segunda-feira, 6 de maio de 2019

A CRISTÃ ELIZABETH E AS CONTRADIÇÕES BÍBLICAS




Eustáquio



               Hoje são 6 de maio de 2019, segunda-feira. Há 3 dias, recebi um comentário da cristã Elizabeth Cláudia Rocha, em meu vídeo “Mentiras da Bíblia (1º vídeo)”. Nesse comentário, a Elizabeth, que parece ser uma cristã evangélica, diz que as contradições existentes na Bíblia são apenas aparentes, e não reais porque, segundo ela, a Bíblia é a palavra de Deus. Antes de analisar a afirmação de Elizabeth, trago aqui 2 doutores em Bíblia: Juan Arias e Bart D. Ehrman. O norte-americano Bart D. Ehrman (teólogo, historiador, graduado em grego e hebraico, especialista em Novo Testamento, professor de cristianismo há mais de 30 anos numa universidade na Carolina do Norte (EUA), em seu livro “Quem Jesus foi? Quem Jesus não foi?”, 2010, editora Ediouro, nas páginas 17 e 18, escreve:



                    “A Bíblia está repleta de discrepâncias, muitas delas contradições inconciliáveis (...) Os Evangelhos se contradizem em muitos pontos e incluem material não histórico.”


                            Já o espanhol Juan Arias (teólogo, psicólogo, filólogo, jornalista, escritor, graduado em línguas semíticas), em seu livro “A Bíblia e seus segredos”, 2004, editora Objetiva, na página 30, escreve:




                 “É lógico, portanto, que a Bíblia apresente erros e contradições, exageros e mitos misturados com fatos reais.”



                  Como vimos acima, Bart Ehrman e Juan Arias, dois especialistas em Bíblia, afirmam que ela está repleta de contradições, discrepâncias, lendas, mitos, alegorias, exageros e erros de toda espécie. Já a cristã Elizabeth Cláudia Rocha, que obviamente não é especialista em Bíblia, contrariamente aos dois doutores citados acima, afirma que as contradições bíblicas são apenas aparentes, e não reais. Ela age assim porque seus líderes religiosos colocaram essa ingenuidade em sua cabeça. Eis, na íntegra, o comentário de Elizabeth:

                             
                      “essas aparentes contradições: e perfeitamente entendido a luz da teologia biblica a luz de estudantes da bíblia como: testemunhas de Jeová, adventistas, pastores não precisa ser mestre para entender, vou dar um exemplo: a bíblia narrada em Marcos conta que um certo homem foi pedir ajuda a cristo para curar sua filha, mas mateus marra que esse certo homem mandou dois sacerdotes. quem está certo Marcos ou mateus: resposta simples. temos que considerar os aspectos culturais da época os vícios da língua daquela cultura. para os judeus falar que alguém foi à algum lugar ou mandou é”

    

                     Diz a cristã Elizabeth que as contradições bíblicas são apenas aparentes, e não reais. E ainda diz que essas aparentes contradições são explicadas por testemunhas de Jeová, adventistas e pastores. Como se vê, a Elizabeth lamentavelmente é facilmente enganada por testemunhas de Jeová, adventistas e pastores evangélicos. Ora, em vários vídeos e artigos, mostramos teólogos cristãos fundamentalistas tentando apagar as contradições bíblicas, sem êxito algum, porque é uma tarefa impossível. Como exemplo, o doutor em teologia Norman Geisler que faz muito sucesso no meio evangélico norte-americano e também no Brasil. Quando ele tenta explicar uma contradição bíblica, afirmando que não se trata de contradição, cai facilmente no ridículo, levando leitores sérios ao riso, e leitores ingênuos ao erro. A cristã Elizabeth lerá este artigo e ficará sabendo que as contradições bíblicas são claras, cristalinas e incontestáveis. Vamos trazer aqui mais uma contradição bíblica incontestável. Se a própria cristã Elizabeth fizer a seguinte pergunta:



                  Na Bíblia, os filhos serão punidos por causa das ações praticadas por seus pais?



                 Se a cristã Elizabeth abrir a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, encontrará 2 respostas diferentes e contraditórias. Ou seja, mais uma contradição bíblica clara e incontestável. Pastores e livros evangélicos levam os fiéis ao erro, afirmando que, na Bíblia, os filhos jamais sofrerão em razão das ações de seus pais porque isso é uma injustiça que Deus jamais permitiria. Dessa forma, a cristã Elizabeth poderia citar a passagem que está em Deuteronômio, capítulo 24, versículo 16:


               “Os pais não serão mortos em lugar dos filhos, nem os filhos, em lugar dos pais; cada qual será morto pelo seu pecado.”


                  Como afirmamos acima, pastores e livros evangélicos levam os fiéis ao erro. Eles levam ao fiéis a informação que está em Deuteronômio 24:16. E os fiéis passam a pregar que na Bíblia os filhos não são punidos por causa das ações de seus pais. O problema é que o livro de Deuteronômio não é o único da Bíblia. Os pastores, de forma esperta, só mostram as passagens que lhes convêm, desprezando outras que as anulam. Como os fiéis, regra geral, não estudam a Bíblia, acabam aceitando as afirmações dos pastores. E esse é o caso da cristã Elizabeth. Se a cristã Elizabeth abrir a Bíblia, no livro de Êxodo, capítulo 20, versículo 5, verá o seguinte:


                 “(...) Eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem.”

                
                 Pois bem! A cristã Elizabeth verá que a passagem bíblica de Êxodo 20:5 está em contradição com a passagem de Deuteronômio 24:16. Em Êxodo, na narrativa lendária, o próprio Deus está afirmando que punirá os filhos por causa das ações praticadas por seus pais. Já em Deuteronômio, está escrito que os filhos não serão punidos por causa das ações praticadas por seus pais. Portanto, mais uma contradição bíblica clara, cristalina e incontestável. E o que está em Êxodo, capítulo 20, é mais forte daquilo que está em Deuteronômio porque são os 10 mandamentos. E por que essa contradição tão forte e cristalina? Essa contradição está aí porque cada livro da Bíblia foi escrito por pessoas diferentes, com pontos de vista obviamente diferentes. Quem escreveu o livro de Deuteronômio não foi uma pessoa chamada Moisés. E também quem escreveu o livro de Êxodo não foi uma pessoa de nome Moisés. Quem escreveu o que está em Deuteronômio achava injusto os filhos serem punidos por causa das ações de seus pais. E quem escreveu o que está em Êxodo achava justo os filhos serem punidos por causa das ações de seus pais. Daí, a existência dessa contradição. E, se a cristã Elizabeth abrir o livro de Isaías, capítulo 14, versículo 21, terá mais uma surpresa desagradável:


                  “Preparai a matança para os filhos, por causa da maldade de seus pais...”



                  Desejamos ardentemente que a cristã Elizabeth Cláudia Rocha abra os olhos porque alguém a está levando ao erro.

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