Eustáquio
Em seu fantástico livro “O Mestre Inesquecível”,
editora Sextante, 2006, o psiquiatra Augusto Cury, na página 149, entre outras
coisas, escreve o seguinte:
“Mateus, o evangelista,
primeiro publicano transformado em apóstolo, escreveu um dos evangelhos. (...)
Jesus já havia partido há mais de 20 anos, mas as suas palavras e parábolas
ficaram alojadas na memória de Mateus. Escreveu seu evangelho em hebraico.”
Há mais de 30 anos que estudo sobre a Bíblia.
Despertei-me para isso porque, ainda criança, já suspeitava de que tudo não
passava de fantasias. Estudiosos sérios da Bíblia sabem muito bem que os 4
evangelhos que estão no Novo Testamento não foram escritos pelas pessoas
grafadas neles. Isto é, o evangelho de Mateus não foi escrito por uma pessoa
chamada “Mateus”, e muito menos pelo Mateus coletor de impostos. E assim também
os outros evangelhos. Naquela época, era muito comum pessoas anônimas
escreverem textos, atribuindo-os a outras pessoas famosas no seio da sociedade.
E a Bíblia está lotada desse costume. Outro exemplo: não foi o lendário Moisés
que escreveu os 5 primeiros livros do Velho Testamento, que não é velho para os
judeus.
Augusto Cury afirma
que Mateus, o coletor de impostos, escreveu um evangelho. Não, não foi aquele
Mateus. E Cury ainda afirma que Mateus guardou em sua memória as palavras e
parábolas de Jesus, colocando-as em seu evangelho. Não, isso não é verdade. Ao
contrário. Os 4 evangelhos foram escritos por pessoas que nunca viram a Jesus,
que nunca conversaram com Jesus, que nunca andaram com Jesus. É consenso entre
os estudiosos sérios que o primeiro evangelho a ser escrito foi o de Marcos,
entre 35 e 40 anos após a morte de Jesus. O de Mateus só foi escrito muito
tempo depois. E Cury afirma que Mateus escreveu seu evangelho em hebraico. Não!
Os 4 evangelhos, como também os demais textos do Novo Testamento, foram
escritos originariamente em grego, por pessoas que conheciam profundamente a
língua grega.
O que afirmo aqui
é do conhecimento até do papa Francisco, até dos homens que todos os dias
servem o café da manhã no aposento papal.
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