Eustáquio
No vídeo “ Ateu pergunta: o que foram fazer as mulheres no túmulo de Jesus?”,
de autoria de Kennedy Litaiff, portador do canal “ O mago do realismo”, Edson Martins escreve o que segue abaixo:
“ A ignorância e a ingenuidade estão presentes na
bíblia de capa à capa. Isso é perfeitamente compreensível, por se tratar de um
livro antigo, de uma sociedade antiga. Hoje isso não é, ou, pelo menos não
deveria ser mais aceito em hipótese alguma.”
Edson Martins, no mundo das redes sociais
e especificamente aqui, no território do You
Tube, é uma exceção, haja vista sua inteligência e lucidez que transbordam
em seus comentários. Ele afirma acima que se sobressaem na Bíblia, de Gênesis
ao Apocalipse, a ingenuidade e a ignorância. E diz o Edson que a Bíblia é assim
porque é um conjunto muito antigo de livros, cujos costumes eram de uma
sociedade antiga, razão pela qual atualmente não podem ser levados a sério ou,
pior ainda, servir como modelo para as sociedades de hoje.
E o Edson Martins está certíssimo! O mundo evolui a cada instante. Tudo
evolui: leis, esportes, educação, vestuário, eletrodomésticos, habitação etc. Veja,
caro leitor, como é fácil provar essa verdade. Há algumas décadas, aqui, no
Brasil, e eu vivenciei isso, não havia computadores caseiros. Usava-se a
máquina de escrever, e não era elétrica. Para obter uma cópia, era necessário
colocar entre duas folhas um papel carbono. Quando a pessoa errava, era um
verdadeiro inferno. Passava uma borracha, mas ficava tudo borrado. Houve uma
evolução: apareceu a máquina de escrever elétrica. Uma maravilha que sepultou a
máquina de escrever antiga. Com a nova máquina de escrever, quando alguém
errava, não havia mais o uso de borracha. Apertava-se uma tecla e a letra
errada sumia, sem marca alguma. Que maravilha! E o mundo continuou evoluindo. E
aí surgiu o computador caseiro que, obviamente, ultrapassou as máquinas de
escrever, elétricas ou não. Com o computador caseiro, tudo ficou mais fácil. Se
alguém erra uma letra, uma palavra ou um período inteiro, não há problema, nem
precisa apagar, basta apenas eliminar por meio de uma tecla. Além disso, pode
armazenar (guardar) todos os dados, remetê-los para onde desejar etc. Isso,
evidentemente, são provas de que o mundo evolui.
Pois bem! Apresentei acima um
exemplo de evolução. Antes, a máquina de escrever manual. Depois, a máquina de
escrever elétrica. E agora o computador caseiro, que sepultou as máquinas de
escrever. O Edson Martins, que é uma pessoa inteligente e sadia mentalmente,
quando vai escrever alguma coisa, procura um computador, um “notebook”, um
celular etc. É óbvio que ele não vai procurar uma máquina de escrever, elétrica
ou não. O Edson Martins não vai deixar o progresso para abraçar um passado
atrasado. Da mesma forma, caro leitor, em relação à Bíblia, ao Corão, às leis
do Brasil-colonial ou imperial etc. A Bíblia, o Corão e as leis vigentes no
Brasil antigo são coisas do passado e são tão esquisitas atualmente como as
máquinas de escrever. Ninguém procura hoje essas máquinas, assim como ninguém
deve procurar a Bíblia para buscar ali modelos de comportamento. A Bíblia está
para a máquina de escrever manual, assim como a Constituição federal está para
o computador caseiro. Bíblia e máquinas de escrever, coisas do passado;
Constituição federal, algo moderno.
Veja, caro leitor, o progresso da
Constituição federal diante da Bíblia. Nossa Constituição proíbe, por exemplo,
a escravidão. Hoje, no Brasil, comete crime a pessoa que submete outra à
escravidão. Escravidão é uma coisa humilhante, degradante. E a Bíblia agia
também assim? O mundo bíblico (Velho e Novo Testamentos) proibia a escravidão?
Claro que não, caro leitor. Ao contrário! O povo hebreu (Velho Testamento) e o
povo judeu (Novo Testamento) mantinham escravos. Os cristãos primitivos
apoiavam e incentivavam a escravidão, como exemplo, essa passagem do apóstolo
Paulo de Tarso, no livro de Gálatas, capítulo 4, versículos 31 e 32:
“ 31 Contudo, que diz a Escritura?
Lança fora a escrava e
seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da
livre.
32 E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava
e sim da livre.”
O Edson Martins,
evidentemente, odeia a escravidão, logo, não vai recorrer à Bíblia como guia de
bom comportamento. Vimos o tema escravidão. Vejamos agora a situação da mulher.
Quando o Edson Martins abre a Constituição, ele logo vê que a mulher tem os
mesmos direitos e deveres que são garantidos ao homem. Hoje, a mulher brasileira
tem o direito de trabalhar, de exercer qualquer profissão, de votar e de ser
votada, de se manifestar publicamente etc. E como era a situação da mulher na
Bíblia? A pior possível! No mundo bíblico, a mulher era considerada um ser
inferior ao homem. De Gênesis ao Apocalipse, a pobre mulher sofria mais do que sovaco
de aleijado. Era reduzida à coisa, mero objeto. Não podia sair de casa sem
autorização do marido, não podia falar em público, não podia herdar do pai
havendo irmãos, não podia reclamar das traições conjugais do marido etc. Só
para ilustrar, trago uma passagem do apóstolo Paulo de Tarso, no livro de 1
Coríntios, capítulo 14, versículos 34 e 35:
“ 34 conservem-se as mulheres
caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas
como também a lei o determina.
35 Se, porém, querem aprender alguma coisa,
interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso
falar na igreja.”
O Edson Martins, obviamente, odeia
discriminações em relação à mulher, logo, jamais irá recorrer à Bíblia a fim de
buscar ali boas normas de comportamento. Bem. Trouxe aqui apenas 2 exemplos
(escravidão e inferioridade da mulher na Bíblia). Poderia mostrar uma
infinidade, mas, para evitar um artigo muito longo, fico por aqui. O importante
é seguir o conselho de Edson Martins. Jamais invocar a Bíblia como modelo de
comportamento. Ao contrário! A Bíblia, assim como a máquina de escrever, são coisas
do passado que foram substituídas por outras invenções mais modernas.
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