Eustáquio
Dos 3 Poderes da República
(Executivo, Legislativo e Judiciário), os 2 primeiros agregam os maiores
índices de corrupção, o que pode ser comprovado pelas estatísticas e, mais
facilmente, pelos meios de comunicação. Todos os dias, basta ligar o televisor
para ver casos de corrupção envolvendo agentes que ocupam cargos eletivos
(vereadores, prefeitos, governadores, deputados e senadores). Além do mais,
Executivo e Legislativo possuem em seu quadro agentes de notória incompetência
e de frágil intelectualidade. Isso ocorre porque esses agentes públicos são
eleitos pelo povão brasileiro, não se exigindo escolaridade alguma.
A revista VEJA do dia 10 de abril do corrente ano, na página 26, trouxe uma
pequena matéria com o senador Jorge Kajuru, eleito recentemente pelo estado de
Goiás. O título é: “ O anti-Gilmar”. Pelo título, já se percebe que o senador
odeia o ministro Gilmar Mendes. O jornalista Eduardo Gonçalves faz a seguinte
pergunta ao Kajuru:
“O senhor fez acusações
gravíssimas contra Gilmar Mendes. Disse que ele vendia sentenças. Tem provas
disso?”
Eis a resposta de Kajuru:
“É preciso ter prova para
falar mal de Paulo Maluf, de Sérgio Cabral? Gilmar Mendes é um anti-herói
nacional. Se Nelson Rodrigues estivesse vivo, mudaria a sua frase monumental: ‘Toda
unanimidade é burra, exceto o que se pensa no Brasil sobre Gilmar Mendes.”
Qualquer pessoa que raciocina normalmente vê
facilmente que o discurso do senador Kajuru é aleijado, anêmico. O jornalista
da VEJA perguntou a ele se tinha provas de que o ministro Gilmar Mendes vende
suas sentenças. E qual foi a resposta de Kajuru? Ora, ele disse ao jornalista
que, assim como não precisa de provas para chamar Paulo Maluf e Sérgio Cabral
de corruptos, também não necessita delas em relação ao ministro Gilmar Mendes. Que
loucura! E aqui se revela a fragilidade do raciocínio do senador.
Ora, Paulo Maluf e Sérgio
Cabral foram condenados por corrupção e lavagem de dinheiro. E os processos dos
dois estão recheados de provas. Em relação aos dois, o senador Kajuru pode
livremente afirmar que se trata de dois corruptos. Todavia, no que se refere ao
ministro Gilmar Mendes, a situação é completamente diferente. Gilmar Mendes não
tem sequer um inquérito aberto contra ele por qualquer crime, muito menos por
corrupção. Nem inquérito, nem denúncia, enfim, processo algum. Logo, o senador
Kajuru não pode tratá-lo da mesma forma dispensada a Paulo Maluf e Sérgio
Cabral.
O senador Kajuru tem todo o
direito de discordar das decisões do ministro Gilmar Mendes. Tem até mesmo o
direito de criticá-las. Mas não tem o direito de chamar o ministro de corrupto
sem apresentar as provas que confirmem sua afirmação.
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