quinta-feira, 11 de abril de 2019

O EDSON MARTINS E A IGNORÂNCIA NA BÍBLIA




Eustáquio


   
            No vídeo “ Ateu pergunta: o que foram fazer as mulheres no túmulo de Jesus?”, de autoria de Kennedy Litaiff, portador do canal “ O mago do realismo”, Edson Martins escreve o que segue abaixo:



           A ignorância e a ingenuidade estão presentes na bíblia de capa à capa. Isso é perfeitamente compreensível, por se tratar de um livro antigo, de uma sociedade antiga. Hoje isso não é, ou, pelo menos não deveria ser mais aceito em hipótese alguma.



           Edson Martins, no mundo das redes sociais e especificamente aqui, no território do You Tube, é uma exceção, haja vista sua inteligência e lucidez que transbordam em seus comentários. Ele afirma acima que se sobressaem na Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, a ingenuidade e a ignorância. E diz o Edson que a Bíblia é assim porque é um conjunto muito antigo de livros, cujos costumes eram de uma sociedade antiga, razão pela qual atualmente não podem ser levados a sério ou, pior ainda, servir como modelo para as sociedades de hoje.
           E o Edson Martins está certíssimo! O mundo evolui a cada instante. Tudo evolui: leis, esportes, educação, vestuário, eletrodomésticos, habitação etc. Veja, caro leitor, como é fácil provar essa verdade. Há algumas décadas, aqui, no Brasil, e eu vivenciei isso, não havia computadores caseiros. Usava-se a máquina de escrever, e não era elétrica. Para obter uma cópia, era necessário colocar entre duas folhas um papel carbono. Quando a pessoa errava, era um verdadeiro inferno. Passava uma borracha, mas ficava tudo borrado. Houve uma evolução: apareceu a máquina de escrever elétrica. Uma maravilha que sepultou a máquina de escrever antiga. Com a nova máquina de escrever, quando alguém errava, não havia mais o uso de borracha. Apertava-se uma tecla e a letra errada sumia, sem marca alguma. Que maravilha! E o mundo continuou evoluindo. E aí surgiu o computador caseiro que, obviamente, ultrapassou as máquinas de escrever, elétricas ou não. Com o computador caseiro, tudo ficou mais fácil. Se alguém erra uma letra, uma palavra ou um período inteiro, não há problema, nem precisa apagar, basta apenas eliminar por meio de uma tecla. Além disso, pode armazenar (guardar) todos os dados, remetê-los para onde desejar etc. Isso, evidentemente, são provas de que o mundo evolui.
              Pois bem! Apresentei acima um exemplo de evolução. Antes, a máquina de escrever manual. Depois, a máquina de escrever elétrica. E agora o computador caseiro, que sepultou as máquinas de escrever. O Edson Martins, que é uma pessoa inteligente e sadia mentalmente, quando vai escrever alguma coisa, procura um computador, um “notebook”, um celular etc. É óbvio que ele não vai procurar uma máquina de escrever, elétrica ou não. O Edson Martins não vai deixar o progresso para abraçar um passado atrasado. Da mesma forma, caro leitor, em relação à Bíblia, ao Corão, às leis do Brasil-colonial ou imperial etc. A Bíblia, o Corão e as leis vigentes no Brasil antigo são coisas do passado e são tão esquisitas atualmente como as máquinas de escrever. Ninguém procura hoje essas máquinas, assim como ninguém deve procurar a Bíblia para buscar ali modelos de comportamento. A Bíblia está para a máquina de escrever manual, assim como a Constituição federal está para o computador caseiro. Bíblia e máquinas de escrever, coisas do passado; Constituição federal, algo moderno.
              Veja, caro leitor, o progresso da Constituição federal diante da Bíblia. Nossa Constituição proíbe, por exemplo, a escravidão. Hoje, no Brasil, comete crime a pessoa que submete outra à escravidão. Escravidão é uma coisa humilhante, degradante. E a Bíblia agia também assim? O mundo bíblico (Velho e Novo Testamentos) proibia a escravidão? Claro que não, caro leitor. Ao contrário! O povo hebreu (Velho Testamento) e o povo judeu (Novo Testamento) mantinham escravos. Os cristãos primitivos apoiavam e incentivavam a escravidão, como exemplo, essa passagem do apóstolo Paulo de Tarso, no livro de Gálatas, capítulo 4, versículos 31 e 32:



                “ 31  Contudo, que diz a Escritura?
                        Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.
               32  E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava e sim da livre.”



                   O Edson Martins, evidentemente, odeia a escravidão, logo, não vai recorrer à Bíblia como guia de bom comportamento. Vimos o tema escravidão. Vejamos agora a situação da mulher. Quando o Edson Martins abre a Constituição, ele logo vê que a mulher tem os mesmos direitos e deveres que são garantidos ao homem. Hoje, a mulher brasileira tem o direito de trabalhar, de exercer qualquer profissão, de votar e de ser votada, de se manifestar publicamente etc. E como era a situação da mulher na Bíblia? A pior possível! No mundo bíblico, a mulher era considerada um ser inferior ao homem. De Gênesis ao Apocalipse, a pobre mulher sofria mais do que sovaco de aleijado. Era reduzida à coisa, mero objeto. Não podia sair de casa sem autorização do marido, não podia falar em público, não podia herdar do pai havendo irmãos, não podia reclamar das traições conjugais do marido etc. Só para ilustrar, trago uma passagem do apóstolo Paulo de Tarso, no livro de 1 Coríntios, capítulo 14, versículos 34 e 35:



           “ 34 conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas como também a lei o determina.
        35  Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.”



            O Edson Martins, obviamente, odeia discriminações em relação à mulher, logo, jamais irá recorrer à Bíblia a fim de buscar ali boas normas de comportamento. Bem. Trouxe aqui apenas 2 exemplos (escravidão e inferioridade da mulher na Bíblia). Poderia mostrar uma infinidade, mas, para evitar um artigo muito longo, fico por aqui. O importante é seguir o conselho de Edson Martins. Jamais invocar a Bíblia como modelo de comportamento. Ao contrário! A Bíblia, assim como a máquina de escrever, são coisas do passado que foram substituídas por outras invenções mais modernas.

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