quinta-feira, 4 de abril de 2019

APEDREJAMENTO DE ADÚLTERAS E HOMOSSEXUAIS




Eustáquio
               

                       Ontem, dia 3 de abril do corrente ano, estava assistindo ao Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. E aí veio uma notícia que envergonha qualquer mamífero humano que raciocina, que faz uso da razão. Num pequeno país, rico em petróleo, situado no sudeste da Ásia, chamado de Brunei, com 420 mil habitantes, o governo (se é que se pode chamar isso de governo) instituiu a pena de morte por apedrejamento aos cidadãos adúlteros e homossexuais. A autoridade máxima do país, o sultão Hassanal Bolkiah, amparou-se na sharia (leis islâmicas), isto é, leis religiosas, já que o islamismo é a religião oficial do país, com mais de dois terços da população. Em número muito menor, o budismo, o cristianismo, o confucionismo e o taoísmo. Como se vê facilmente, mais uma vez, surge a religião, que, como dizia o intelectual britânico Christopher Hitchens (1949 – 2011), “envenena tudo”. Assim, só mesmo um cérebro humano doentio para considerar crimes o adultério e a homossexualidade. É lastimável dizer que o crime de adultério, aqui, no Brasil, era uma realidade, também por causa da cultura cristã que foi imposta pelos portugueses a partir de abril de 1500. Só que, nos dias atuais, não existe mais o crime de adultério. Foi banido do Código Penal Brasileiro, indo parar numa lata de lixo mais próxima. Se esse ignorante sultão de Brunei pôr em prática a pena de morte para adúlteras e homossexuais, pode ter certeza de que a população atual com 420 mil habitantes sofrerá uma redução incalculável, em razão do grande número de adúlteros e homossexuais. Desde a Idade da Pedra até os dias atuais, em todo o planeta Terra, houve, há e haverá adúlteros e homossexuais. Naturalmente, nenhum ser humano comete crime ou pecado por ser um adúltero ou um homossexual. Essa noção infantil de “pecado” é criada por cérebros presos à ilusão religiosa. Daí, o repugnante atraso.
                       A mesma matéria televisiva mostrou a indignação do mundo ocidental diante dessa barbaridade. Cantores, atores, escritores, presidentes de repúblicas democráticas (o que não existe em Brunei) se manifestaram com veemência. O ator norte-americano George Clooney e o grande cantor Elton John se manifestaram, solicitando boicote aos hotéis pertencentes a Brunei que estão espalhados pelos EUA e Reino Unido. Os dois, diferentemente dos pobres cidadãos de Brunei, nasceram em mundos civilizados.
                       Muito bem! Afirmei acima que, no mundo ocidental, um universo de pessoas se manifestou contra essa barbaridade asiática. Os próprios jornalistas da Globo, durante a transmissão do jornal, deixaram sua indignação, e assim os profissionais dos outros jornais. Todavia, há um detalhe aqui que passa despercebido por milhões de brasileiros. Poucos conseguem ver esse detalhe. E que detalhe é esse? É simples: religiosos cristãos, por exemplo, ficaram indignados diante dessa aberração das autoridades de Brunei, estabelecendo a pena de morte por apedrejamento. Dizem os cristãos, com toda razão, que isso é um atraso tremendo. Só que aqui está o detalhe: os cristãos não percebem que esse “atraso” é a marca da Bíblia cristã, que eles consideram “sagrada”. De fato, de Gênesis ao Apocalipse, nas sociedades hebraica e judaica, a pena de morte por apedrejamento, nos casos de adultério e homossexualidade, estavam presentes. Ou seja, cristãos, ao reprovarem essa lei islâmica, indiretamente, sem perceberem, estão reprovando leis bíblicas. Repito, como a Bíblia é um conjunto de livros muito antigos, as leis que estão lá são muito arcaicas e injustas, representando um mundo medieval, muito diferente do nosso de hoje. Para ilustrar essa afirmação, em relação ao crime de adultério, a Bíblia, em Levítico, capítulo 20, versículo 10, estabelece:


               “Se um homem adulterar com a mulher do seu próximo, será morto o adúltero e a adúltera


              Como se vê, pena de morte por apedrejamento em caso de adultério, ou seja, o mesmo atraso imposto hoje, em Brunei. E, na Bíblia, a figura do adultério era pior ainda, mas isso é assunto para outro texto. Já, no tocante ao crime de homossexualidade, novamente a Bíblia, em Levítico, no mesmo capítulo, versículo 13, dita:


                  “Se também um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram cousa abominável; serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles.”


                Isto é, o mesmo atraso imposto hoje no Brunei, e que causa repugnância a cérebros humanos evoluídos.
                Na verdade, ninguém pode invocar livros religiosos, tais como o Corão, a Bíblia cristã, a Bíblia hebraica, as lições de Buda etc. Livros religiosos são livros muito antigos que mostram uma visão distorcida do mundo de hoje. 
                A evolução, em todos os sentidos, melhora a vida de cada um.

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