Eustáquio
Suponha a seguinte situação:
você mora numa mansão com elevador, sauna, piscina, quadra de esporte etc. Num
domingo qualquer, você se encontra sentado numa cadeira, lendo o jornal do dia,
próximo à piscina. E aí você escuta um barulho, algo caindo na piscina. Abaixa
o jornal, e vê seu filhinho, com apenas 3 anos de idade, afogando-se. O que
você faz? Ora ao seu deus ou deuses, ou corre para salvar seu filho? Com
certeza, você se levantará rapidamente da cadeira, desesperado, jogando-se na
água para salvar seu filho. Não tenho a menor dúvida de que você agiria assim.
E o que aconteceria com seu filho, se você apenas orasse a seu deus, pedindo
socorro? Com certeza, seu filho teria morrido afogado. Eis uma pequena prova de
que oração nada resolve, não produz efeito algum.
O cristão protestante alemão
Martinho Lutero (1483 – 1546) afirmou o seguinte:
“A
razão é a cortesã do Diabo. Deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o
maior inimigo da Fé.”
Aplausos para
Lutero! A razão, de fato, nada tem a ver com fé religiosa, seja ela de que
natureza for. Fé é mera crença, ilusão, fantasia, desprovida de razão. A razão
diz que orar a deuses é pura perda de tempo, nada resolve. Já a fé religiosa
diz que, se você orar aos deuses com fervor, obterá tudo aquilo que deseja. Ontem,
o Edson Martins escreveu assim:
“Não tem como conciliar razão com religião.
Onde uma está, a outra não! É como o dia e a noite, a verdade e a mentira, a riqueza e a pobreza.”
De fato, o ateu Edson Martins
tem toda razão! Nessa linha, ele concorda com o cristão protestante alemão. Sobre
a ineficácia da oração, o teólogo, ex- pastor protestante, psicanalista,
escritor e professor universitário, já falecido, Rubem Alves, numa palestra,
manifestou-se assim:
“o papa ora pela paz, mas o
mundo continua em guerra.”
Ou seja, as
orações do papa não surtem efeito algum. E Rubem fala ainda sobre a
irracionalidade das orações. Ora, se o deus hebreu é onisciente, já sabe o que
é necessário, ou não, não há obviamente necessidade de alguém orar, de alguém
pedir. E, já que o mundo continua em guerra, apesar das orações do papa, então
o deus hebreu é a favor da guerra, uma vez que não atende às orações do papa. Você,
que está assistindo a esse vídeo, entendeu a idiotice no ato de orar? Pois
fique sabendo que as igrejas cristãs propagam que as orações são eficazes, e
muitas ganham rios de dinheiro com o chamado “disque-oração” que é, na verdade,
disque-enganação.
Em seu livro “Pecar
e Perdoar – Deus e o homem na história”, editora Harper Collins, 2017, na página
190, o historiador e escritor brasileiro Leandro Karnal, entre outras coisas,
escreve assim:
“A oração funciona? Tenho certeza que, na maioria dos acidentes graves
da aviação, muitas pessoas fizeram o sinal da cruz ou, ao menos, gritaram ‘meu
Deus!’. E os aviões caíram.”
Karnal, com toda razão, mostra que oração não surte efeito algum. Nada
resolve de fato. E, na mesma página, ele continua:
“Suponho, igualmente, em todos os hospitais do mundo, religiosos de
todos os credos fizeram preces por entes queridos que agonizavam, e esses
pacientes morreram. (...) Se fosse uma medicação, a prece seria considerada,
matematicamente, ineficaz. Mas continua sendo feita.”
Bela e verdadeira a afirmação do Karnal. A oração é completamente
ineficaz, mas ainda continua sendo feita pelos fiéis. E o pior: muitas igrejas
cristãs faturam muita grana por meio desse engodo, dessa enganação. Veja a
parte final da passagem acima:
“Se fosse uma medicação, a prece seria considerada, matematicamente,
ineficaz.”
O Karnal não traz exemplos sobre essa afirmação, mas explicarei agora.
Suponha que 100 pessoas estejam com uma pequena dor de cabeça. Se as 100
pessoas tomarem uma pequena quantidade de dipirona diluída na água, a dor de
cabeça desaparecerá em 30 minutos. Todas as pessoas se livrarão da dor porque
realmente o medicamento é eficaz. Suponha agora que essas 100 pessoas não tomem
dipirona. Apenas fazem orações ao deus hebreu. O que ocorrerá? Com certeza, a
maioria continuará com dor de cabeça durante um certo tempo. Algumas delas não
sentirão mais dor de cabeça com o passar do tempo. Ou seja, em relação à
oração, não há a eficácia de 100% do medicamento. E, em relação às pessoas cuja
dor de cabeça desapareceu, na verdade, não foi por causa das orações, mas pela
própria química do corpo. Muitas dores que as pessoas sentem passam com o
tempo, mesmo sem a ingestão de qualquer remédio. E, no final da página, Karnal escreve:
“É fácil ao cético ironizar essa crença”
Isto é, é fácil, muito fácil, ao ateu ironizar a crença de que orar ao
deus hebreu ou a qualquer “santo” tenha algum efeito.
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