terça-feira, 2 de julho de 2019

O PREÇO DE UMA LINDA AMIZADE






   Marta Vasconcelos e Maria das Dores nasceram no mesmo dia, na mesma rua. Sobral, no Ceará, foi o berço das duas. Suas famílias eram vizinhas, amigas há longos anos. Aos 19 anos de idade, as duas eram tão amigas que resolveram cursar Direito na Universidade Vale do Acaraú (UVA). Em 2002, concluíram o curso e instalaram um escritório de advocacia perto do Beco do Cotovelo. Marta já estava casada com um empresário do ramo de tecidos. Maria das Dores continuava solteira, apesar de ser muito bela. Amigas inseparáveis, Maria das Dores todos os dias comparecia à casa de Marta, e os três sempre saíam juntos. 
Num dia qualquer de novembro de 2004, Maria das Dores vai à casa de Marta, encontrando-a bastante triste. 


--- O que foi, querida? Por que essa cara tão triste?  --- perguntou-lhe Maria.


Marta desandou a chorar. Entre soluços, disse à Maria:


--- Minha amiga do peito, estou sofrendo muito. Há 2 dias, recebi um telefonema anônimo, informando-me que meu marido tem uma amante. Ontem, à noite, expulsei-o daqui. Não estou aguentando essa situação, querida!


Maria, muito triste, abraçou a amiga, acariciando com carinho seus cabelos e costas, dizendo-lhe:


--- Marta, não fique assim! Pense bem! Não dê atenção a telefonemas anônimos. Com certeza, deve ser alguém que inveja você e quer vê-la infeliz. Olhe, eu nunca vi um ato de seu esposo que demonstre ser ele um infiel. Ao contrário!

E a Marta desesperada:


--- Não, Maria, a coisa realmente é séria. A pessoa me informou que, se eu quiser pegar meu marido com a amante em flagrante, basta que eu vá, no finalzinho da noite, à Igreja da Sé. Eles ficam lá, sozinhos, trocando beijos e carícias. Amiga, quero perguntar se você vai comigo, amanhã, à noite, à Igreja da Sé. Você me acompanha?


--- Claro, Marta! Irei com você sem dúvida alguma! Se for verdade, estarei, como sempre, ao seu lado! --- afirmou a Maria. 


Maria, então, entrou em seu carro, dirigindo-se para seu apartamento. Entrando, pegou o celular, jogando a bolsa sobre o pequeno sofá. Do outro lado da linha, Inocêncio, o esposo de Marta. Maria lhe diz:


--- Amor, sujou! Marta descobriu! Algum dedo duro informou nosso romance a ela. Esqueça a Igreja da Sé porque informaram a ela que é nosso lugar de encontro. Amanhã, irei com ela até lá. Depois, escolheremos outro lugar. Certinho?


E o Inocêncio:


--- Certinho, meu amor! 

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