terça-feira, 14 de maio de 2019

O EX-PASTOR RONIN E A DEMÊNCIA RELIGIOSA (5º artigo)




Eustáquio


             

                Caro Ronin,


                Este é o 5º artigo de uma pequena série em que analiso os principais trechos de seu brilhante comentário exposto sábado passado, dia 11 de maio do corrente ano (2019), em meu vídeo “Jair Bolsonaro e Jesus ‘Cristo’”. No 1º artigo, transcrevi, na íntegra, seu comentário e passei a analisar, até o artigo 3º, alguns pontos do rol de problemas que a crença religiosa pode causar a seus portadores. A partir do artigo, nº 4, passei a abordar a primeira parte de seu comentário, a saber:


              Eu tenho um livro aqui que fala de Freud. Um livro cristão. Eles tentam pegá-lo em contradição.”


                  Aproveitei a oportunidade para colocar uma passagem do psiquiatra e psicanalista brasileiro Augusto Cury, em seu livro “O Mestre Inesquecível”, 2012, GMT Editores ltda, na página 76:



                 “(...) Creio que Jesus foi o maior educador do mundo, maior ainda do que Freud.”



                  Afirmei no artigo nº 4 que jamais iria comparar Sigmund Freud com o Jesus do Novo Testamento. Todavia, em razão da afirmação infantil do psiquiatra Augusto Cury que diz acreditar que Jesus foi o maior educador do mundo, maior ainda do que Freud, é que passei a compará-los. E, naquele artigo, já apresentei a primeira vantagem de Sigmund Freud sobre Jesus: a certeza da existência histórica! Portanto, até agora, o placar está assim:  Freud 1  X  0  Jesus!
                Neste artigo, o de nº 5, trago mais um elemento que diferencia os dois. A pergunta é: qual dos dois, Freud ou Jesus, escreveu bastantes livros? A resposta a essa pergunta é muito fácil: apenas Freud escreveu inúmeros livros e ensaios. Já Jesus nada escreveu! Não existe, em toda a história dos judeus e dos cristãos, uma linha sequer escrita por Jesus, imagine livros e ensaios.
                Estudiosos sérios da Bíblia supõem que o Jesus do Novo Testamento era parcialmente analfabeto, ou seja, sabia ler, mas não escrever. A Maria, uma mulher com 58 anos de idade, que mora com minha irmã em Fortaleza, sabe ler, mas não sabe escrever. No Novo Testamento, a única referência de que Jesus deve ter escrito algo está na lenda da mulher adúltera no evangelho de João, capítulo 8, versículo 8:


            “E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.”



              Essa passagem de João não fazia parte do texto original de seu evangelho, tendo sido incluída depois. Na época de Jesus e em alguns anos depois, inúmeras pessoas escreveram livros que ainda hoje são acessíveis (Flávio Josefo, Plínio, Tácito, Suetônio e outros.) O mais famoso de todos é o judeu Flávio Josefo que escreveu inúmeros livros. Pois bem! Não existe texto algum escrito por Jesus, nem sequer um simples “fui!”. Quando estudiosos sérios da Bíblia afirmam que Jesus não sabia escrever, um cristão qualquer pode até achar que isso é uma falta de respeito, porém não se trata disso. O problema é que líderes cristãos pregam nas igrejas aos fiéis que Jesus é o filho de Deus, com poderes paranormais. Isso é uma propaganda ilusória. 
              Já Sigmund Freud escreveu muito mais do que todos os escritores citados acima. Sua produção literária é vasta. Portanto, sob o ponto de vista da produção de livros e ensaios, mais um ponto para Freud. O placar até agora está assim: Freud  2  X  0  Jesus! Repito: eu afirmei que jamais iria comparar Freud com o Jesus do Novo Testamento. O problema é que o psiquiatra Augusto Cury veio com essa loucura em dizer que Jesus foi o maior educador do mundo, maior ainda que Freud. Como se vê, Cury está mais perdido que cego em tiroteio.

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