quinta-feira, 18 de abril de 2019

O ATEU EDSON MARTINS E SEU IRMÃO CRISTÃO




Eustáquio



                 No vídeo “Na Mira da Desonestidade Intelectual”, publicado no canal “LeoAdventures”, no dia 8 de abril do corrente ano (2019), Edson Martins assim escreve:



                 Veja, meu amigo, como a religião frita o cérebro de uma pessoa, fazendo-a dizer bobagens, que nem uma pessoa com síndrome de down diria. No último sábado, meu irmão mais velho caiu de moto, ele ralou mãos, pernas, braços, pés etc. Sabe o que ele me falou? Não ria, não ria, por favor. Ele me disse que foi um livramento que lhe ocorreu por parte de deus, porque, segundo ele, havia um rapaz que estava de olho na moto dele, para rouba-la. Ele diz que, caso isso acontecesse, ele não entregaria a moto de jeito nenhum, e poderia morrer. Por isso, deus fez com que acontecesse esse acidente para que ele vendesse sua moto, e não acontecesse o pior. klklkkk Ele já vendeu a moto, por 1.500,00 reais a menos do valor. Quando ele me disse essa bobagem, minha única reação foi rir e ao mesmo tempo tive vontade de chorar. Eu só disse à ele o seguinte: Se deus quisesse te livrar disso, já que ele é onipotente, por que ele simplesmente não tirou da cabeça do ladrão a ideia de roubar sua moto? Precisava ele te fuder todo, por uma coisa tão simples para ele resolver? klklkkk”


                        Edson Martins inicia seu comentário, afirmando que a religião frita o cérebro de uma pessoa. Ela leva seus fiéis a fazer afirmações absurdas e irracionais. E nos traz um caso recente que envolveu seu irmão mais velho, que é cristão. No último sábado, dia 13 de abril, seu querido irmão caiu com sua motocicleta. Sofreu leves lesões nas mãos, pernas, braços e pés. Ele disse ao Edson que passou por um livramento. Segundo ele, um rapaz estava de olho em sua moto, com a finalidade de roubá-la. Se realmente esse rapaz tivesse agido, ele jamais entregaria seu meio de transporte. Poderia até morrer! E aí Deus resolveu agir. Para evitar um mal maior ao irmão do Edson, Deus fez com que ele sofresse esse pequeno acidente, machucando levemente suas mãos, pernas, braços e pés. Depois da queda, ele resolveu vender a moto por mil e quinhentos reais a menos do valor. Em seu comentário, Edson me pede que eu não ria. Gosto muito do Edson, porém é impossível não rir. Estou rindo neste momento, e muito! Ao ouvir essa manifestação religiosa de seu irmão, Edson, irritado por dentro diante de tamanha ingenuidade, perguntou:


              “Se deus quisesse te livrar disso, já que ele é onipotente, por que ele simplesmente não tirou da cabeça do ladrão a ideia de roubar sua moto? Precisava ele te fuder todo, por uma coisa tão simples para ele resolver?”


                  A pergunta feita pelo Edson Martins transborda racionalidade e inteligência, o que está ausente na explicação religiosa de seu irmão. Isso ocorre porque religião é crença, ilusão, fantasia, superstição, um campo da cultura humana que rejeita a razão, o raciocínio. Daí, o Edson afirmar, no início de seu comentário, que ela frita o cérebro de uma pessoa. Seu irmão, já que é cristão, não percebe a ingenuidade e o absurdo de sua própria justificativa. Em sua imaginação fértil, seu deus resolveu livrá-lo de um mal maior. Provocou sua queda, causando-lhe leves arranhões nas mãos, pernas, braços e pés. É fácil ver que esse deus imaginário tem pouco juízo. Como é capaz de praticar uma aberração desse quilate? Por que não agiu de modo diferente, evitando que seu pupilo sofresse escoriações e que a moto não tivesse seu valor depreciado? Deus, como disse o Edson, poderia ter afastado simplesmente a vontade daquele rapaz de roubar a moto de seu irmão. Pronto! Se Deus tivesse agido assim, o irmão de Edson não teria caído e a moto seria vendida pelo preço de mercado. O irmãozinho do Edson não teria sofrido lesões corporais e não teria tido prejuízo ao vender a moto. Mas, na imaginação ingênua do fiel, a solução de Deus foi a mais irracional possível.
              A religião, como bem o disse o Edson, frita o cérebro de uma pessoa. E não é uma afirmação pessoal de Edson. É uma constatação a que chega qualquer pessoa que seriamente estuda os fenômenos religiosos. Os fatos religiosos nos mostram as loucuras que os fiéis são capazes de fazer e de afirmar. O irmão cristão do Edson não está sozinho! Há milhões de cristãos com ele, afirmando e fazendo coisas sem nexo algum. Mostrarei aqui apenas um cristão ilustre para o irmão do Edson não se sentir sozinho, desanimado: o Karol Wojtyla (1920 – 2005), que foi o papa João Paulo II. No dia 13 de maio de 1981, na Praça de São Pedro, no Vaticano, ele não caiu da moto, mas foi baleado por um fanático religioso. Sempre fanáticos religiosos! A bala atingiu seu abdômen, perfurou o cólon e o intestino delgado. Foi levado rapidamente a um dos melhores hospitais do mundo. Quando mal se recuperou do atentado, o papa afirmou que Nossa Senhora de Fátima o salvou. Disse ele que a mão de Nossa Senhora de Fátima evitou que outras balas o atingissem. Viu aí, caro leitor, como o irmão do Edson não está sozinho? Os dois afirmaram um absurdo, uma irracionalidade. Ora, após esse atentado, o papa João Paulo II nunca mais teve saúde. A cada mês, era levado ao hospital para inúmeros procedimentos, até seu falecimento em 2005. O Edson Martins perguntaria também: por que Nossa Senhora de Fátima não evitou a entrada de uma bala no corpo do papa que o levou vagarosamente à morte? Ora, já que uma bala atingiu o papa, é óbvio ver que essa proteção é muito fraca. Uma proteção eficaz teria evitado que o papa fosse atingido. É o óbvio, o racional.
                Além do mais, quando o irmão do Edson diz que Deus agiu para derrubá-lo da moto e quando o papa João Paulo diz que Nossa Senhora de Fátima o salvou, ambos não percebem nessa fantasia um pouco de arrogância. Deus protegeu o irmão do Edson, mas deixa de proteger milhares de motociclistas trabalhadores e também cristãos que são barbaramente assassinados aqui, no Brasil. Nossa Senhora de Fátima protegeu o papa, mas deixa de proteger também milhares de trabalhadores e crianças que são assassinados a cada dia no Brasil por balas, inclusive, perdidas.
                 Edson Martins tem toda razão: a religião frita o cérebro das pessoas!

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