quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O ADÃO E OS NOMES DOS ANIMAIS



Eustáquio



                  Antes de entrar no mérito do vídeo de hoje, um recadinho para você. Já conhece o canal “Foco nas ideias responde”? Se não o conhece, você não tem a menor ideia do que está perdendo. Trata-se de um canal criado por Ana Cristina Pereira, advogada trabalhista, graduada em sociologia e filosofia. Ana aborda as mais variadas questões jurídicas numa linguagem simples, ao alcance de todos. Dúvidas relativas a direitos são muito comuns, qualquer pessoa as têm. E o canal da Ana está aí para dissipá-las.
                 Vamos ao vídeo propriamente dito. Tenho dito com frequência que a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, está repleta de lendas, mitos, alegorias, fábulas, contradições, discrepâncias, erros etc. E tudo isso é do conhecimento de estudiosos bíblicos sérios. E, lamentavelmente, não é do conhecimento dos fiéis cristãos que frequentam igrejas, principalmente, evangélicas. Esses fiéis veem a Bíblia de forma completamente errônea, pensando que ela é a palavra de Deus, não apresentando lenda alguma, erro algum, contradição alguma.
                   Nos vídeos anteriores, mostramos algumas passagens da lenda de Adão e Eva no Jardim do Éden. E nesse vídeo veremos mais uma passagem. Estou aqui com o livro “A Bíblia hoje --- Documentação de História, Geografia, Arqueologia”, de Alfred Läpple, Edições Paulinas, 1979. Alfred Läpple foi um fervoroso sacerdote católico alemão, com doutorado em Teologia, autor de inúmeros livros, tendo nascido em 1915, e falecido em 2013. Era um dos grandes amigos de Joseph Ratzinger, o papa Bento XVI. Sobre a Bíblia, na página 37, Läpple escreve o seguinte:



              “Para designar os onze primeiros capítulos do Gênesis, é frequente o uso da expressão ‘pré-história bíblica”. Ela não é muito feliz, pois pode fazer pensar que se encontre nesta parte da Bíblia material interessante sobre a história da Terra e sobre a origem do homem. É preciso esclarecer, porém, desde do início, que a Bíblia não é um manual de física, de geologia ou de biologia.”


              Veja que Alfred Läpple não era um ateu. Longe disso! Era um cristão católico fervoroso. Apaixonadíssimo pela doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana. Mas veja bem o que ele acabou de afirmar. Ele disse que, por exemplo, os 11 primeiros capítulos de Gênesis não são um estudo sério sobre a origem do homem e sobre a história da Terra. E disse mais: que a Bíblia não é um manual de física, geologia ou biologia. Assim, ninguém deve levar a sério, ao pé da letra, aquilo que está em Gênesis, no tocante aos relatos da criação, de Adão e Eva no Jardim do Éden, de Abel e Caim, de Noé e o Dilúvio, da Torre de Babel. Parabéns ao sacerdote católico por essa afirmação. Na verdade, as lendas e os mitos infestam a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse. Inúmeras narrativas bíblicas não são fatos reais, que realmente ocorreram, mas criados sob a visão dos escritores hebreus da época. Até o papa Francisco, que também era muito amigo de Läpple, sabe que nunca existiu Adão, Eva e Jardim do Éden. Que aqueles relatos foram criados por algum hebreu, seguindo sua imaginação. Por isso mesmo, os relatos estão repletos de erros e ingenuidades. E, nesse vídeo, mostraremos mais uma. Em Gênesis, capítulo 2, versículos 19 e 20, está escrito:



           “19 Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles.
             20 Deu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos...”




            Percebeu a ingenuidade do relato lendário bíblico, não é mesmo? Ora, nesse segundo relato da criação, que está em Gênesis, capitulo 2, um hebreu, que não foi Moisés, escreveu que Adão arranjou um nome para todos os seres vivos. Você notou a infantilidade do relato? O escritor hebreu, na maior inocência, colocou todos os animais da Terra bem pertinho de Adão. Cada animal ia passando diante de Adão, e este lhe dava um nome. Percebeu a ingenuidade, não é mesmo? Imagine mais de dois milhões de animais desfilando diante de Adão para receber um nome! Esse texto bíblico é mais um que poderia estar em qualquer livro infantil, destinado a crianças, não é mesmo? Na verdade, nenhum lugar do planeta Terra agasalha todos os seres vivos. Há milhares de animais que só vivem em determinados lugares, ausentando-se de outros. No Brasil, por exemplo, você não encontra sequer um urso polar. Nem um elefante, nem um camelo. Esses são animais que vivem em outras regiões, de acordo com o clima e vegetação. E outra ingenuidade do relato lendário bíblico é que milhares de seres vivos não são vistos a olho nu pelo homem. É necessário o uso de microscópio para que o homem veja esses seres de tamanho muito pequeno. Na lenda, o Adão, obviamente, não conseguia ver os ácaros, que só são vistos por microscópios. Imagine os seres que vivem no mar. Milhares que nem aparecem na superfície. Imagine o Adão mergulhando em águas profundas e dando nome a cada bichinho. É, ou não é, um relato infantil? Claro que é! Por isso mesmo, o cristão católico fervoroso Alfred Läpple afirmou que ninguém deve buscar na Bíblia aulas de física, geologia, biologia etc.
             Infelizmente, os fiéis que vão a igrejas não são orientados nesse sentido porque, do contrário, não haveria uma igreja de pé. E os evangélicos são piores ainda porque, quando leem a Bíblia, o fazem ao pé da letra. Eles acreditam piamente que realmente Adão deu nome a todos os seres vivos da Terra. Quanta ignorância! Na verdade, o hebreu escreveu assim para dizer que é o homem, no sentido geral, que põe nome a todos os animais, já que os animais irracionais não falam. Mas esse homem não é aquele Adão da lenda. Só isso, e nada mais!

terça-feira, 29 de outubro de 2019

OS CRISTÃOS E UMA MENTIRA PARA ADÃO




Eustáquio

               

                         Em 1 Timóteo, capítulo 2, versículo 14, está escrito:



                        “E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”



                       Eis aqui mais um discurso machista do apóstolo Paulo. E também mais um claro erro. Paulo viveu numa sociedade patriarcal, em que o macho predomina, em detrimento da fêmea. Ele diz aqui claramente que Adão não foi enganado, iludido, mas a mulher Eva. Adão, como era homem, era inteligente, muito esperto, a ponto de não ser enganado por alguém. Já a mulher, uma imbecil, uma idiota, foi facilmente enganada pela Serpente. Essa afirmação do cristão Paulo de Tarso é completamente errada. Na lenda de Adão e Eva, o Adão é que realmente foi enganado, e não a mulher Eva.
                    Sempre tenho dito que, quando os textos hebraicos foram escritos, não havia sequer um cristão na Terra. E os textos hebraicos são aqueles que hoje estão no Velho Testamento, que não é velho para os judeus. E os textos hebraicos não são textos cristãos. E o que aconteceu? Quando surgiram os cristãos, eles recorriam aos textos hebraicos para montar sua doutrina. E veja aqui o apóstolo Paulo, um cristão, recorrendo a um texto hebraico que está em Gênesis. A lenda de Adão e Eva é um texto hebraico, e não cristão. Entendeu agora como é verdade que os cristãos recorriam a textos hebraicos? E, ao recorrerem a esses textos não cristãos, facilmente deturpavam. E o apóstolo Paulo deturpou o sentido do texto hebraico, ao afirmar que a mulher Eva é que foi enganada pela Serpente. Na verdade, o homem Adão é que foi enganado, e não a mulher. Veja os textos. Em Gênesis, capítulo 2, versículo 17, está escrito:


               “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”


               Nessa passagem bíblica, o deus hebreu conversa com o homem Adão. Eva ainda não existia. E o deus hebreu diz a Adão que ele não pode comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se Adão vier a comer desse fruto, morrerá no mesmo dia.
             Muito bem! Agora veja o que a Serpente diz à mulher Eva, acerca dos frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal, Gênesis, capítulo 3, versículos 4 e 5:



            “4 Então, a Serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.”

             5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal."




            Você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, viu que o deus hebreu havia dito a Adão que, se comesse do fruto, morreria no mesmo dia. Já a Serpente diz o contrário. Ela diz à mulher Eva que pode comer do fruto, que não morrerá. E agora? Quem diz a verdade, o deus hebreu ou a Serpente? A Bíblia responde! Em Gênesis, capítulo 3, versículo 7, está escrito:


          “Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.”



           Veja bem! Nessa passagem, Adão e Eva comeram do fruto proibido. Eles foram mortos pelo deus hebreu no mesmo dia? Claro que não! Os dois não morreram. Viveram, foram expulsos do Jardim do Éden e tiveram filhos e filhas. É fácil ver que o deus hebreu é que mentiu para Adão. Adão é que foi iludido, enganado. Entendeu? A Serpente é que disse a verdade à mulher Eva. Ela disse que Adão e Eva não morreriam no dia em que comessem do fruto proibido. E disse mais: que os dois iriam abrir os olhos, adquirindo a capacidade de discernir o bem do mal. E tudo o que a Serpente disse, realmente ocorreu.
          Percebeu o erro no texto do cristão apóstolo Paulo de Tarso? Ele afirmou que a mulher Eva é que foi enganada, iludida, pela Serpente. Isto é, o cristão Paulo de Tarso deturpou o texto hebraico, mudou seu sentido. Livros cristãos extremamente fracos também enganam os fiéis afirmando que essa morte é espiritual, e não material. Conversa fiada. Nada há de espiritual nesse texto hebraico. Ora, Adão e Eva eram mortais porque não haviam comido do fruto da outra árvore, a árvore da vida. Os frutos dessa árvore é que iriam garantir a imortalidade dos dois. Como eles não comeram do fruto dessa árvore, permaneciam mortais. E não morreram no mesmo dia em que comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, como o deus hebreu havia estabelecido.
                 Entendeu como os cristãos deturparam os textos hebraicos?

UM CRISTÃO NA CORDA BAMBA




Eustáquio


                      Em meu vídeo de ontem, com o título “Jesus morreu por você”, o internauta Bartolomeu Lopes escreveu o seguinte:



                                  “Bom dia professor, me chamo Bartolomeu Lopes, meu nome foi escolhido pelos meus pais, católicos fervorosos. Eu fui criado nessa doutrina, mas sempre desconfiei da bíblia e das religiões, após assistir um vídeo seu por acaso, resolvi me escrever em seu canal no YouTube para acompanhar outros vídeos e confesso que tô muito confuso sobre a existência de Deus. Não é fácil, me entenda, receber uma doutrina uma vida toda e de repente, aos meus 42 anos ver que tudo isso pode ser ilusão. Além do mais, as pessoas não irão me compreender, vão me ignorar e talvez até se afastar de mim. Mas continuarei a assistir seus vídeos e a estudar o assunto. Abraços para o senhor, bom dia!”



                             Bartolomeu foi criado numa família católica, recebendo a doutrina cristã católica desde o berço. Há muito tempo que ele já desconfiava da Bíblia e das demais religiões. E diz que, por acaso, assistiu a um de meus vídeos. Gostou e se tornou um inscrito. E confessa agora que está muito confuso sobre a existência do deus hebreu. E ele explica o porquê de estar confuso. Ora, recebeu a doutrina cristã desde o berço, e, somente agora, com 42 anos de idade, se depara com o fato de que tudo isso não passa de uma mera ilusão. Realmente é um choque.
                  Eu, Eustáquio, igualmente ao Bartolomeu, nasci numa família católica, em Sobral, no Ceará. Minha mãe não era uma cristã fervorosa, mas ia à igreja todos os domingos e, todos os dias, rezava o terço. Às vezes, me levava, eu com uns 9 anos de idade, mas nunca me forçou. Nessa idade, eu já não dava crédito à crença de minha mãe. Lia o catecismo, e achava aquilo muito estranho, sem lógica alguma. Mas ficava na minha. Curioso, comecei a ler a Bíblia que ficava aberta em cima de um armário. E aí começou para valer meu ateísmo. Mais ou menos, com uns 15 anos de idade, eu já me declarava ateu. Minha mãe dizia que iria orar muito ao deus hebreu para que mudasse minha cabeça. Eu ria muito. Às vezes, eu dizia à minha mãe que ela vivia uma grande ilusão. Perguntava se ela aceitava que eu lesse alguns capítulos da Bíblia a fim de questioná-la. E mamãe me dizia assim: “Não, meu filho! Não quero duvidar de minha crença. Estou tão feliz assim.” E eu entendia. Quando eu morava na Rua Maria Tomásia, em Sobral, dois vizinhos eram evangélicos, da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Seus filhos eram amigos meus. Eles me convidavam, quase todos os dias, para ir a um dos cultos. Para evitar que eles ficassem aborrecidos comigo, fui àquela igreja apenas uma vez. Como diz o Edson Martins, pessoas vão a igrejas para compartilhar ignorância. Como é que alguém consegue se realizar vendo um pastor evangélico no púlpito, só pregando besteiras? Disse a meus amigos que não iria mais. Com o tempo, seus pais morreram. Seus filhos estão vivos hoje e continuam meus amigos. Nenhum deles frequenta igreja alguma hoje, apesar de terem sua crença. Como ateu, jamais falo sobre crença religiosa com pessoas crentes. Freud já dizia que os crentes não abandonam sua crença por força de argumentos, isto é, não adianta mostrar a eles os mais fortes argumentos. Por isso mesmo, não toco em crença religiosa diante deles. Quando algum amigo crente se dirige a mim, solicitando alguma explicação, aí sim, eu ajo.
                 O Bartolomeu diz que tem o receio de, ao assumir o ateísmo, ser ignorado, afastado e incompreendido pelas pessoas que o cercam. Eu, Eustáquio, nunca tive esse medo, essa preocupação. Ao contrário! Sempre fazia questão de tornar público meu ateísmo. Queria que todos soubessem que eu não era um ingênuo, que acreditava em deuses, que orava, que fazia sacrifícios etc. Durante toda minha vida, todos os meus amigos, em Sobral, em Fortaleza e aqui, em Brasília, todos, sabiam que eu sou ateu. Ninguém deve viver preocupado com o que fulano ou beltrano pensa sobre você. Ninguém lhe dá um prato de comida, um auxílio, uma ajuda nos momentos mais difíceis, por que então alguém haverá de se preocupar com o que os outros pensem? Cada pessoa deve seguir sua consciência, e nada mais. Quem anda pela cabeça dos outros é piolho, não é mesmo? E também os que fiéis que frequentam igrejas. Agem em conformidade com a cabeça de pastores e padres. Desse jeito, não há salvação.
                Só me resta dizer uma coisa ao Bartolomeu. Estude sobre a Bíblia, meu camarada! Estude com profundidade! Com seriedade! E fique certo de uma coisa: deus algum existe, deus algum vai ficar com ódio de você. Você tem um cérebro, Bartolomeu, e ele não está em sua cabeça para separar a orelhas, mas para levá-lo a pensar, a raciocinar, a duvidar, a analisar. Não fique com medo da reação de outras pessoas. Não dê bolas para o que a sociedade pense sobre você. A paz só chegará a você a partir do momento em que você seguir a voz de sua consciência. Se você está em paz com sua consciência, você está feliz e realizado.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

OS CRISTÃOS E A INFERIORIDADE DA MULHER




Eustáquio

                      O teólogo, psicanalista, escritor e ex-pastor protestante Rubem Alves, no livro É uma pena não viver. Uma biografia de Rubem Alves”, de Gonçalo Junior, editora Planeta, 2015, na página 145, diz:



                   “A teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo.”

                     
                       
                      Estou aqui com o livro “Por que Deus permite o sofrimento e o mal?”, escrito por John Ankerberg e Dillon Burroughs, editora Holy Bible, 2010. Ankerberg é norte-americano, da Igreja Batista, possui um mestrado em artes na história da igreja, um mestrado em divindade e um doutorado em ministério. Seu companheiro Dillon Burroughs é também norte-americano, batista, formado em teologia. Na página 29, eles escrevem o seguinte:


                 “É importante entender que nós vivemos em um mundo caído por causa dos nossos primeiros ancestrais, Adão e Eva, que escolheram desobedecer a Deus. Isso trouxe consequências negativas, incluindo (...) aumento das dores de parto (Gênesis 3:16)”


                 No vídeo de hoje, com o título “Os cristãos e as dores de parto”, fiz uma rápida análise acerca da afirmação acima dos dois teólogos evangélicos norte-americanos. No final do parágrafo, eles afirmam que o pecado praticado por Adão e Eva fez com que o deus hebreu aumentasse um pouquinho mais as dores de parto de Eva e, por extensão, de todas as mulheres. Por favor, não ria! Não ria! Seus risos atrapalham minha concentração aqui. Mais uma vez, sou obrigado a afirmar que Adão e Eva nunca existiram e que esses relatos são lendários, por isso mesmo, repletos de erros e ingenuidades. Até o papa Francisco tem esse conhecimento. Os dois teólogos evangélicos apresentaram apenas uma das duas punições do deus hebreu à mulher Eva. Eles nada comentaram sobre a outra punição, talvez ficaram envergonhados, mas eu vou mostrar. Trata-se da subordinação da mulher ao homem. Em Gênesis, capítulo 3, versículo 16, está escrito:

             “E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”

  
            No vídeo anterior já citado, fiz uma análise sobre as dores durante o parto. Farei agora algumas considerações sobre a segunda punição do deus hebreu à mulher Eva, e estendida a todas as mulheres, segundo a visão cristã. Os dois teólogos evangélicos, repito, nada comentaram em seu livro sobre essa segunda punição, talvez ficaram envergonhados. Antes de entrar no assunto, quero dizer uma coisa aos fiéis cristãos que frequentam igrejas e que lançam comentários em meus vídeos. Nada tenho contra vocês. Eu os vejo como vítimas do sistema religioso. Meu trabalho aqui é conscientizar pessoas que queiram conhecer um pouco mais acerca de Bíblia, de cristianismo. Sou contra as mentiras do sistema religioso, contra a exploração de pessoas ingênuas. Meu canal é 100% democrático. Não apago comentário algum por mais infantil que seja. Estou aberto a todos.
               Muito bem! Veja a segunda punição do deus hebreu à mulher Eva, que está no livro de Gênesis:

              O teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.”


                A pergunta é a seguinte: por que, na Bíblia, o deus hebreu decretou a subordinação da mulher ao homem? Por que o deus hebreu disse que o desejo da mulher será para seu marido e que ele a governará? A resposta é facílima, mais fácil que empurrar um bêbado em ladeira. Tenho dito com frequência que, para alguém entender a Bíblia, é necessário conhecer os costumes da sociedade hebraica daquela época. Se não conhecer os costumes, jamais entenderá o livro que os cristãos consideram “sagrado”. Qualquer historiador sabe muito bem que a sociedade dos hebreus era patriarcal. Numa sociedade patriarcal, é o homem, o macho, que predomina, em detrimento da mulher, da fêmea. Ao homem, tudo! À mulher, nada! Na sociedade bíblica, o papel da mulher era parir e ficar no lar, cuidando dos filhos. Ela devia obediência cega ao marido. Não podia sair de casa sem a autorização marital. Se quisesse aprender alguma coisa, que procurasse seu esposo. Fora de casa, não podia abrir a boca. Se tivesse irmãos, não podia herdar etc. Esse era o triste quadro da mulher no mundo da Bíblia. É justamente por isso que ela aparece como um ser inferior ao homem, sendo reduzida a quase um mero objeto.
           Uma coisa é o mundo da Bíblia. Coisa bem diferente é o nosso mundo de hoje, principalmente nos países democráticos. Se o hebreu que escreveu esses versículos, reduzindo o valor da mulher, vivesse hoje no Brasil, com certeza, iria escrever coisa bem diferente sobre ela. Iria registrar que a mulher não tem o desejo direcionado para o marido, nem é governada por ele. Iria também escrever que a mulher tem os mesmos direitos garantidos ao homem por força da Constituição Federal. Isto é, o hebreu teria uma visão bem diferente da mulher.
              É fácil ver que, na lenda bíblica, mais uma vez, falhou a punição do deus hebreu que, segundo a visão cristã, foi estendida para todas as mulheres que viessem a surgir depois da lendária Eva. Um universo de mulheres escapou da punição. Um número incontável de esposas têm desejo próprio e não estão subordinadas ao esposo. Estudam, trabalham, exercem cargos de liderança, comandando até homens. Veja, como exemplo, a situação da mulher no Brasil, e a situação da mulher na Arábia Saudita, país que governa sob regime religioso. No Brasil, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Na Arábia Saudita, as mulheres são subordinadas aos homens e quase não possuem direitos. Só para você ter uma ideia do atraso naquele país, há apenas dois anos é que as mulheres conseguiram o direito de dirigir um automóvel. Que atraso, não é mesmo? E o mundo da Bíblia era pior ainda para as mulheres do que a Arábia Saudita de hoje. 

OS CRISTÃOS E AS DORES DE PARTO




Eustáquio


                      O teólogo, psicanalista, escritor e ex-pastor protestante Rubem Alves, no livro É uma pena não viver. Uma biografia de Rubem Alves”, de Gonçalo Junior, editora Planeta, 2015, na página 145, diz:



                   “A teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo.”


                     
                       
                      Estou aqui com o livro “Por que Deus permite o sofrimento e o mal?”, escrito por John Ankerberg e Dillon Burroughs, editora Holy Bible, 2010. Ankerberg é norte-americano, da Igreja Batista, possui um mestrado em artes na história da igreja, um mestrado em divindade e um doutorado em ministério. Seu companheiro Dillon Burroughs é também norte-americano, batista, formado em teologia. Na página 29, eles escrevem o seguinte:



                 “É importante entender que nós vivemos em um mundo caído por causa dos nossos primeiros ancestrais, Adão e Eva, que escolheram desobedecer a Deus. Isso trouxe consequências negativas, incluindo (...) aumento das dores de parto (Gênesis 3:16)”



                 Tenho dito com frequência que os livros religiosos, principalmente os evangélicos, só levam as pessoas ao erro e à ignorância. Em inúmeros vídeos, abordo vários livros evangélicos, mostrando uma série de erros e absurdos. E, nesse vídeo, mais erros e absurdos. Os dois teólogos evangélicos, como vivem no mundo da lua, começam afirmando que vivemos num mundo caído por causa do comportamento dos nossos primeiros ancestrais, Adão e Eva, porque comeram um mísero fruto, desobedecendo à ordem do deus hebreu. Quantos absurdos! Em primeiro lugar, nunca existiu o casal Adão e Eva. Até o papa Francisco, que é muito simpático, tem esse conhecimento. Ele sabe, mas não espalha, pelos motivos mais óbvios. Assim, Adão e Eva nunca foram nossos ancestrais. Esses relatos são mitológicos, criados por um hebreu que não se chama Moisés. Justamente por serem relatos criados, apresentam erros e ingenuidades. Em segundo lugar, os dois teólogos evangélicos escorregam na maionese quando afirmam que a causa de todos os problemas que vivenciamos tem origem na desobediência de Adão e Eva. Quanta ignorância! Esse pensamento torto e errôneo dos dois teólogos evangélicos é o mesmo pensamento errôneo e torto do homem antigo. Nos relatos lendários da Bíblia, era comum a punição passar da pessoa do delinquente, o que é uma profunda injustiça. Era comum o deus hebreu vingar a conduta de pais nos inocentes filhos, ou seja, os filhos pagando pelo que seus pais fizeram. E a lenda de Adão e Eva é mais um exemplo dessa injustiça. Adão e Eva comeram do fruto proibido. Foram punidos, e as punições, sob a visão cristã, foram estendidas a todos os homens e mulheres que ainda viriam a nascer. Que loucura!!! Que atraso!!! Os futuros filhos de Adão e Eva, que ainda nem existiam, iriam receber as mesmas punições por causa do comportamento de seus pais. Que coisa hedionda!!! A doutrina cristã é tão atrasada que não percebe que os filhos herdam a genética dos pais, e não o comportamento. Por exemplo, se os pais são negros, os filhos serão negros. Os filhos, obviamente, são herdeiros da genética de seus pais. E se esses pais resolverem matar sua empregada doméstica, os filhos não podem ser punidos porque não são herdeiros do comportamento de seus pais. Matar alguém é um comportamento, é uma ação, e não genética. Entendeu? Os cristãos, lamentavelmente, estão mais por fora do que bunda de índio. Sinto muito! Na lenda, Adão e Eva desobedeceram à ordem do deus hebreu. Isso é comportamento, conduta, ação, e não genética. Logo, não se estende aos filhos. Os filhos nada têm a ver com o comportamento de seus pais. Se os pais mataram a empregada doméstica porque iria à Justiça do Trabalho reclamar sobre o não pagamento do 13º salário, somente os pais é que devem pagar pelo que fizeram, e não os filhos também. Se Adão e Eva cometeram um pecado, somente eles deveriam pagar pelo que fizeram, e não os filhos que viessem a surgir. Entendeu? O internauta Edson Martins, que acompanha meus vídeos há mais de 10 anos, me disse que até suas duas cadelas entendem minha explicação, e até mesmo um feto ainda no útero materno. Fico feliz com isso.
                Outro erro dos dois teólogos evangélicos, que fazem sucesso nos EUA, é afirmar que Adão e Eva escolheram desobedecer a Deus. Escolheram? Escolheram? De forma alguma! Ora, para uma pessoa escolher alguma coisa é preciso ter consciência e liberdade. É necessário entender o que é o bem, e o que é o mal. Adão e Eva eram dois idiotas que passeavam pelo Jardim do Éden. Eles não sabiam discernir o bem do mal porque ainda não haviam comido do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Entendeu? Adão e Eva não tinham o conhecimento do bem e do mal, antes de comerem do fruto. Portanto, eles não cometeram nada de errado quando comeram do fruto. Somente depois de comerem do fruto, é que adquiriram a capacidade de discernir o bem do mal.
                  E o terceiro erro dos dois teólogos evangélicos é afirmar que, por causa do comportamento de Eva, todas as mulheres sofrerão um aumento durante as dores do parto. Quanta ignorância!!! Novamente aqui, a punição se estendendo aos filhos, que não têm culpa alguma no cartório. Além disso, as mulheres sentem dores durante o parto, como também qualquer animal irracional do sexo feminino, claro. E veja mais uma ingenuidade da doutrina cristã. Ora, os cristãos dizem que as dores de parto sofreram um aumento em razão do comportamento de Eva e que essa punição será aplicada a todas as mulheres. E aqui mais um erro. Atualmente, existe até o parto sem dor. Muitas mulheres dão à luz sem sentirem dor alguma. Obviamente, essas escaparam da punição do deus hebreu. Mas, como? Os cristãos não dizem que nenhuma mulher escapará dessa punição? Pois veja um universo de mulheres que não é atingido pela punição do deus hebreu. Percebeu como a doutrina cristã é bastante ingênua? Mais uma vez, sinto muito. Além disso, um universo de mulheres são estéreis, não podem ter filhos. Elas jamais passarão pela punição do deus hebreu. Entendeu? Ora, a punição não foi aplicada para todas as mulheres? Pois veja aí um exército de mulheres escapando.
                 E existem mais erros ainda! Mas isso é assunto para outro vídeo.

domingo, 27 de outubro de 2019

JESUS MORREU POR VOCÊ




Eustáquio
                     
                       
                      Estou aqui com o livro “Por que Deus permite o sofrimento e o mal?”, escrito por John Ankerberg e Dillon Burroughs, editora Holy Bible, 2010. Ankerberg é norte-americano, da Igreja Batista, possui um mestrado em artes na história da igreja, um mestrado em divindade e um doutorado em ministério. Seu companheiro Dillon Burroughs é também norte-americano, batista, formado em teologia. Na página 15, eles escrevem o seguinte:



                 “Jesus deixou um exemplo perfeito desse amor ao ofertar sua vida por nós.”


                 Tenho dito com frequência que os livros religiosos, principalmente os evangélicos, só levam as pessoas ao erro e à ignorância. Em inúmeros vídeos, abordo vários livros evangélicos, mostrando uma série de erros e absurdos. Aproveito a oportunidade para analisar mais um desses absurdos que está presente no livro dos dois teólogos norte-americanos.
               John Ankerberg e Dillon Burroughs afirmam que o Jesus das narrativas lendárias do Novo Testamento deu a maior prova de amor, isto é, morreu pela humanidade. Ofertou sua vida. Eis mais um absurdo do cristianismo.
                O teólogo, psicanalista, escritor e ex-pastor protestante Rubem Alves, no livro É uma pena não viver. Uma biografia de Rubem Alves”, de Gonçalo Junior, editora Planeta, 2015, na página 145, diz:



                   “A teologia cristã é um edifício construído sobre o absurdo.”



                E, na página 163, continua:



                    “Onde estava a minha inteligência? Tenho vergonha de haver acreditado no que acreditei. (...) Joguei minha vida inteira nas ideias doidas.”


                   Sempre tenho dito em meus vídeos que, para entender a Bíblia, é necessário conhecer os costumes da sociedade hebraica (Velho Testamento) e da sociedade judaica (Novo Testamento). Se uma pessoa desconhecer esses costumes, será facilmente levada ao erro por escritores cristãos. A pergunta é: por que os cristãos dizem que Jesus morreu pela humanidade, deu sua vida por nós? Eles inventaram essa maluquice, ou foram buscá-la em algum lugar? A resposta é muito fácil: eles não inventaram. Foram buscar em algum lugar! Mas onde? Ora, foram buscar nas escrituras hebraicas, hoje, o Velho Testamento, que não é velho para os judeus.
                 Os cristãos que frequentam igrejas, regra geral, não têm familiaridade com a Bíblia. Não a leem, não a estudam, não a examinam a fundo. Eles acreditam piamente nos discursos dos líderes religiosos, daí o fato de incorrerem em erros fantásticos. As escrituras hebraicas são mais antigas do que todos os livros que estão no Novo Testamento. Isto é, existiam há 4 mil anos antes do surgimento dos textos cristãos (Novo Testamento). Para ser mais claro, quando os textos de Gênesis até Malaquias foram escritos, não havia nenhum cristão na Terra, não existia o cristianismo. Quando os cristãos apareceram na Terra, formaram seus livros (Novo Testamento) a partir das escrituras hebraicas (Velho Testamento). Veja que sempre eles fazem referências ao Velho Testamento. Sempre. Então, os cristãos primitivos tiveram como fonte os livros que estão hoje no Velho Testamento. Por exemplo, quando os cristãos dizem que Jesus ressuscitou, não estão afirmando coisa nova. Foram buscar a ressurreição nas escrituras hebraicas, fantasia que era muito comum já naquela época. Portanto, a ressurreição de mortos não foi uma fantasia criada pelos cristãos, mas pelos hebreus.
             E o mesmo fenômeno ocorreu com a fantasia cristã de que Jesus morreu pela humanidade. Ou seja, de que Jesus foi sacrificado em prol da humanidade. Essa maluquice os cristãos foram buscar também nas escrituras hebraicas. Em todo o Velho Testamento, que não é velho para os judeus, o sacrifício em prol da humanidade, do povo, está presente. Os cristãos pegaram essa ideia absurda e a empregaram em Jesus. Veja, por exemplo, o livro de Levítico, capítulo 9, versículo 2:




              “E disse a Arão: Toma um bezerro, para oferta pelo pecado, e um carneiro, para holocausto, ambos sem defeito, e traze-os perante o Senhor.”


               

           Nessa passagem bíblica, o lendário Moisés diz a seu irmão Arão que ele deve pegar um bezerro e um carneiro sem defeito, como oferta pelo pecado do povo. Repito: quando esse texto foi escrito, não havia um cristão na Terra. Veja a ignorância dos hebreus! Eles sacrificavam animais irracionais (e até seres humanos) como oferta pelo pecado do povo. Eles sangravam os animais, e os ofertava ao deus hebreu para que a divindade perdoasse os pecados do povo. Assim, os animais irracionais eram sacrificados, eram ofertados em prol do povo. Morriam pelo povo.
                 A partir do momento em que surgiram os cristãos, eles liam essas passagens de sacrifícios com animais e as achavam uma coisa linda. E aí empregaram o terrível sacrifício em Jesus. Eles diziam intimamente assim: se os hebreus praticavam o sacrifício de animais em prol do povo, então vamos praticar o sacrifício de Jesus também em prol do povo. E aí Jesus, um homem, foi sacrificado para que o deus hebreu perdoasse os pecados da humanidade. Entendeu? Veja que, no Velho Testamento, os animais sacrificados não deveriam ter defeitos. E, na visão dos cristãos, Jesus não tinha defeitos. Daí, seu sacrifício! Entendeu a ligação dos animais irracionais sem defeitos com o Jesus sem defeitos?  Veja o que está no evangelho de João, capítulo 1, versículo 29:




           “No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”


            Aqui, já é um texto cristão, no Novo Testamento. Está dito que Jesus é o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Ora, os cordeiros eram também sacrificados pelos hebreus para que o deus hebreu tirasse o pecado do povo, como vimos na passagem que está em levítico. Entendeu agora como os cristãos foram buscar nas escrituras hebraicas essa maluquice do sacrifício de Jesus? Além de ser uma maluquice, é uma visão errônea de justiça do homem antigo. Naquele mundo profundamente atrasado, era comum pessoas inocentes pagarem pelas ações de outras pessoas. E os cristãos pegaram carona nesse barco de atraso. É um absurdo sacrificar a Jesus, um inocente sob a visão cristã, para que o deus hebreu perdoasse o pecado da humanidade. É o justo pagando pelos pecadores! Ora, em nosso mundo civilizado de hoje, ninguém aceita essa maluquice. Quem comete um erro é que deve pagar por esse erro. Por exemplo, se um pai comete um crime, somente ele deverá receber a punição. O Estado não vai sacrificar o filho dele para que os pecados de seu pai sejam perdoados. Essa maluquice só está na Bíblia e em livros muitos antigos.
                 Sempre tenho afirmado em meus vídeos que, você, que está assistindo a esse vídeo nesse momento, possui um cérebro em sua cabeça. Ele não está lá para separar suas orelhas, mas para que você pense, raciocine, medite, analise, compare etc. Se você usá-lo na primeira modalidade, será facilmente enganado por líderes cristãos.

sábado, 26 de outubro de 2019

A BÍBLIA E O TRABALHO PARA ADÃO




Eustáquio


                     
                       
                      Estou aqui com o livro “Por que Deus permite o sofrimento e o mal?”, escrito por John Ankerberg e Dillon Burroughs, editora Holy Bible, 2010. Ankerberg é norte-americano, da Igreja Batista, possui um mestrado em artes na história da igreja, um mestrado em divindade e um doutorado em ministério. Seu companheiro Dillon Burroughs é também norte-americano, batista, formado em teologia. Na página 26, eles explicam o porquê da existência do mal na Terra:



             “Eva praticou quatro coisas que marcaram a entrada do pecado na raça humana: Ela viu que o fruto era atraente aos olhos; ela pegou o fruto; ela comeu o fruto; ela deu o fruto para Adão comer.”


            
           Na lenda bíblica acerca do Jardim do Éden, com Adão e Eva comendo do fruto proibido, o deus hebreu decide punir o homem, a mulher e a Serpente. Nesse vídeo, abordarei a punição reservada a Adão, e estendida a todos os homens, em razão do comentário que recebi do internauta Valentim Martins que reside em Portugal. Em meu vídeo com o título “Os cristãos e a existência do mal”, Valentim assim escreve:


             “(...) Segundo o mito, por esse pecado de Adão e Eva deus castigou o homem a ganhar o pão com o suor do seu rosto. Mas então porque é que há gente que escapou a esse mandamento de deus? Porque afinal nem todos ganham o pão com o suor do seu rosto, isto é com o seu esforço e trabalho, muita gente ganha o pão com o suor dos outros e pisando em cima das pessoas.”


               Valentim apresenta uma ingenuidade presente nesse relato bíblico. Igrejas cristãs, principalmente evangélicas, propagam que o deus hebreu castigou com o trabalho Adão e, por extensão, todos os homens. E, com bastante lucidez, Valentim diz que essa propaganda cristã é mais uma estupidez, já que um universo de homens escapam dessa punição. Valentim tem toda razão! Trago aqui a passagem bíblica que está em Gênesis, capítulo 3, versículo 17 e 19:



              “17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara que não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.
                “19 No suor do rosto comerás o teu pão...”



                 Mais uma vez, é preciso afirmar que nunca houve Adão, nunca houve Eva. Esses relatos foram criados por um hebreu, daí as ingenuidades presentes neles. Deus algum existe, deus algum ficou irado porque Adão e Eva lhe desobedeceram. E uma dessas infantilidades é justamente a punição que recaiu sobre Adão e, por extensão, a todos os homens da Terra.
              Por que está escrito na Bíblia que o deus hebreu puniu o homem Adão com o trabalho? Por que não está escrito que a divindade puniu a mulher Eva com o trabalho? Ora, a resposta é mais fácil do que empurrar um bêbado ladeira abaixo. Sempre tenho dito em meus vídeos que, para alguém entender a Bíblia de fato, é necessário conhecer os costumes da sociedade hebraica. Qual era o papel do homem naquela sociedade? E qual era o papel da mulher? Ora, o trabalho apenas era reservado ao homem, ao macho. A mulher ficava no lar, fazendo comida, parindo e cuidando dos filhos. Isso explica o porquê de o deus hebreu ter punido apenas o homem com o trabalho. Entendeu?
                  E veja outra ingenuidade. O trabalho é realmente uma punição? Será que trabalhar é algo tão danoso assim, a ponto de ser considerado uma punição? Hoje, no Brasil, existem 13 milhões de pessoas desempregadas. Essas pessoas estão à procura de trabalho porque não aguentam ficar em casa. Não é só pela necessidade. Conheço várias pessoas ricas que não precisam trabalhar, mas o fazem porque não suportam ficar em suas mansões. Veja o exemplo do apresentador de televisão Sílvio Santos. Ele é um homem milionário, mas todos os dias, logo pela manhã, chega ao trabalho e só volta para sua mansão à noite. Ele fica mais tempo no trabalho que em sua casa. Vê-se, portanto, que trabalhar é algo maravilhoso, e não uma punição. Eu, Eustáquio, trabalhei durante 35 anos. Adorei trabalhar. O ato de trabalhar só me trouxe alegria e felicidade. Então, por que, na Bíblia, está escrito que o deus hebreu puniu o homem Adão com o trabalho? A resposta também é muito fácil. Como era o trabalho na sociedade hebraica? Ora, uma coisa realmente muito penosa, muito dura. Era um trabalho braçal, que exigia grande esforço físico, além de ser realizado em condições precárias. O homem hebreu não trabalhava em lugares confortáveis, com ar-condicionado, som ambiente, cafezinho, férias, greves, salários, 13º salário, aposentadoria etc. Por isso mesmo é que está escrito que o trabalho era visto como punição. Entendeu?
                  Mais uma ingenuidade, e essa trazida pelo português Valentim Martins. Na lenda bíblica, o deus hebreu puniu, com o trabalho, o homem Adão, e estendeu essa punição a todos os homens que viessem a surgir. Não é isso que pregam as igrejas cristãs? Claro que é, mas não é verdade! Ora, um universo de homens nunca trabalhou na vida, jamais, nem por isso nunca faltou o pão de cada dia, a alimentação, e até mesmo o luxo. Começo com um exemplo familiar. Tenho um irmão chamado Nonato que mora em Fortaleza. Ele é portador de deficiência mental, mas não a ponto de rasgar dinheiro. Ele é um homem, um macho. Como se vê facilmente, meu irmão escapou da punição do deus hebreu. Percebeu? Ora, na lenda bíblica, o deus hebreu puniu todos os homens com o trabalho, assim, todos os homens deveriam obrigatoriamente sofrer essa punição, só que meu irmão Nonato não passou por ela. Ou seja, em relação a ele, a punição do deus hebreu falhou. Por ser um deficiente mental, meu irmão recebe do governo federal uma determinada importância mensal. Além disso, sempre teve o apoio dos irmãos. A vida dele é maravilhosa. Fica sentado durante o dia todo, diante do televisor, vendo filmes e novelas. Nunca lhe faltou o pão de cada dia. Nunca precisou suar para ganhar esse pão. Trago mais um exemplo. Em Fortaleza, tenho um amigo que se chama Eugênio. Nunca trabalhou na vida. Nasceu de um pai muito rico, com várias fazendas, 5 postos de gasolina, inúmeros terrenos e imóveis etc. Só para você ter uma ideia, há 5 anos, Eugênio veio a Brasília para vender um dos terrenos deixados por seu pai no valor de 1 milhão de reais. Eu o acompanhei aqui. Ele vendeu esse terreno para um homem que administra o maior cemitério de Brasília. Eugênio mora na Aldeota, um dos bairros mais caros de Fortaleza, num edifício com 12 apartamentos. O edifício é dele. Repito: ele nunca trabalhou na vida para ganhar o pão de cada dia. Eis aí outro homem que escapou da punição do deus hebreu. Como o Valentim afirmou, existe um exército de homens que ganha o pão de cada dia não com o suor próprio, mas com o suor dos outros. Esse exército de homens escaparam também da punição do deus hebreu. Entendeu?
                 E outra ingenuidade. O deus hebreu reservou o trabalho somente para o homem, não é mesmo? Agora me diga uma coisa: atualmente, no Brasil, é só o homem, o macho, que trabalha? Claro que não, não é mesmo? O mundo evoluiu! A mulher, com muita luta, conseguiu galgar conquistas que antes só eram reservadas ao homem, ao macho. A mulher, no mundo da Bíblia, só servia para parir e cuidar dos filhos. No mundo democrático atual, esse quadro mudou completamente. Elas conseguiram trabalhar. Mulher alguma suporta ficar em casa, esquentando o umbigo no fogão. Estão trabalhando no comércio, nos órgãos públicos, nas indústrias, nos jornais, nas revistas, nas televisões etc. É fácil ver que o trabalho está longe de ser uma punição.