sábado, 6 de julho de 2019

O BOLSONARO E O MINISTRO SERGIO MORO





Eustáquio


Caro leitor,


Minha irmã Aleuda Lins, que mora em Sobral, no Ceará, adora o presidente Bolsonaro e o ministro Sergio Moro, ex-juiz de Direito. Ela até diz que o Sergio Moro é muito parecido com nosso irmão Elcias Lins, falecido há muitos anos. Também acho.
Entre mim e minha irmã Aleuda, obviamente, há pontos diferentes, como também pontos iguais. Igualmente a ela, eu adoro o ex-juiz de Direito Sergio Moro, porém, diferentemente de minha irmã, não simpatizo com o presidente Jair Bolsonaro. E não simpatizo com o Jair Bolsonaro, não por que sou eleitor de Lula ou de outro candidato, aliás, não tenho líderes políticos. Longe disso! Minha antipatia diante de Jair Bolsonaro é culpa única e exclusiva dele. Jair Bolsonaro é uma pessoa que possui ideias arcaicas, intolerantes e discriminatórias. Seus discursos destilam ódio, intrigas e vingança. Mesmo ocupando o cargo de presidente da República há 6 meses, ainda age como se estivesse em palanque político, em plena campanha. Não possui aquela educação que é exigida pelo maior cargo do Poder Executivo. Além do mais, é portador de uma notória incapacidade de raciocínio, ou seja, não diz coisa por coisa. Portanto, por essas e outras razões, o presidente Jair Bolsonaro não faz parte do meu elenco de pessoas admiráveis.
Em relação ao ex-juiz de Direito Sergio Moro, eu poderia, por meio de vários artigos, sob o ponto de vista jurídico, apresentar uma defesa em seu favor, em razão das conversações tornadas públicas entre ele e o procurador federal Deltan Dallagnol. Irei até pensar no assunto.
Voltando ao presidente Jair Bolsonaro, que, regra geral, não diz coisa por coisa, trago aqui mais uma ingenuidade dita por ele ontem, sexta-feira, dia 6 de julho do corrente ano (2019). Diante da divulgação de mais conversas entre Moro e Deltan Dallagnol, Bolsonaro afirmou que, no próximo domingo, amanhã, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, durante o jogo entre Brasil e Peru, o povo mostrará que está apoiando o ministro Sergio Moro. Percebeu, leitor, a ingenuidade do presidente Jair Bolsonaro? Ora, ele pensa erroneamente que o apoio do povo ao ministro Sergio Moro é mais forte do que qualquer coisa. Ele pensa que, com o apoio do povo, o ministro Sergio Moro conseguirá se livrar da acusação de ter agido com suspeição em alguns casos da Operação Lava Jato.
O presidente Bolsonaro é tão ingênuo que pensa assim: “se o povo está com Sergio Moro, então tudo está bem!”. Ora, se o Bolsonaro abrisse qualquer livro de história universal, veria facilmente um rol muito grande de líderes políticos de extrema crueldade que eram adorados por seu povo. Veja, leitor, como exemplo, o perverso e sanguinário austríaco Adolf Hitler (1889 – 1945). Hitler mandou matar 6 milhões de judeus, por meio de fuzilamentos, câmaras de gás e fornos crematórios. Judeus foram expulsos de suas casas, colocados em trens e levados para os terríveis campos de concentração, simplesmente por serem judeus. E Hitler mandou matar também membros da seita religiosa Testemunhas de Jeová, ciganos e comunistas. Pois bem! No início da 2ª Grande Guerra Mundial, em 1939, Hitler era considerado um deus na Alemanha. Enchia estádios em Berlim, e era aclamado pelo povo. O povo alemão era capaz de se suicidar por causa do amor a Hitler. Ou seja, o povo estava com Hitler, mas isso, obviamente, não significava que tudo estava bem. Ao contrário, tudo estava mal. Imagine, leitor, o presidente Bolsonaro dizendo assim: “se o povo está com Adolf Hitler, então tudo está bem!”. Percebeu, leitor, a bobagem dita por Bolsonaro?
Na verdade, o ex-juiz de Direito Sergio Moro será julgado, em relação à provável suspeição, em agosto próximo pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, composta pelos seguintes ministros: Cármen Lúcia (presidente), Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. Esses 5 ministros julgarão o caso, apenas os 5 ministros. Não adianta, pois, encher o Maracanã com milhares de pessoas gritando: “Moro! Moro! Moro! Moro!”
Um abraço!

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