Marta Vasconcelos e
Maria das Dores nasceram no mesmo dia, na mesma rua. Sobral, no Ceará, foi o
berço das duas. Suas famílias eram vizinhas, amigas há longos anos. Aos 19 anos
de idade, as duas eram tão amigas que resolveram cursar Direito na Universidade
Vale do Acaraú (UVA). Em 2002, concluíram o curso e instalaram um escritório de
advocacia perto do Beco do Cotovelo. Marta já estava casada com um empresário
do ramo de tecidos. Maria das Dores continuava solteira, apesar de ser muito
bela. Amigas inseparáveis, Maria das Dores todos os dias comparecia à casa de
Marta, e os três sempre saíam juntos.
Num dia qualquer de novembro de 2004,
Maria das Dores vai à casa de Marta, encontrando-a bastante triste.
--- O que foi, querida? Por que essa
cara tão triste? --- perguntou-lhe Maria.
Marta desandou a chorar. Entre soluços,
disse à Maria:
--- Minha amiga do peito, estou
sofrendo muito. Há 2 dias, recebi um telefonema anônimo, informando-me que meu
marido tem uma amante. Ontem, à noite, expulsei-o daqui. Não estou aguentando
essa situação, querida!
Maria, muito triste, abraçou a amiga,
acariciando com carinho seus cabelos e costas, dizendo-lhe:
--- Marta, não fique assim! Pense bem!
Não dê atenção a telefonemas anônimos. Com certeza, deve ser alguém que inveja
você e quer vê-la infeliz. Olhe, eu nunca vi um ato de seu esposo que demonstre
ser ele um infiel. Ao contrário!
E a Marta desesperada:
--- Não, Maria, a coisa realmente é
séria. A pessoa me informou que, se eu quiser pegar meu marido com a amante em
flagrante, basta que eu vá, no finalzinho da noite, à Igreja da Sé. Eles ficam
lá, sozinhos, trocando beijos e carícias. Amiga, quero perguntar se você vai
comigo, amanhã, à noite, à Igreja da Sé. Você me acompanha?
--- Claro, Marta! Irei com você sem
dúvida alguma! Se for verdade, estarei, como sempre, ao seu lado! --- afirmou a
Maria.
Maria, então, entrou em seu carro,
dirigindo-se para seu apartamento. Entrando, pegou o celular, jogando a bolsa
sobre o pequeno sofá. Do outro lado da linha, Inocêncio, o esposo de Marta.
Maria lhe diz:
--- Amor, sujou! Marta descobriu! Algum
dedo duro informou nosso romance a ela. Esqueça a Igreja da Sé porque
informaram a ela que é nosso lugar de encontro. Amanhã, irei com ela até lá.
Depois, escolheremos outro lugar. Certinho?
E o Inocêncio:
--- Certinho, meu amor!
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