Eustáquio
Sigmund Freud (1856 – 1939), judeu
e ateu, em seu livro “O futuro de uma ilusão”, 2010, editora Pallotti, página
110, escreveu acerca da religião:
“(...) ela contém um sistema de ilusões de
desejo com recusa da realidade como apenas encontramos isolado na amência, uma
confusão alucinatória radiante.”
Freud,
com razão, diz que a religião, a crença religiosa, é caracterizada pelas
ilusões. É um sistema ilusório que foge da realidade. Diz ainda que o homem
religioso pode ser comparado a uma pessoa em estado de amência (demência), já
que ambos sofrem uma confusão alucinatória radiante.
Essa afirmação freudiana, mais uma vez, foi confirmada pelas próprias
palavras do padre Marcelo Rossi, diante da agressão sofrida recentemente. No
dia 14 de julho do corrente ano (2019), um domingo, o padre Marcelo Rossi
celebrava uma missa em Cachoeira Paulista, uma cidade do interior do estado de
São Paulo. No altar com quase 2 metros de altura, com um microfone na mão
esquerda, padre Marcelo dizia aos fiéis que ele era um sacerdote de Cristo e
que estava ali para servir. Nesse momento, por trás dele, surge uma mulher
católica com 32 anos de idade, portadora de transtornos mentais. Ela dá um
forte empurrão no padre, que descontroladamente cai ao chão para a tristeza dos
fiéis. Em seguida, o padre se levanta, sobe ao altar, comunicando aos fiéis,
com a voz trêmula, que passou por um grande susto, mas que estava bem, sem
apresentar sequelas. Ele disse também que não queria ver a mulher que o
empurrou, mas que lhe perdoava. Até àquele momento, o padre ainda não tinha
conhecimento de que a mulher era uma doente mental.
Muito bem! Até aqui, padre Marcelo Rossi fez afirmações racionais. Ou
seja: caiu de uma altura de quase 2 metros, levou um grande susto e conseguiu
escapar sem lesão alguma. Por outro lado, ele, infelizmente, começou a delirar
a partir do momento em que recorreu à sua religião, à sua crença religiosa. Como
homem religioso católico, padre Marcelo afirmou que escapou sem lesão alguma
por dois fatores: em primeiro lugar, Maria, mãe de Jesus, esteve ali, naquela hora,
e o protegeu; em segundo lugar, escapou também porque vive recorrendo à Bíblia
e a orações.
Percebeu, caro leitor, como as afirmações do padre Marcelo Rossi
confirmam a veracidade das afirmações de Sigmund Freud? Freud afirmou que a
religião é um sistema de ilusões, que foge da realidade, que causa confusão
alucinatória. E aqui temos o próprio padre Marcelo confirmando o que disse o
psicanalista austríaco.
Padre Marcelo afirmou que a Virgem Maria interveio para salvá-lo. Essa
afirmação é completamente irracional, uma ilusão, uma alucinação porque tem
carga religiosa. Em primeiro lugar, Virgem Maria alguma existe, e muito menos
salva a alguém. Padre Marcelo só afirma que a Virgem Maria o salvou porque ela
faz parte de sua crença religiosa. Se ele fosse um cristão evangélico, jamais
afirmaria que a Virgem Maria o salvou porque ela não tem importância alguma
para aquela categoria de fiéis cristãos. Entendeu, amigo leitor? Se o padre
Marcelo fosse um adepto da religião judaica, também jamais diria que a Virgem
Maria o salvou, e assim por diante. Ou seja, o homem religioso vive sua ilusão
religiosa, recorrendo aos elementos de sua religião que são diferentes dos
elementos de outras religiões.
E ainda há outra irracionalidade nessa afirmação. Ora, padre Marcelo
disse que a Virgem Maria interveio para salvá-lo. É fácil ver a ingenuidade da
afirmação. Ora, o padre levou uma queda, um susto imenso. Não seria melhor que
a Virgem Maria tivesse intercedido para livrá-lo da queda e do susto? Como se
vê, a defesa da Virgem Maria falhou porque não evitou a queda e o susto, não é
mesmo?
E ainda há outra irracionalidade na afirmação do padre. Ora, quando o
padre Marcelo Rossi disse que a Virgem Maria interveio para protegê-lo, de
forma indireta, está afirmando que a Virgem deixa de ajudar milhares de pessoas
católicas que levam quedas e que ficam paralíticas ou morrem. No Brasil, por
exemplo, um universo de criancinhas inocentes de famílias católicas caem e
morrem. É muito comum, nos interiores e nas capitais, crianças inocentes caírem
em piscinas, em poços, de apartamentos. Elas caem e morrem. Na alucinação do
padre Marcelo, a Virgem Maria interveio para salvá-lo, ele, um adulto, um pecador.
Já essa mesma Virgem Maria não intervém para salvar criancinhas inocentes que
vão engatinhando em direção a piscinas, ao encontro da morte. Percebeu, leitor,
como Freud tinha toda razão?
Em segundo lugar, Padre Marcelo afirmou que escapou porque sempre recorre
ao BO: não a um boletim de ocorrência policial, mas à BÍBLIA e a ORAÇÕES. Outra
irracionalidade religiosa! Ora, a Bíblia e as orações não têm efeito algum. Ler
a Bíblia ou segui-la não salva a ninguém, não produz efeito algum. Da mesma
forma, fazer orações. No Brasil, por exemplo, vários padres foram assassinados.
Eles, obviamente, liam a Bíblia e faziam orações diariamente, mas essas
atividades não o livraram do mal. Inúmeros sacerdotes católicos sofrem quedas,
ficam paralíticos e morrem, mesmo lendo a Bíblia e fazendo orações diárias.
É fácil ver, portanto, que as ideias
religiosas são extremamente ingênuas, errôneas, tolas, alucinatórias porque são
oriundas da crença religiosa.
Saudades do Freud!
Grande Eustáquio!
ResponderExcluirPerfeito esse artigo!
Acrescento ainda que, o padre Marcelo Rossi sempre recorre a mãe Maria por ser um fã da mesma. Se houvesse acontecido esse acidente com outro padre qualquer, que tem sua simpatia maior por outro santo da igreja católica, certamente diria que foi o tal santo ou santo que lhe estendeu as mãos. É assim que funciona. Santo algum existe, santo algum salva ou proteje pessoas. Os "poderes"dos Santos podem ser maiores ou menores, isso depende do ponto de vista do crente. A igreja católica é análoga a um sef service , o cliente escolhe a comida que mais lhe convém .kkkkkkkkkkkkkk
São muitas as opções de "Santos" , o crente escolhe por qual deles quer ser ajudado.
Abraço e parabéns!