sexta-feira, 19 de abril de 2019

A BÍBLIA: UM MANUAL DE BONS COSTUMES




Eustáquio


                                  
                        Quando alguém resolve fazer um estudo sobre o fenômeno religioso, é indispensável ficar atento à afirmação do lunático cristão protestante Martinho Lutero (1483 – 1546):


                       “A razão é a cortesã do Diabo. Deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior inimigo da Fé.”


                     O próprio Lutero pregava a separação definitiva da fé religiosa e a razão. Segundo ele, os cristãos devem abandonar definitivamente a razão, a racionalidade porque ela é a sua maior inimiga. Isso explica a visão completamente errônea dos cristãos em relação à própria Bíblia. Por não fazerem uso da razão, os cristãos pregam que a Bíblia é a palavra de Deus, um manual de bons costumes, que deve ser seguido à risca.
                     Thomas Paine (1737 – 1809) nasceu na Inglaterra, indo depois morar nos EUA, onde morreu. Foi um político britânico, intelectual, escritor, inventor e um dos fundadores dos EUA. Homem inteligentíssimo, que estava muito à frente de seu tempo. Já naquela época, ele criticava ferozmente a aristocracia, a monarquia, a escravidão, o racismo, a superstição e a religião. No livro “O mundo assombrado pelos demônios”, de Carl Sagan (1934 – 1996), editora Companhia das Letras, 1997, na página 258, há mais uma referência a uma afirmação de Thomas Paine:


             “Sempre que lemos as histórias obscenas, as orgias voluptuosas, as execuções cruéis e torturantes, o espírito inexorável de vingança que impregnam mais da metade da Bíblia, seria mais coerente dizer que ela é a palavra de um demônio do que a palavra de Deus. Ela (...) tem servido para corromper e brutalizar a humanidade.”

               Que visão real e brilhante, não é mesmo? A Bíblia é, na verdade, um conjunto de livros que nos traz um mundo muito antigo e reduzido a uma civilização, a hebraica. Por isso mesmo, jamais deve servir como modelo de moral, de bons costumes. De Gênesis ao Apocalipse, ela levanta a bandeira a favor da escravidão, da inferioridade da mulher, do preconceito, da intolerância, da vingança etc. No final de sua afirmação, Thomas Paine diz que a Bíblia “tem servido para corromper e brutalizar a humanidade.” Por que razão ele diz isso? Ora, em razão das ações violentas praticadas por cristãos ao longo da existência do cristianismo. Já que era um especialista também em História, Paine sabia que, para justificar atos horrendos, cristãos recorriam a passagens bíblicas. Como exemplo, a caça às “bruxas” em que mulheres eram perseguidas e queimadas em fogueiras “santas”, com os cristãos recorrendo à Bíblia, em Êxodo, capítulo 22, versículo 18:


               “A feiticeira não deixarás viver.”


              Que mundo injusto e atrasado! Acreditar em “bruxas”, em “feiticeiras”! E, pior ainda: condená-las à morte! Uma aberração bíblica que atualmente, no Brasil, por exemplo, não vinga.
             

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