domingo, 27 de outubro de 2019

JESUS MORREU POR VOCÊ




Eustáquio
                     
                       
                      Estou aqui com o livro “Por que Deus permite o sofrimento e o mal?”, escrito por John Ankerberg e Dillon Burroughs, editora Holy Bible, 2010. Ankerberg é norte-americano, da Igreja Batista, possui um mestrado em artes na história da igreja, um mestrado em divindade e um doutorado em ministério. Seu companheiro Dillon Burroughs é também norte-americano, batista, formado em teologia. Na página 15, eles escrevem o seguinte:



                 “Jesus deixou um exemplo perfeito desse amor ao ofertar sua vida por nós.”


                 Tenho dito com frequência que os livros religiosos, principalmente os evangélicos, só levam as pessoas ao erro e à ignorância. Em inúmeros vídeos, abordo vários livros evangélicos, mostrando uma série de erros e absurdos. Aproveito a oportunidade para analisar mais um desses absurdos que está presente no livro dos dois teólogos norte-americanos.
               John Ankerberg e Dillon Burroughs afirmam que o Jesus das narrativas lendárias do Novo Testamento deu a maior prova de amor, isto é, morreu pela humanidade. Ofertou sua vida. Eis mais um absurdo do cristianismo.
                O teólogo, psicanalista, escritor e ex-pastor protestante Rubem Alves, no livro É uma pena não viver. Uma biografia de Rubem Alves”, de Gonçalo Junior, editora Planeta, 2015, na página 145, diz:



                   “A teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo.”



                E, na página 163, continua:



                    “Onde estava a minha inteligência? Tenho vergonha de haver acreditado no que acreditei. (...) Joguei minha vida inteira nas ideias doidas.”


                   Sempre tenho dito em meus vídeos que, para entender a Bíblia, é necessário conhecer os costumes da sociedade hebraica (Velho Testamento) e da sociedade judaica (Novo Testamento). Se uma pessoa desconhecer esses costumes, será facilmente levada ao erro por escritores cristãos. A pergunta é: por que os cristãos dizem que Jesus morreu pela humanidade, deu sua vida por nós? Eles inventaram essa maluquice, ou foram buscá-la em algum lugar? A resposta é muito fácil: eles não inventaram. Foram buscar em algum lugar! Mas onde? Ora, foram buscar nas escrituras hebraicas, hoje, o Velho Testamento, que não é velho para os judeus.
                 Os cristãos que frequentam igrejas, regra geral, não têm familiaridade com a Bíblia. Não a leem, não a estudam, não a examinam a fundo. Eles acreditam piamente nos discursos dos líderes religiosos, daí o fato de incorrerem em erros fantásticos. As escrituras hebraicas são mais antigas do que todos os livros que estão no Novo Testamento. Isto é, existiam há 4 mil anos antes do surgimento dos textos cristãos (Novo Testamento). Para ser mais claro, quando os textos de Gênesis até Malaquias foram escritos, não havia nenhum cristão na Terra, não existia o cristianismo. Quando os cristãos apareceram na Terra, formaram seus livros (Novo Testamento) a partir das escrituras hebraicas (Velho Testamento). Veja que sempre eles fazem referências ao Velho Testamento. Sempre. Então, os cristãos primitivos tiveram como fonte os livros que estão hoje no Velho Testamento. Por exemplo, quando os cristãos dizem que Jesus ressuscitou, não estão afirmando coisa nova. Foram buscar a ressurreição nas escrituras hebraicas, fantasia que era muito comum já naquela época. Portanto, a ressurreição de mortos não foi uma fantasia criada pelos cristãos, mas pelos hebreus.
             E o mesmo fenômeno ocorreu com a fantasia cristã de que Jesus morreu pela humanidade. Ou seja, de que Jesus foi sacrificado em prol da humanidade. Essa maluquice os cristãos foram buscar também nas escrituras hebraicas. Em todo o Velho Testamento, que não é velho para os judeus, o sacrifício em prol da humanidade, do povo, está presente. Os cristãos pegaram essa ideia absurda e a empregaram em Jesus. Veja, por exemplo, o livro de Levítico, capítulo 9, versículo 2:




              “E disse a Arão: Toma um bezerro, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto, ambos sem defeito, e traze-os perante o Senhor.”


               

           Nessa passagem bíblica, o lendário Moisés diz a seu irmão Arão que ele deve pegar um bezerro e um carneiro sem defeito, como oferta pelo pecado do povo. Repito: quando esse texto foi escrito, não havia um cristão na Terra. Veja a ignorância dos hebreus! Eles sacrificavam animais irracionais (e até seres humanos) como oferta pelo pecado do povo. Eles sangravam os animais, e os ofertava ao deus hebreu para que a divindade perdoasse os pecados do povo. Assim, os animais irracionais eram sacrificados, eram ofertados em prol do povo. Morriam pelo povo.
                 A partir do momento em que surgiram os cristãos, eles liam essas passagens de sacrifícios com animais e as achavam uma coisa linda. E aí empregaram o terrível sacrifício em Jesus. Eles diziam intimamente assim: se os hebreus praticavam o sacrifício de animais em prol do povo, então vamos praticar o sacrifício de Jesus também em prol do povo. E aí Jesus, um homem, foi sacrificado para que o deus hebreu perdoasse os pecados da humanidade. Entendeu? Veja que, no Velho Testamento, os animais sacrificados não deveriam ter defeitos. E, na visão dos cristãos, Jesus não tinha defeitos. Daí, seu sacrifício! Entendeu a ligação dos animais irracionais sem defeitos com o Jesus sem defeitos?  Veja o que está no evangelho de João, capítulo 1, versículo 29:




           “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”


            Aqui, já é um texto cristão, no Novo Testamento. Está dito que Jesus é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Ora, os cordeiros eram também sacrificados pelos hebreus para que o deus hebreu tirasse o pecado do povo, como vimos na passagem que está em levítico. Entendeu agora como os cristãos foram buscar nas escrituras hebraicas essa maluquice do sacrifício de Jesus? Além de ser uma maluquice, é uma visão errônea de justiça do homem antigo. Naquele mundo profundamente atrasado, era comum pessoas inocentes pagarem pelas ações de outras pessoas. E os cristãos pegaram carona nesse barco de atraso. É um absurdo sacrificar a Jesus, um inocente sob a visão cristã, para que o deus hebreu perdoasse o pecado da humanidade. É o justo pagando pelos pecadores! Ora, em nosso mundo civilizado de hoje, ninguém aceita essa maluquice. Quem comete um erro é que deve pagar por esse erro. Por exemplo, se um pai comete um crime, somente ele deverá receber a punição. O Estado não vai sacrificar o filho dele para que os pecados de seu pai sejam perdoados. Essa maluquice só está na Bíblia e em livros muitos antigos.
                 Sempre tenho afirmado em meus vídeos que, você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, possui um cérebro em sua cabeça. Ele não está lá para separar suas orelhas, mas para que você pense, raciocine, medite, analise, compare etc. Se você usá-lo na primeira modalidade, será facilmente enganado por líderes cristãos.

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