segunda-feira, 20 de maio de 2019

AS IGREJAS CRISTÃS E A LAVAGEM CEREBRAL (2º artigo)




Eustáquio

              
                         Caro leitor,

                 Este é o 2º artigo da série “As Igrejas Cristãs e a Lavagem Cerebral”.
                 Em meu vídeo “Jair Bolsonaro e Jesus ‘Cristo’”, publicado no dia 16 de janeiro do corrente ano (2019), há 2 dias, o ex-pastor Ronin fez um belo e extenso comentário cujo parágrafo inicial é o seguinte:


                 é certo mesmo que a passagem de Jesus com a mulher adultera foi acrescentada por um escriba, entrou na cópia posterior e permaneceu como se fosse uma história verídica”.


                  O ex-pastor Ronin afirma algo que é do conhecimento de qualquer pessoa séria que estuda a Bíblia com amor, responsabilidade e seriedade. Todos os teólogos sérios sabem que o relato sobre a mulher adúltera, que está somente no evangelho de João, trata-se de mais uma lenda bíblica que não existia nos textos originais, mas que foi incluída muitos anos depois. Ou seja, essa lenda foi acrescentada por copistas posteriores. É fácil ver que Deus algum existe e que Deus algum inspira ou orienta alguém a escrever livros. Estudos sérios mostram o porquê de a lenda sobre a mulher adúltera ter sido introduzida no Novo Testamento muito tempo depois. Analisarei aqui apenas os erros ingênuos da narrativa lendária. No evangelho de João, e somente nele, essa lenda se localiza no capítulo 8. É dito ali que Jesus estava no templo, ensinando para várias pessoas. De repente, chegaram os escribas e os fariseus, trazendo uma mulher que fora pega em adultério. A mulher ficou em pé, diante de Jesus. Eles disseram a Jesus que ela havia sido pega em adultério, e que a lei da época estabelecia pena de morte por apedrejamento. E perguntaram a Jesus o que ele achava? Jesus ficou em silêncio. Os escribas e fariseus insistiram na pergunta. Então, Jesus respondeu:


            “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.”


           Líderes religiosos enganam os fiéis, ao afirmarem que essa resposta de Jesus é de uma inteligência fora de série. Ao contrário, caro leitor! A resposta de Jesus acima, na lenda, é profundamente infantil e errônea. Uma mulher cometeu o crime de adultério. Se cometeu um crime, então deveria ser punida de acordo com as leis da época. Deveria ter sido apedrejada até à morte. E o que fez ingenuamente Jesus? Ele absolveu uma criminosa, já que os executores da pena eram pecadores. Se eram pecadores, então não poderiam atirar pedras em alguém. Jesus, então, com suas palavras, absolveu todos os criminosos e impediu que eles pagassem por seus crimes por mais terríveis que fossem. Se essa afirmação de Jesus fosse levada a sério, então a sociedade judaica teria desaparecido do mapa naquela época. Todos os criminosos agiriam livremente porque não poderiam sofrer punições por partes dos agentes de segurança da época porque todos eram pecadores, não podendo apedrejar sequer uma pessoa. Entendeu a desgraça, caro leitor? Explicarei melhor com um exemplo de hoje, aqui, no Brasil. No dia 31 de outubro de 2002, na capital paulista, a jovem Suzane Von Richthofen abriu a porta da mansão onde morava, permitindo a entrada dos irmãos Cravinhos: Daniel, seu namorado, e Cristian. Os pais dela (Manfred Richthofen e Marísia) estavam em seu quarto, dormindo, após um dia de muito trabalho. Sob as ordens da própria filha Suzane, os dois irmãos foram ao quarto onde dormiam os pais de Suzane e, com barras de ferro, afundaram o cérebro das vítimas, matando-as em poucos minutos. Agora, eu pergunto: qualquer ser humano fica indignado diante de tamanha perversidade, não é mesmo? Qualquer ser humano deseja que os três criminosos sejam punidos, não é mesmo? Eu sou a favor da pena de morte, mas eles foram condenados à prisão. Pois bem! Se você, caro leitor, fosse levar em consideração as palavras de Jesus, então esses 3 criminosos não poderiam jamais sofrer condenação alguma. Deveriam ficar livres. Por quê? Ora, porque o delegado de polícia é um pecador, logo, não deveria abrir o inquérito. Quem o delegado pensa que é, senão um pecador. Se ele é também um pecador, então não pode atirar pedra em outros pecadores.  O promotor de Justiça também é um pecador, logo, não poderia oferecer denúncia contra os criminosos. Quem o promotor de Justiça pensa que é, senão também um pecador. Se é pecador, então não pode atirar pedra em outros pecadores. O juiz de Direito também é um pecador, logo, não deveria condenar os 3 criminosos. Quem o juiz de Direito pensa que é, senão um pecador. Se é pecador, então não pode atirar pedra em outros pecadores. Percebeu, leitor, a ingenuidade da lenda? E assim por diante. O ex-juiz Sergio Moro não deveria ter condenado vários criminosos ao longo de sua carreira porque é um pecador. Se é um pecador, não pode condenar outros pecadores, não pode atirar pedra sobre outros pecadores. É essa maluquice que está na lenda da mulher adúltera. Percebeu, leitor, a ingenuidade do relato lendário? E existem mais ingenuidades, mas paro por aqui para evitar um artigo muito longo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário