Eustáquio
Em seu fantástico livro “O Mestre Inesquecível”,
editora Sextante, 2006, na página 30, o psiquiatra Augusto Cury, ex-ateu, entre
outras coisas, escreve o seguinte:
“A
atitude de Pedro, André, João e Tiago foi repetida inúmeras vezes ao longo dos
séculos. Em cada geração, milhões de pessoas resolveram seguir Jesus. Seguir
alguém que não conheceram. Seguir alguém que nunca viram... (Que mistério é
esse?)”
Augusto Cury afirma que os discípulos Pedro, André,
João e Tiago resolveram seguir a Jesus. E diz também que, a cada geração,
milhões de pessoas repetem esse ato, isto é, resolveram seguir a Jesus, mesmo
sem tê-lo conhecido. E, no final, Cury pergunta: “Que
mistério é esse?”
Vejamos, em primeiro
lugar, a primeira afirmação de Cury: “Os
discípulos Pedro, André, João e Tiago resolveram seguir a Jesus. Sim, mas não há mistério algum nisso. Como também
não há mistério algum em relação aos inúmeros discípulos que abandonaram a
Jesus, justamente por causa de sua doutrina. Vejam, por exemplo, o evangelho de
João, capítulo 6, versículo 66:
“À vista disso, muitos dos seus
discípulos o abandonaram e já não andavam com ele.”
Entendeu? E também não há mistério algum no fato de os irmãos de sangue
de Jesus não terem acreditado nele, conforme o evangelho de João, capítulo 7,
versículo 5:
“Pois nem mesmo os seus irmãos criam
nele.”
E, nas narrativas lendárias do Novo Testamento, todos os seus discípulos
o abandonaram totalmente, a partir de sua prisão. E não há mistério algum
nisso, como insinua o Augusto Cury.
Veja agora a segunda
parte da afirmação de Cury. O notável psiquiatra diz que é um mistério até hoje
o fato de milhões de pessoas seguirem a Jesus, um homem que não conheceram. Um
mistério espetacular! Também não há mistério algum nisso. Da mesma forma, não
há mistério algum no fato de milhões de pessoas seguirem ao profeta Maomé,
mesmo sem o conhecer. Não há mistério algum também no fato de milhares de
pessoas seguirem a Buda, mesmo sem o conhecer. Ora, onde Augusto Cury vê mistério,
eu vejo como algo normal.
E valorizar o fato
de milhões de pessoas seguirem a alguém pode redundar em verdadeiras tragédias.
Ora, milhões de pessoas seguiram os terríveis Adolf Hitler, Joseph Stalin e
Benito Mussolini, e não vejo mérito algum nisso. Ao contrário! E milhões de
brasileiros seguem Jair Bolsonaro. Portanto, muito cuidado em valorizar a
alguém por ter milhões de seguidores.
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