Eustáquio
No vídeo “Na Mira da Desonestidade Intelectual”, publicado no canal “LeoAdventures”, no dia 8 de abril do corrente ano (2019), Edson
Martins assim escreve:
“Veja, meu amigo, como a religião frita o
cérebro de uma pessoa, fazendo-a dizer bobagens, que nem uma pessoa com
síndrome de down diria. No último sábado, meu irmão mais velho caiu de moto,
ele ralou mãos, pernas, braços, pés etc. Sabe o que ele me falou? Não ria, não
ria, por favor. Ele me disse que foi um livramento que lhe ocorreu por parte de
deus, porque, segundo ele, havia um rapaz que estava de olho na moto dele, para
rouba-la. Ele diz que, caso isso acontecesse, ele não entregaria a moto de
jeito nenhum, e poderia morrer. Por isso, deus fez com que acontecesse esse
acidente para que ele vendesse sua moto, e não acontecesse o pior. klklkkk Ele
já vendeu a moto, por 1.500,00 reais a menos do valor. Quando ele me disse essa
bobagem, minha única reação foi rir e ao mesmo tempo tive vontade de chorar. Eu
só disse à ele o seguinte: Se deus quisesse te livrar disso, já que ele é
onipotente, por que ele simplesmente não tirou da cabeça do ladrão a ideia de
roubar sua moto? Precisava ele te fuder todo, por uma coisa tão simples para
ele resolver? klklkkk”
Edson Martins inicia seu comentário, afirmando
que a religião frita o cérebro de uma pessoa. Ela leva seus fiéis a fazer
afirmações absurdas e irracionais. E nos traz um caso recente que envolveu seu
irmão mais velho, que é cristão. No último sábado, dia 13 de abril, seu querido
irmão caiu com sua motocicleta. Sofreu leves lesões nas mãos, pernas, braços e
pés. Ele disse ao Edson que passou por um livramento. Segundo ele, um rapaz
estava de olho em sua moto, com a finalidade de roubá-la. Se realmente esse
rapaz tivesse agido, ele jamais entregaria seu meio de transporte. Poderia até
morrer! E aí Deus resolveu agir. Para evitar um mal maior ao irmão do Edson, Deus
fez com que ele sofresse esse pequeno acidente, machucando levemente suas mãos,
pernas, braços e pés. Depois da queda, ele resolveu vender a moto por mil e
quinhentos reais a menos do valor. Em seu comentário, Edson me pede que eu não
ria. Gosto muito do Edson, porém é impossível não rir. Estou rindo neste
momento, e muito! Ao ouvir essa manifestação religiosa de seu irmão, Edson,
irritado por dentro diante de tamanha ingenuidade, perguntou:
“Se deus quisesse te livrar
disso, já que ele é onipotente, por que ele simplesmente não tirou da cabeça do
ladrão a ideia de roubar sua moto? Precisava ele te fuder todo, por uma coisa
tão simples para ele resolver?”
A pergunta feita pelo Edson Martins transborda
racionalidade e inteligência, o que está ausente na explicação religiosa de seu
irmão. Isso ocorre porque religião é crença, ilusão, fantasia, superstição, um
campo da cultura humana que rejeita a razão, o raciocínio. Daí, o Edson
afirmar, no início de seu comentário, que ela frita o cérebro de uma pessoa. Seu
irmão, já que é cristão, não percebe a ingenuidade e o absurdo de sua própria
justificativa. Em sua imaginação fértil, seu deus resolveu livrá-lo de um mal
maior. Provocou sua queda, causando-lhe leves arranhões nas mãos, pernas,
braços e pés. É fácil ver que esse deus imaginário tem pouco juízo. Como é
capaz de praticar uma aberração desse quilate? Por que não agiu de modo
diferente, evitando que seu pupilo sofresse escoriações e que a moto não
tivesse seu valor depreciado? Deus, como disse o Edson, poderia ter afastado
simplesmente a vontade daquele rapaz de roubar a moto de seu irmão. Pronto! Se
Deus tivesse agido assim, o irmão de Edson não teria caído e a moto seria
vendida pelo preço de mercado. O irmãozinho do Edson não teria sofrido lesões
corporais e não teria tido prejuízo ao vender a moto. Mas, na imaginação
ingênua do fiel, a solução de Deus foi a mais irracional possível.
A religião, como bem o disse o
Edson, frita o cérebro de uma pessoa. E não é uma afirmação pessoal de Edson. É
uma constatação a que chega qualquer pessoa que seriamente estuda os fenômenos
religiosos. Os fatos religiosos nos mostram as loucuras que os fiéis são
capazes de fazer e de afirmar. O irmão cristão do Edson não está sozinho! Há
milhões de cristãos com ele, afirmando e fazendo coisas sem nexo algum. Mostrarei
aqui apenas um cristão ilustre para o irmão do Edson não se sentir sozinho,
desanimado: o Karol Wojtyla (1920 – 2005), que foi o papa João Paulo II. No dia
13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro, no Vaticano, ele não caiu da moto,
mas foi baleado por um fanático religioso. Sempre fanáticos religiosos! A bala
atingiu seu abdômen, perfurou o cólon e o intestino delgado. Foi levado
rapidamente a um dos melhores hospitais do mundo. Quando mal se recuperou do
atentado, o papa afirmou que Nossa Senhora de Fátima o salvou. Disse ele que a
mão de Nossa Senhora de Fátima evitou que outras balas o atingissem. Viu aí,
caro leitor, como o irmão do Edson não está sozinho? Os dois afirmaram um
absurdo, uma irracionalidade. Ora, após esse atentado, o papa João Paulo II
nunca mais teve saúde. A cada mês, era levado ao hospital para inúmeros
procedimentos, até seu falecimento em 2005. O Edson Martins perguntaria também:
por que Nossa Senhora de Fátima não evitou a entrada de uma bala no corpo do
papa que o levou vagarosamente à morte? Ora, já que uma bala atingiu o papa, é
óbvio ver que essa proteção é muito fraca. Uma proteção eficaz teria evitado
que o papa fosse atingido. É o óbvio, o racional.
Além do mais, quando o irmão do
Edson diz que Deus agiu para derrubá-lo da moto e quando o papa João Paulo diz
que Nossa Senhora de Fátima o salvou, ambos não percebem nessa fantasia um
pouco de arrogância. Deus protegeu o irmão do Edson, mas deixa de proteger
milhares de motociclistas trabalhadores e também cristãos que são barbaramente
assassinados aqui, no Brasil. Nossa Senhora de Fátima protegeu o papa, mas
deixa de proteger também milhares de trabalhadores e crianças que são assassinados
a cada dia no Brasil por balas, inclusive, perdidas.
Edson Martins tem toda razão:
a religião frita o cérebro das pessoas!
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