Eustáquio
O psiquiatra Augusto Cury, ex-ateu,
em seu livro “O
Mestre Inesquecível”, editora Sextante, 2006, na página 20,
escreve:
“A inteligência de Jesus era
assombrosa. Falava com os olhos e com as palavras, e ninguém resistia ao
fascínio dos seus discursos.”
No vídeo anterior, abordei a segunda parte da
afirmação de Cury, a saber: “ninguém
resistia ao fascínio dos seus discursos.” Agora faço uma pequena análise acerca da primeira parte:
“A INTELIGÊNCIA DE JESUS ERA
ASSOMBROSA.”
Quem assistiu aos meus vídeos mais recentes, já percebeu
que o Augusto Cury possui um grande defeito: a generalização das coisas. Em
seus livros e discursos, ele usa termos “ninguém”,
“jamais”, “o homem mais inteligente do mundo”, “o maior vendedor do mundo”, “o
maior educador do mundo”, “o maior ateu do mundo” etc. Ora, quem age assim cai facilmente do cavalo.
Cury afirma que a inteligência de Jesus era assombrosa. Em outra passagem, Cury
crê que Jesus foi o maior educador do mundo, maior que Freud. Com certeza,
também ele deve crer, apenas crer, que Jesus foi mais inteligente do que Freud.
Por favor, não ria, que o assunto aqui é sério.
Em primeiro
lugar, a que Jesus o Augusto Cury se refere? Ora, ele se refere ao Jesus que
está nos 4 evangelhos do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João). O Cury
leu bastante esses 4 evangelhos, chegando à belíssima conclusão de que
realmente Jesus possuía uma inteligência assombrosa, estupenda, fantástica.
Em segundo lugar,
nos 4 evangelhos do Novo Testamento não há apenas um Jesus, mas vários, ao sabor
dos escritores cristãos. Não existe apenas uma personalidade de Jesus. Até hoje
o Cury não captou essa verdade que é do conhecimento de qualquer estudioso
sério da Bíblia. Sobre a inteligência de Jesus, eu poderia fazer uma longa
série, trazendo aqui inúmeras passagens, mas, para o momento, mostrarei alguns
exemplos. Então, que venham os evangelhos para a comprovação dessa inteligência
assombrosa do personagem Jesus tão propagada por Augusto Cury.
No evangelho de
Mateus, capítulo 5, versículo 28, está escrito:
“Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar
para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.”
Com certeza, o Augusto Cury nunca leu esse versículo.
Essa afirmação foi atribuída a Jesus. Um cérebro humano inteligente não afirmaria
tal coisa. O assunto aqui é o adultério. Jesus diz que, se um homem olhar para
uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. Repito: quem
faz uma afirmação assim, nada tem de inteligente. Ao contrário. Em primeiro
lugar, Jesus, como as demais pessoas de sua época, não conhecia o órgão humano
chamado de coração. Naquela época, pensava-se que o coração era o órgão
responsável pelos desejos, ódio, maldade, bondade, concupiscência etc. Somente
com o desenvolvimento da medicina, é que a verdade foi alcançada. O órgão
humano responsável pelos desejos, ódio, maldade, bondade, concupiscência etc.,
é o cérebro, e não o coração. O coração é apenas um músculo que bombeia sangue
para as veias e artérias. E nada mais. Em segundo lugar, Jesus diz que, para um
homem se tornar um adúltero, basta olhar para uma mulher com intenção impura. Mais uma afirmação de uma pessoa com
inteligência precária. Jesus diz que o desejo sexual é uma intenção impura. Ora,
não existe nada de impuro no desejo sexual. Os cristãos, em sua profunda
ignorância, elevaram o sexo a algo pecaminoso. Quem escreveu essa passagem
atribuída a Jesus nada sabia sobre sexo, sobre desejo sexual. Inteligência
zero. O desejo sexual é algo natural, bastante puro, próprio do homem e também
dos animais irracionais. E é involuntário, ou seja, não é controlável pelo
homem. O homem não pode ser responsabilizado por desejar sexualmente uma mulher
qualquer. Não pode ser responsabilizado porque não tem controle sobre o desejo.
Por exemplo: um homem, numa rua qualquer, vê uma linda mulher, com seios e
pernas exuberantes. Sem querer, independentemente da vontade dele, surge o
desejo sexual, a vontade da fazer sexo com aquela fêmea. Mas nada faz. Ele vai
embora, e a mulher, também. Não houve crime algum aí, prejuízo algum. O homem
só pode ser responsabilizado se colocar em prática seu desejo sexual contra a
vontade da fêmea. Aí é outra história. No texto bíblico, Jesus diz que basta um
homem olhar para uma mulher com desejo sexual para ser considerado um adúltero.
Que absurdo, não é mesmo? Dar crédito a essa afirmação estúpida é o mesmo que
dizer que no céu cristão não haverá um ser humano qualquer porque todos desejam
sexualmente parceiros. Homens desejam sexualmente mulheres, e mulheres desejam
sexualmente homens. Isso faz parte da natureza humana. E, repito, não há mal
algum no mero ato de desejar. Livros religiosos cristãos, principalmente
evangélicos, registram que, nessa passagem, Jesus apenas quer que o homem evite
o desejo porque, evitando o desejo, não fará sexo proibido. Quanta idiotice!!!!
Ora, como já afirmei, o desejo é algo natural e incontrolável. Nenhum ser
humano controla o surgimento do desejo. Ele está apenas no cérebro, e é
involuntário. Coisa bem diferente é pôr em prática o desejo. Jesus, em sua
profunda ignorância, afirmou que basta um homem desejar uma mulher para se
tornar um adúltero. Que loucura! Seria o mesmo que afirmar que basta um homem
desejar matar outra pessoa para ser considerado um assassino. Que basta um
homem desejar estuprar uma jovem para ser considerado um estuprador. Que
maluquice!
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