segunda-feira, 21 de outubro de 2019

AUGUSTO CURY E O AMOR DE JESUS





                                                                                                              Eustáquio

            
                 Em seu fantástico livro “O Mestre Inesquecível”, editora Sextante, 2006, o psiquiatra Augusto Cury, ex-ateu, nas páginas 141 e 142, entre outras coisas, escreve acerca de Jesus:



                 “Ele amava tanto as pessoas que jamais as pressionava a segui-lo. Não impunha suas ideias, mas apresentava-as com clareza e encanto... (...) Os que impõem condições para amar terão sempre um amor frágil.”




                Diz o Augusto Cury que Jesus amava tanto as pessoas que jamais lhes fazia pressão para segui-lo, jamais impunha suas ideias. E afirma também que quem impõe condições para amar sempre terá um amor frágil. Será que o Cury realmente está se referindo ao Jesus das narrativas lendárias do Novo Testamento? Façamos uma rápida pesquisa para entender a afirmação do psiquiatra. No evangelho de Marcos, capítulo 16, versículos 15 e 16, está registrado:



              “15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
                16 Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”


               
                 Nessa passagem bíblica, Jesus diz a seus discípulos que eles devem pregar sua doutrina pelo mundo afora. E diz também que, quem crer nela e for batizado, será salvo. Já, quem não crer, será condenado ao fogo do inferno. Opa! Opa! Augusto Cury em seu livro afirmou que Jesus jamais impunha condições para amar. Jamais! Tudo indica que Cury jamais leu o versículo acima. Nessa passagem, Jesus impõe uma condição terrível para amar determinadas pessoas. Ele amará somente as pessoas que aceitarem sua doutrina e se submeterem ao batismo. Já as pessoas que aceitarem outras doutrinas serão condenadas eternamente ao fogo do inferno. Assim, Jesus somente amará os cristãos batizados. Os não cristãos, a quase totalidade da população mundial, (budistas, espíritas, hinduístas, judeus, umbandistas, candomblecistas, ateus etc.) arderão eternamente no fogo do inferno.
               A pessoa religiosa não tem o juízo certo. Veja o caso da vida religiosa do teólogo e pedagogo Fábio de Oliveira Lima, que possui um canal maravilhoso no “You Tube” com o título “Fábio de Oliveira”. Fábio narrou sua trajetória religiosa em um vídeo maravilhoso. Foi cristão evangélico fervoroso durante 17 anos para, depois, abraçar o ateísmo. E hoje ele lamenta ter perdido todo esse tempo de sua vida. E veja que tudo começou em sua própria casa. Uma irmã de sangue o incentivou a frequentar uma igreja evangélica situada em seu bairro no Rio de Janeiro. Uma irmã, que veio do mesmo útero materno, fez essa desgraça com o próprio irmão. Levou-o a uma igreja evangélica. Durante 17 anos, os irmãos da igreja diziam que Jesus amava muito o Fábio. Quando ele abandonou a igreja, aí passaram a dizer que Jesus tinha reservado o inferno para ele. O “Jesus te ama” se transformou rapidamente em “Jesus te odeia”. O próprio Fábio afirma que os irmãos da igreja mudaram o comportamento diante dele, evitando até mesmo olhá-lo nas ruas. Isso é amor?
                Um dos lemas dos cristãos é o “Jesus te ama”. Todos veem isso em postes, árvores e muros. Ora, se Jesus ama de fato uma pessoa, como é capaz de condená-la a um sofrimento eterno só porque deixou a crença cristã? Será que Jesus a amava mesmo? Veja um caso real que ocorreu em Sobral, no Ceará, há muitos e muitos anos. Eu estava com uns 17 anos de idade. Nossa vizinha, dona Alzira, tinha um filho chamado Euclides. Ela estava com uns 65 anos de idade, e ele, com uns 28. Dona Alzira era uma excelente costureira, trabalhando em sua própria casa todos os dias. Seu filho, o Euclides, estava desempregado e bebia muito. Agredia com frequência a pobre mãe idosa, à procura de dinheiro para manter seu vício. Num certo dia, ao agredir sua mãe na calçada, um vizinho ligou rapidamente para a polícia. Em poucos minutos, apareceu uma viatura com dois policiais. Pegaram o Euclides, como se pega um saco de cimento, jogando-o com força no compartimento traseiro da viatura. E foram embora. Dona Alzira se desesperou de dor. E gritava desesperada em direção aos policiais, pedindo que não levasse seu filhinho. Isso se chama amor, na pura acepção da palavra. Amor de mãe, um amor puro e cristalino. Dona Alzira esqueceu as agressões do filho. Seu amor por ele foi mais forte. Quem ama de fato é incapaz de desejar o mal à pessoa amada. Dona Alzira jamais queria ver seu filho agressor preso, muito menos condená-lo ao fogo eterno do inferno. Quem ama verdadeiramente não faz isso. Torço para que os cristãos que frequentam igrejas consigam ver essa realidade. O Fábio de Oliveira Lima conseguiu ver, e caiu fora.

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