Eustáquio
Caro leitor,
Minha irmã Aleuda Lins, que mora em
Sobral, no Ceará, adora o presidente Bolsonaro e o ministro Sergio Moro,
ex-juiz de Direito. Ela até diz que o Sergio Moro é muito parecido com nosso
irmão Elcias Lins, falecido há muitos anos. Também acho.
Entre mim e minha irmã Aleuda,
obviamente, há pontos diferentes, como também pontos iguais. Igualmente a ela,
eu adoro o ex-juiz de Direito Sergio Moro, porém, diferentemente de minha irmã,
não simpatizo com o presidente Jair Bolsonaro. E não simpatizo com o Jair
Bolsonaro, não por que sou eleitor de Lula ou de outro candidato, aliás, não
tenho líderes políticos. Longe disso! Minha antipatia diante de Jair Bolsonaro
é culpa única e exclusiva dele. Jair Bolsonaro é uma pessoa que possui ideias
arcaicas, intolerantes e discriminatórias. Seus discursos destilam ódio,
intrigas e vingança. Mesmo ocupando o cargo de presidente da República há 6
meses, ainda age como se estivesse em palanque político, em plena campanha. Não
possui aquela educação que é exigida pelo maior cargo do Poder Executivo. Além
do mais, é portador de uma notória incapacidade de raciocínio, ou seja, não diz
coisa por coisa. Portanto, por essas e outras razões, o presidente Jair
Bolsonaro não faz parte do meu elenco de pessoas admiráveis.
Em relação ao ex-juiz de Direito Sergio
Moro, eu poderia, por meio de vários artigos, sob o ponto de vista jurídico,
apresentar uma defesa em seu favor, em razão das conversações tornadas públicas
entre ele e o procurador federal Deltan Dallagnol. Irei até pensar no assunto.
Voltando ao presidente Jair Bolsonaro,
que, regra geral, não diz coisa por coisa, trago aqui mais uma ingenuidade dita
por ele ontem, sexta-feira, dia 6 de julho do corrente ano (2019). Diante da
divulgação de mais conversas entre Moro e Deltan Dallagnol, Bolsonaro afirmou
que, no próximo domingo, amanhã, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro,
durante o jogo entre Brasil e Peru, o povo mostrará que está apoiando o
ministro Sergio Moro. Percebeu, leitor, a ingenuidade do presidente Jair
Bolsonaro? Ora, ele pensa erroneamente que o apoio do povo ao ministro Sergio
Moro é mais forte do que qualquer coisa. Ele pensa que, com o apoio do povo, o
ministro Sergio Moro conseguirá se livrar da acusação de ter agido com
suspeição em alguns casos da Operação Lava Jato.
O presidente Bolsonaro é tão ingênuo
que pensa assim: “se o povo está com Sergio Moro, então tudo está bem!”. Ora,
se o Bolsonaro abrisse qualquer livro de história universal, veria facilmente
um rol muito grande de líderes políticos de extrema crueldade que eram adorados
por seu povo. Veja, leitor, como exemplo, o perverso e sanguinário austríaco
Adolf Hitler (1889 – 1945). Hitler mandou matar 6 milhões de judeus, por meio
de fuzilamentos, câmaras de gás e fornos crematórios. Judeus foram expulsos de suas
casas, colocados em trens e levados para os terríveis campos de concentração,
simplesmente por serem judeus. E Hitler mandou matar também membros da seita
religiosa Testemunhas de Jeová, ciganos e comunistas. Pois bem! No início da 2ª
Grande Guerra Mundial, em 1939, Hitler era considerado um deus na Alemanha.
Enchia estádios em Berlim, e era aclamado pelo povo. O povo alemão era capaz de
se suicidar por causa do amor a Hitler. Ou seja, o povo estava com Hitler, mas
isso, obviamente, não significava que tudo estava bem. Ao contrário, tudo
estava mal. Imagine, leitor, o presidente Bolsonaro dizendo assim: “se o povo
está com Adolf Hitler, então tudo está bem!”. Percebeu, leitor, a bobagem dita
por Bolsonaro?
Na verdade, o ex-juiz de Direito Sergio
Moro será julgado, em relação à provável suspeição, em agosto próximo pela 2ª
Turma do Supremo Tribunal Federal, composta pelos seguintes ministros: Cármen
Lúcia (presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson
Fachin. Esses 5 ministros julgarão o caso, apenas os 5 ministros. Não adianta,
pois, encher o Maracanã com milhares de pessoas gritando: “Moro! Moro! Moro!
Moro!”
Um abraço!
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