Eustáquio
Caro leitor,
A revista ISTOÉ da semana passada, dia
3 de julho do corrente ano (2019), nas páginas 32 a 36, traz uma entrevista com
o ex-ministro Gustavo Bebianno, o primeiro ministro a ser exonerado pelo
presidente Jair Bolsonaro. Bebianno era um grande amigo de Bolsonaro, antes,
frequentador assíduo da residência do presidente, cuidando de sua alimentação,
de seus remédios e até de sua segurança. Atualmente, ele quer ver o “Satanás”,
mas não quer ver o Bolsonaro. Na página 35, Bebianno diz assim, em relação ao
presidente Bolsonaro:
“(...) FOI ELEITO PARA SER O PRESIDENTE
DO BRASIL, DENTRO DAS REGRAS DEMOCRÁTICAS QUE ESTÃO EM VIGOR. ME CAUSOU
ESTRANHEZA LOGO NO INÍCIO DO GOVERNO, O PRESIDENTE DIZER QUE ERA MUITO DIFÍCIL
GOVERNAR COM ESSE CONGRESSO AÍ.”
No período acima, há um erro de
gramática, um erro de colocação pronominal. Colocação pronominal é o emprego
dos pronomes pessoais oblíquos átonos diante dos verbos. Eis os pronomes
oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos, vos. Quando alguém
vai utilizar um desses pronomes diante de um verbo qualquer, existem regras que
devem ser cumpridas. Veja, caro leitor, o erro cometido pelo ex-ministro Bebianno:
“ME CAUSOU ESTRANHEZA LOGO NO INÍCIO DO
GOVERNO, O PRESIDENTE DIZER QUE ERA MUITO DIFÍCIL GOVERNAR COM ESSE CONGRESSO
AÍ”
Preste bem atenção, leitor, no texto
acima. A oração começa com o pronome pessoal oblíquo átono “ME”. E aqui está o
erro gravíssimo. Jamais se inicia uma oração ou uma frase com os pronomes
pessoais oblíquos átonos. Jamais! O certo seria:
“CAUSOU-ME ESTRANHEZA LOGO NO...”
Ou seja, primeiro o verbo (causou) e
somente depois o pronome oblíquo (me). Entendeu, leitor? Veja mais exemplos:
a) Entregaram-me o
dinheiro ontem;
b) Observei-o quando
fazia a tarefa;
c) Roubaram-lhe todo o
dinheiro;
d) Amo-te imensamente;
e) Odeio-os com fervor.
Portanto,
caro leitor, jamais comece uma oração ou uma frase com pronomes pessoais
oblíquos átonos. Nesses casos, comece com o verbo antes, e o pronome depois.
Nenhum comentário:
Postar um comentário