quarta-feira, 23 de outubro de 2019

AUGUSTO CURY E A RELIGIÃO




                                                                                                              Eustáquio



                  Em mais uma obra fantástica (O Mestre Inesquecível), editora Sextante, 2006, na página 55, o psiquiatra Augusto Cury escreve:



                  “Antigamente, muitos psiquiatras, inclusive eu, achavam que ter uma religião era um sinal de fragilidade intelectual. Hoje, sabemos que pode ser sinal de grandeza intelectual, emocional e espiritual.”



                  Augusto Cury diz que ter uma religião pode ser sinal de grandeza intelectual. Essa afirmação só não é totalmente catastrófica porque Cury diz que “pode ser”, e não “é” um sinal de grandeza intelectual. Em oposição a Cury, trago aqui as palavras do Edson Martins, um internauta brasileiro:



               Que me desculpem os que tem fé religiosa, mas os enxergo como verdadeiros "débeis mentais"”



                Ora, Augusto Cury afirma que ter uma religião pode ser um sinal de grandeza intelectual. Edson Martins diz o contrário: ter uma religião é um sinal de fragilidade intelectual. Qual dos dois está certo? Sem dúvida alguma, o Edson Martins. E vamos mostrar algumas provas.

               A observação feita pelo Edson não é coisa nova. Sigmund Freud (1856 – 1939), o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, há quase um século, já afirmava tal coisa. Em seu livro “O futuro de uma ilusão”, editora Pallotti, 2010, na página 110, acerca da religião, ele diz:



              “(...) ela contém um sistema de ilusões de desejo com recusa da realidade como apenas encontramos isolado na amência, uma confusão alucinatória radiante.”




               Assim, o homem religioso vive uma ilusão, recusa-se a ver a realidade e tem comportamento semelhante ao de uma pessoa com amência, demência. Veja que essa afirmação de Freud está em consonância com a de Edson Martins. Edson equipara o homem religioso a um débil mental, pessoa que não faz uso de sua capacidade intelectual. Freud, também. E veja o que diz o doutor em teologia, psicanalista e escritor Rubem Alves, em uma de suas palestras, referindo-se ao filósofo alemão Friedrich Nietzsche:
             Como você acabou de ouvir, Nietzsche afirmava que a inteligência do homem religioso sofre uma paralisação a partir do momento em que entra no terreno da religião, da crença religiosa. O Augusto Cury, em seu livro, aborda a religião cristã, o cristianismo. Estou analisando algumas passagens do último livro de Cury, e, com este, são 62 vídeos. Ora, o cristianismo é mais uma religião irracional e extremamente absurda. O próprio teólogo e ex-pastor protestante Rubem Alves fez afirmação semelhante no livro “É uma pena não viver. Uma biografia de Rubem Alves”, de Gonçalo Junior, editora Planeta, 2015, na página 163:


                    “Onde estava a minha inteligência? Tenho vergonha de haver acreditado no que acreditei. (...) Joguei minha vida inteira nas ideias doidas.”



                Rubem Alves reconhece que sua inteligência, sua capacidade intelectual, o abandonou a partir do momento em que se tornou um cristão. Ele mesmo afirma que as ideias cristãs são ideias doidas, completamente irracionais e notavelmente desumanas. Ele se arrependeu amargamente de ter acreditado na religião. E assim um universo de pessoas. O teólogo e pedagogo Fábio de Oliveira Lima, que possui um canal muito bom no “You Tube” com o título “Fábio de Oliveira”, é outro exemplo. Foi convidado por uma irmã de sangue a frequentar uma igreja evangélica. Quem tem uma irmã assim, não precisa de inimigos. Permaneceu durante 17 anos, acreditando na doutrina cristã. Isto é, Fábio perdeu sua inteligência durante longos anos. Saiu da religião, recuperando sua capacidade intelectual.
                   Na verdade, ter uma religião é sinal de fraqueza intelectual, de ausência de raciocínio. Religião é mera crendice, e nada mais. Quando uma pessoa busca uma religião, uma igreja qualquer, não age conduzida pela inteligência, mas por sua fragilidade emocional. Às vezes, está passando por um momento difícil, a perda de um ente querido, uma doença terrível, problemas amorosos e financeiros. E aí, convidada por outrem, passa a fazer parte do corpo de membros de uma organização religiosa. É a fragilidade intelectual que conduz uma pessoa a uma determinada religião, e não a inteligência.

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