quarta-feira, 17 de julho de 2019

OS ABUSOS SEXUAIS DE PADRES EM ARARAS



Eustáquio


      Na foto abaixo, a capa da revista VEJA desta semana, datada do dia 17 de julho do corrente ano (2019). Na foto, o padre Pedro Leandro Ricardo, com 50 anos de idade.
         O título da matéria é “Abusos da Fé”, de autoria dos jornalistas João Batista JR., Adriana Dias Lopes e Edoardo Ghirotto. Inicia-se na página 64, e termina na página 71. A reportagem se refere apenas a abusos sexuais praticados por 3 padres na zona rural da cidadezinha Araras, situada a 180 quilômetros da capital São Paulo.
         As 5 pessoas que fizeram as revelações são: Ednan Aparecido Vieira (hoje com 35 anos de idade), Paula Vallentin (25 anos), S.M.C. (37 anos), L.A.F.J. (36 anos) e Mariele da Silva Dibbern (19 anos). Ednan, Paula e Marielle aparecem nas fotos. Já os padres sob acusação de prática de abusos sexuais são: Pedro Leandro Ricardo, Carlos Alberto da Rocha e Felipe Negro. E sobre o bispo Vilson Dias de Oliveira recaem acusações de que não deu andamento aos depoimentos que lhe foram trazidos, e de que exigia propinas dos párocos de conduta condenável. A revista VEJA descobriu que o bispo possui 10 (dez) imóveis registrados em seu nome, todos em São Paulo.
         Os relatos, caro leitor, das 5 pessoas são chocantes e repugnantes. Na época dos abusos sexuais, 4 eram coroinhas, com idades de 16 e 17 anos. Antes, porém, de narrar resumidamente alguns depoimentos revelados, quero deixar bem claro que abusos sexuais não ocorrem somente dentro da Igreja Católica Apostólica Romana. Na verdade, ocorrem também nas igrejas evangélicas, protestantes, nos templos budistas, nas sinagogas, nos hospitais, nas clínicas pobres e de luxo, nas residências, nas ruas, enfim, onde houver seres humanos. Portanto, distinto leitor, não direcione seus olhos apenas para os padres, os bispos e os cardeais católicos. Se eu fosse citar todos os casos de abusos sexuais de que tenho conhecimento, com certeza, haveria necessidade de escrever um artigo com mais de duas mil páginas. Só para ilustrar este artigo, eis alguns exemplos de abusos sexuais cometidos fora da Igreja Católica: domingo passado, dia 14 deste mês de julho, o programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão trouxe mais um caso de abusos sexuais. E abusos sexuais praticados não por um padre ou por um bispo católico, mas pelo Senhor José Hilson de Paiva, médico e atual prefeito da pequena cidade cearense Uruburetama, localizada a 110 quilômetros de Fortaleza. José Hilson, que não é um sacerdote católico, abusou sexualmente de várias mulheres pobres e ignorantes da região, dentro de consultórios públicos durante o atendimento, tendo, inclusive, gravado em vídeos os abusos para seu prazer sexual. Vê-se, pois, que abusos sexuais não ocorrem apenas com padres, bispos e cardeais. Trago mais um exemplo bem elucidativo: os abusos sexuais praticados pelo médico Roger Abdelmassih, um dos maiores especialistas brasileiros em reprodução humana. Em sua clínica de luxo, na capital paulista, Roger anestesiava inúmeras mulheres, praticando os mais bárbaros e repugnantes abusos sexuais. Foi condenado a 278 anos de reclusão em relação a 52 estupros, encontrando-se atualmente em prisão domiciliar, uma vergonha nacional. Impunidade garantida. E trago aqui outro exemplo de abusos sexuais cometidos por um religioso que nada tem a ver com a Igreja Católica Apostólica Romana: o espírita João de Deus, famoso no mundo dos artistas. João de Deus recebia os fiéis em sua grande sede na cidade de Abadiânia, em Goiás, a 113 quilômetros de Brasília. Ele escolhia as mulheres mais bonitas, dizendo-lhes, por exemplo, que não estranhassem certas exigências suas porque, na verdade, eram os “espíritos” atuando. E aquelas mulheres doentes, fracas em razão de seu estado doentio, acreditavam na conversa fiada do espírita, enquanto ele praticava os mais diversos abusos sexuais. Atualmente, João de Deus se encontra preso na cadeia da cidade Aparecida de Goiânia, a 216 quilômetros de Brasília.
           Portanto, é fácil ver que abusos sexuais não são cometidos apenas no seio da Igreja Católica Apostólica Romana, por padres ou bispos católicos. São, em maior número, praticados fora do âmbito dessa igreja.

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