sexta-feira, 31 de maio de 2019

UM HOMEM MORTO NA PISCINA



                                                    Eustáquio

                Distinto leitor,


             Na foto abaixo, eu, Eustáquio, em 1996, com 40 anos de idade, em uma das maravilhosas piscinas do “Clube Privé” na cidade de Caldas Novas, em Goiás.
             Leitor, narrar-lhe-ei mais um fato real ocorrido comigo que ficou gravado no meu baú cerebral de recordações. Esse fato ocorreu na cidade de Caldas Novas, em Goiás, a 360 quilômetros de Brasília. Amo essa cidade. Caldas Novas é uma cidade turística. Sua área é de 1.588 km², com população de 89.087 habitantes. É um pouco menor que a cidade de Sobral, minha terra natal. Só que Caldas Novas é uma cidade turística, com uma rede hoteleira de luxo, lindíssimos edifícios residenciais, inúmeros clubes sofisticados etc. E por que Caldas Novas é uma cidade turística? Ora, simplesmente por causa das águas termais, isto é, águas quentes. Essa cidade possui a maior fonte hidrotermal do mundo. As águas pluviais (de chuvas) penetram nas rochas da região, formando lençóis freáticos de águas quentíssimas. Os empresários furam o solo, colocando canos que conduzem esse mar de água quente para suas piscinas. Leitor, é o melhor banho do mundo! Imagine você dentro de uma piscina com água quente. Ninguém sai das piscinas porque é extremamente gostoso. E essa água aquecida pela Natureza é excelente para muitos problemas de saúde, com comprovação científica. Tenho dois amigos que, ao se aposentarem, foram morar lá só para desfrutarem todos os dias daquelas águas. Caldas Novas tem um aeroporto movimentadíssimo. A empresa aérea GOL tem voos de Brasília diretamente para lá. E tem voos também de São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Florianópolis etc. Voos diretos para Caldas Novas. A empresa aérea LATAM também. Além disso, todos os dias chegam à cidade turistas dos EUA (terra do maluco Trump), Itália, França, Canadá etc. Como se vê, caro leitor, Caldas Novas é chique, e merece tudo isso porque tem muito a oferecer a seus visitantes. Sempre vou lá de carro. Umas 6 vezes por ano. Em cada ida, passo 3 dias. Não há coisa melhor! Veja, leitor, a foto abaixo. Essa foto data de 1996 quando eu estava com 40 anos de idade. Apareço aí em uma das piscinas do Clube Privé, um dos melhores da cidade. Por trás de mim, todas as pessoas dentro da piscina porque a água é quente. Se fosse fria, ninguém ficaria. Você, leitor, vê também uma cobertura com telhas dentro da piscina. Isso aí é um bar aquático. O banhista, sem sair da piscina, toma seu refrigerante, suco, cerveja, uísque, vinho, e come sanduíches, pastel, quibe etc. Faz tudo isso sem sair da piscina. Não se usa dinheiro. Na entrada, o visitante pega um cartão magnético, inserindo nele o valor que bem desejar. Na saída, devolve o cartão. Se ainda houver crédito no cartão, o troco é devolvido. Tudo funciona maravilhosamente bem.
               Muito bem! Agora vou narrar o fato muito triste que ocorreu comigo em 1996 quando eu estava com 40 anos de idade. Naquela minha estada em Caldas Novas por 4 dias, entrei em vários clubes, um deles o da foto. Só que o fato triste ocorreu em outro clube, o “Thermas Di Roma”, outro fantástico clube-hotel da cidade. Eu me encontrava numa das piscinas, brincando com uma bola juntamente com meu filho Elvis que estava com apenas 7 anos de idade. Coloquei esse nome nele em razão de, desde minha adolescência, adorar o inesquecível Elvis Presley. Pois bem! Eu jogava a bola para ele, e ele me devolvia. Num dado momento, meu filho apontou seu dedinho indicador direito para alguém que estava atrás de mim, também dentro da água, dizendo:


               --- Pai, pai, o homem mergulhou na água e não se levantou!


               Quando meu filho com apenas 7 anos de idade me disse aquilo, eu, rapidamente, virei-me em direção ao homem, e, numa fração de segundo, toquei no corpo submerso dele com meu dedo indicador direito. Como ele não se mexeu, então agarrei-o rapidamente pelo quadril, levantando-o bruscamente. Bastante preocupado, eu olhei para seu rosto branco, gelado. Vi um filete de sangue que saía de seu nariz. Naquele momento, veio a mim uma vontade de choro, porém dominei essa vontade. Era um homem gordo, mas o levantei facilmente. Quando o sustentei pela região do quadril, a cabeça dele repousou sobre meu ombro esquerdo. Caminhei dentro da piscina até a borda, colocando o corpo dele sentado, mas segurando firme porque ele estava inconsciente. Pedi a um jovem que passava por ali para chamar rapidamente o médico do clube. Em poucos segundos, apareceu o médico com dois ajudantes, trazendo uma maca. Colocaram aquele corpo inerte sobre a maca e o levaram. Fui junto. Na frente do departamento médico do clube, uma ambulância já aguardava o paciente. Levaram-no ao hospital. Retornei triste, muito triste, à piscina, onde estava meu filho. Ao me ver triste, meu filho perguntou-me:


                --- Pai, o homem morreu?


                Segurando o choro, eu lhe disse:


             --- Não sei, Elvis! Não sei! Ele foi levado para um hospital. Vamos torcer, meu filho, para que aquele pobre homem sobreviva.


                Neste momento, caro leitor, estou aqui, digitando diante de meu “notebook” com lágrimas escorrendo de meus olhos. É impossível não chorar. Depois do banho, fui almoçar com minha família. Após o almoço, dormi um pouquinho sobre uma gostosa grama, caindo depois em outras piscinas. Às 15h30, eu e minha família resolvemos deixar o clube. Antes, claro, passei pelo departamento médico para saber como estava aquele pobre homem que eu nem conhecia. Um dos enfermeiros me reconheceu. Perguntei-lhe pelo paciente. E ele me respondeu:


             --- Infelizmente, ele faleceu ao chegar ao hospital. Aquele Senhor estava hospedado aqui, no hotel. Amanhã, domingo, estaria completando 67 anos de idade. A esposa e dois filhos dele chegariam amanhã aqui para comemorarem seu aniversário.


             Recebi aquelas palavras do enfermeiro como se fossem facadas rasgando minhas entranhas. Pobre homem! Estava ali bastante feliz aguardando a chegada da esposa querida e de seus adoráveis filhos para aquele domingo a fim de comemorarem seu aniversário nas águas quentes de Caldas Novas. Uma comemoração que a morte trágica do aniversariante não permitiu.
             Uma pena!!!

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