidade pela possível destruição do planeta.”
Eis uma verdade! O homem é o pior animal que existe no planeta Terra. É o único animal que polui o meio ambiente. Como todos os animais, o homem é um ser em evolução, um processo natural que exige tempo, muito tempo. Quando surgiram os primeiros hominídeos, o impacto maléfico sobre a natureza era reduzido a zero. O homem ainda não havia inventado e descoberto elementos nocivos à sua saúde e à do planeta: petróleo, indústrias, energia nuclear, automóveis, fertilizantes etc. As águas puras e cristalinas se faziam presentes nos mares, rios, lagos e lagoas. Só que o homem, por ser um animal sexuado, sempre gostou de fazer sexo. E veio a prole. Pequenos grupos humanos, ao longo do tempo, se transformaram em sociedades humanas. Os problemas se tornaram complexos. Aí, o homem descobriu o petróleo. Inventou a energia nuclear, o automóvel, os fertilizantes, as indústrias, a troca de mercadorias, o dinheiro etc. Hoje, ano 2011, a população mundial já chegou a 7 bilhões de pessoas. Como o homem gosta de trepar! Atualmente, o homem não consegue viver sem agredir a natureza. Como bem diz Maria Paula, chegou o momento em que o homem não consegue viver sem interferir de forma aguda na natureza. E ele está destruindo o planeta Terra lentamente. A poluição provocada pelo homem, e somente pelo homem, atinge hoje níveis catastróficos. Carl Sagan, o grande astrônomo, já alertava o mundo.
E Maria Paula prossegue:
“São milhões de espécies diferentes de seres extraordinários ameaçados por nós, seres humanos.”
Eis outra verdade! Milhares de animais irracionais, lindos e maravilhosos, já não existem mais porque o homem os extinguiu. Algumas espécies, por exemplo, de leões, macacos, pássaros, jacarés e ursos já não mais existem por causa da ação predatória do homem. Por prazer e por ganância ao dinheiro, o homem mata animais para transformá-los em bolsas, sapatos e roupas.
Maria Paula continua:
“Nosso mundo perdeu mesmo a noção. A indústria automobilística comemora o aumento da produção. Loucura! As cidades já estão entupidas e intransitáveis.”
Com razão, Maria Paula. De fato, o homem há muito tempo perdeu a noção de sua própria existência. As indústrias automobilísticas comemoram realmente a produção. Milhares de carros são vendidos a cada dia. O preço foi reduzido, e as prestações facilitadas. As desgraças causadas pelos carros são inúmeras: poluições sonora e atmosférica, exigência de vias asfaltadas, extinção de espaços verdes, exacerbado estresse, estacionamentos insuficientes etc. Nas grandes capitais, devido ao número excessivo de carros, já há o rodízio. E o homem continua fabricando mais veículos. O objetivo é vender para ganhar mais dinheiro.
E mais à frente:
“Precisamos é parar de crescer! A ideia de que o grau de felicidade de uma nação é diretamente relacionado ao seu PIB é uma bela MENTIRA. As pesquisas indicam que é nos países mais ricos que encontramos os maiores índices de suicídio.”
Parar de “crescer” é impossível. Não há como evitar esse “crescimento”. Que crescimento! O homem só visa ao dinheiro. Num triste dia, ele terá um montão de dinheiro, porém não poderá comprar, por exemplo, água potável porque ela já foi extinta por causa de sua ação predatória. Inúmeras nascentes já não existem mais por causa da construção de habitações humanas.
A felicidade de um povo não está ligada a crescimento de PIB (Produto Interno Bruto) algum. Não está amarrada a dinheiro algum. Maria Paula tem razão. Trata-se de uma pura mentirinha. Como bem o diz, as estatísticas comprovam que as pessoas ricas é que são potencialmente suicidas.
Ora, quem não tem dinheiro pensa que a pessoa rica vive num mar de felicidades. Isso não é verdade. E as estatísticas estão aí para comprovar. Regra geral, o pobre não se suicida. Vive feliz mergulhado na miséria. A quase totalidade do trabalhador brasileiro vive no sufoco. Ganha mensalmente apenas um salário mínimo, usa transporte público, mora em barracos fétidos, leva “quentinhas” para o serviço, não tem lazer algum, porém não se suicida.
Com a pessoa rica, a situação é diferente. O maior número de suicídios pertence aos países ricos. Na Suíça, por exemplo, país riquíssimo, o índice de suicídios é alarmante. Se o dinheiro trouxesse, por si só, felicidade, não haveria suicídios na Suíça. E na Etiópia, um dos lugares mais miseráveis do mundo? Ora, lá quase não há suicídios. Na Índia, também não. No Brasil, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, apesar de ter “alegre” no nome, é a capital brasileira que detém o maior número de suicídios. E Porto Alegre é uma das capitais mais ricas do Brasil. Nas capitais brasileiras paupérrimas (Teresina, Macapá, Boa Vista e Belém), a taxa de suicídios é muito menor.
São inúmeras as pessoas ricas que vivem infelizes, que se suicidam. O cantor norte-americano Elvis Presley foi um exemplo. Ele tinha tudo o que uma pessoa pode almejar na vida: beleza física, fama, saúde e dinheiro, muito dinheiro. Ele era feliz? De forma alguma. Elvis tinha surtos de infelicidade. Possuía avião, mansões, carros de luxo, motos, fazendas etc. Desde a morte de sua mãe, tornou-se mais triste ainda. Após o divórcio, a coisa piorou. Já não saía mais de sua mansão. Havia perdido o sentido da vida. Atolou-se em drogas lícitas. Morreu no banheiro de sua mansão. Deixou sua fortuna para a filha. E aí, caro leitor? Ele tinha dinheiro, mas felicidade não! Christina Onassis, na época a mulher mais rica do mundo, a única herdeira do bilionário grego Aristóteles Onassis, se suicidou na Argentina. Já um trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo por mês não se suicida. O cabra é resistente!
E Maria Paula encerra seu artigo:
“Uma pena! Precisamos acordar com urgência, antes que seja tarde.”
O apelo de Maria Paula não surtirá efeito. O homem é o pior animal que existe no planeta Terra. Lembro-me de um pensamento de um filósofo cujo nome esqueci:
“O homem está construindo uma cama de pregos. E o pior é que ele, algum dia, se deitará nela.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário