domingo, 13 de outubro de 2019

JESUS E SUAS FALAS INFANTIS




                                                                                                              Eustáquio



                 Ontem, em meu vídeo intitulado “Jesus destrói o sonho dos cristãos”, recebi o comentário do cristão Eloy Aurélio. Gostei do comentário dele porque o fez com bastante educação. Naquele vídeo, mostrei o lendário encontro dos saduceus com Jesus. Os saduceus, muito mais evoluídos que Jesus, não acreditavam na ressurreição, em espíritos e em anjinhos. Os cristãos daquela época pensavam, como também os de hoje pensam, que, depois da morte, após a ressurreição, vão viver em família no paraíso cristão. Para eles, família unida na Terra será família unida no céu, ao lado do deus hebreu e de Jesus. Todos os casais cristãos que eu conheço acreditam piamente que sua família se manterá firme no céu cristão. Minha mãe perdeu seu esposo, meu pai, quando eu tinha 9 anos de idade, em Sobral, no Ceará. Permaneceu viúva até sua morte. Eu, com apenas 9 anos de idade, uma criança ainda, tinha muito medo de mamãe se casar novamente, trazendo para dentro de casa um homem desconhecido. Ela era uma cristã católica. Ela me dizia que era mulher de um homem só. Jamais procuraria outro. E assim foi. E dizia também que, quando morresse, iria se encontrar com meu pai no céu, voltando a ser um casal feliz. Repito: essa é a propaganda geral de todos os cristãos. Diante disso, os saduceus pegaram Jesus, colocando-o numa situação sem saída. Lançaram-lhe um caso hipotético: uma determinada mulher se casou pela 7ª vez. Teve 7 maridos de forma alternada, ou seja, quando um morria, já viúva, ela casava com outro. Nunca foi casada com dois homens ao mesmo tempo. E os saduceus perguntaram a Jesus como ficaria a situação daquela mulher no paraíso celestial. Será que ela, no céu, se tornará esposa dos 7 homens, já que foi esposa de cada um deles de acordo com as leis? Ou, quem sabe, será esposa do último esposo, de acordo com a máxima “os últimos serão os primeiros”? Como o caso hipotético lançado pelos saduceus foi muito inteligente, Jesus ficou totalmente perdido, daí a resposta ingênua. Ele afirmou que no céu ninguém se casa, não existe família, não existem casais, não existem filhos, netos, bisnetos. Nem sogra existe, o que já é uma maravilha. Jesus disse aos saduceus que, no céu, os corpos humanos ressuscitados serão como os anjinhos, isto é, possuirão asas para voarem e viverão livres sem o afeto familiar. Ora, esse discurso infantil atribuído a Jesus aniquila o sonho dos cristãos. Repito, todos os cristãos que constituem familias, sem exceção, sonham que, após a ressurreição, no céu, os laços familiares continuarão firmes. Contei o caso de Dona Elza, a mãe de minha empregada Cida. Dona Elza havia perdido um filho, o Jurandir. Ela, uma cristã fervorosa da igreja Congregação Cristã no Brasil (CCB), me dizia que queria que o deus hebreu a levasse logo para o céu porque seu maior desejo era se reencontrar com o filho querido para passear pelos jardins. Diante do sofrimento daquela pobre mãe, eu, Eustáquio, um ateu, jamais iria dizer a ela o que estou escrevendo aqui neste momento. Fiz o contrário. Disse-lhe que seu filho Jurandir estava bem, lá no céu, com o deus hebreu, os anjinhos, Jesus e outros. E disse-lhe também que ela deveria ficar feliz porque tinha vários filhos vivos aqui na Terra, que também a amavam. Com a morte dela, esses filhos iriam ficar muitos tristes.
                    Muito bem! E aí o cristão Eloy Aurélio se manifestou assim:



               Não entendi!... Por que a resposta de Jesus foi ingênua? Ele apresentou uma situação plausível. E qual seria a resposta inteligente, então? Você não apresentou nenhuma e encerrou o vídeo abruptamente.”



                   Eloy diz que não entendeu por que eu afirmei que a resposta atribuída a Jesus foi ingênua. E ele diz que Jesus apresentou apenas uma situação plausível. Plausível??? E Eloy pergunta: “E qual seria a resposta inteligente, então?”

                Se o Jesus das narrativas lendárias do Novo Testamento fosse inteligente, teria respondido aos saduceus simplesmente assim:



                Saduceus, vocês têm razão! Ressurreição de mortos realmente é uma idiotice humana que já estava presente nas escrituras hebraicas, muito antes, de eu vir ao mundo. Errei justamente por conhecer as escrituras. Nas escrituras hebraicas, a ressurreição fazia parte do estilo literário dos escritores. Por isso, peguei carona na fantasia deles e me dei mal diante da pergunta de vocês.”



                    E por que a resposta atribuída a Jesus foi bastante ingênua, infantil? Simplesmente por que destrói a maior ilusão dos cristãos, a perpetuação dos laços familiares no paraíso celestial. E também por que entra em contradição com inúmeras afirmações atribuídas a Jesus em outras passagens. Ora, existe até uma igreja que, já na Terra, faz casamentos celestiais. Pois Jesus destrói a tudo isso. Como Jesus ficou perdido diante do caso hipotético, a resposta saiu de uma forma ingênua. Assim, no paraíso celestial cristão, não haverá laços familiares, não haverá a figura da família. Um pai jamais reconhecerá um filho, uma mulher não reconhecerá seu marido, dona Elza não reconhecerá o Jurandir, que foi seu filho na Terra. Todos serão como anjinhos, voando pelo céu eternamente.
                  E, mais à frente, Eloy escreve assim:



               “A resposta de Jesus não foi infantil e tão pouco sábia, foi apenas uma resposta qualquer tendo em vista que após a morte não sabemos como será, o que será, se será ou não será... Apenas isso.”



                  Diz o Eloy que a resposta atribuída a Jesus não foi infantil e tampouco sábia. Isto é, a resposta atribuída a Jesus, segundo o Eloy, não foi infantil e também não foi sábia. Foi apenas uma resposta qualquer, tendo em vista que, após a morte, não se sabe como será. Foi apenas isso.”
                Logo de início, o Eloy, sem perceber, afirma que Jesus não era onisciente. E nisso ele tem toda razão. Eloy afirma que essa resposta atribuída a Jesus não foi uma resposta na pura acepção da palavra. Jesus apenas respondeu superficialmente já que ele próprio e ninguém sabe o que ocorrerá depois da morte. Então, Jesus apenas tocou levemente no assunto, diante do mistério após a morte. A mim, só resta dizer uma coisa ao Eloy. Cuidado, muito cuidado com livros religiosos cristãos, principalmente evangélicos, porque só levam seus leitores ao erro. Não sei se o Eloy é casado, tem filhos. Se ele é casado e possui filhos, tenho a mais absoluta certeza de que o casal pensa que, depois da morte, continuará a ser o mesmo casal no paraíso celeste, juntamente com seus queridos filhos. Pois esse sonho é destruído pelo próprio Jesus nesse encontro com os saduceus. Jesus, ante o problema sem solução, afirmou que, no paraíso, os cristãos serão como os anjinhos, que não se casam, nem constituem famílias. Não há os laços familiares. Ninguém vai dizer “papai”, “mamãe”, “meu filho querido”, “minha vozinha amada” etc.
                   Na mesma página, o Edson Martins, o campeão em frase curtas, escreveu o seguinte comentário:



                “Jesus era tão burro que nem soube responder. Bastava ele dizer que a mulher ficaria com o seu último marido, com quem se casou.”



                 A fórmula da solução do problema trazida pelo notável Edson Martins não o resolveria também. Segundo o Edson, bastaria que Jesus tivesse dito aos saduceus que aquela mulher ficaria com seu último marido, com quem se casou. Por que a mulher ficaria com seu último marido? Só por que se casou com ele? Ora, na verdade, ela se casou legalmente com os 7 maridos. As viúvas podiam se casar novamente, e foi isso que aquela mulher fez. Imagine aquela mulher chegando ao paraíso celestial, e se reencontrando com seus 7 esposos. Todos dirão a ela:

  
                   Que bom que você chegou, meu amor! Estava só esperando você para a gente continuar com nossa família.


                   Já pensou a confusão? Cada um dos esposos reivindicando a esposa? Por que o último marido terá a preferência? Vai ver que o primeiro marido foi o mais carinhoso, o mais solidário de todos. E o último marido foi perverso com ela, praticando violência física todos os dias. E ela não poderia ficar com os 7 esposos no paraíso celestial porque os cristãos são contra a poligamia. Como se vê facilmente, os saduceus lascaram Jesus. E veja um exemplo bem nosso. O nosso querido rei Roberto Carlos foi casado com Nice, Míriam Rios e Maria Rita. Nice e Maria Rita morreram. Quando o Roberto falecer, veja o tamanho do problema no paraíso celestial. Ele se reencontrará com Nice e Maria Rita. Qual das duas será sua esposa, já que os cristãos são contra a poligamia? Veja que Nice está aguardando a chegada do Roberto há muitos anos. Maria Rita, também. Veja o tamanho do problema, não é mesmo? Como não há solução, Jesus afirmou que todos serão como anjinhos no céu, sem laço familiar algum, sem a continuidade da família terrestre. Não é isso, obviamente, o que pensa nosso querido cantor.
                O problema é solucionado assim: não existe ressurreição alguma, não existe paraíso celestial algum. Não existem espíritos. Nem anjinhos. Há mais de 2 mil anos que os saduceus já afirmavam isso. Portanto, eles não têm culpa se Jesus não aceitou essa verdade.
                Obrigado ao cristão Eloy Aurélio, e ao ateu Edson Martins, o gênio das frases curtas.

2 comentários:

  1. Excelente meu caro Eustaquio. Um tema excelente para aclará as mentes escurecidas pelo Sistema Religioso"

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  2. Estou adorando e a cada dia crescendo no conhecimento.

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