Eustáquio
Caro leitor,
Cada político possui duas caras, duas
personalidades, e uma completamente diferente da outra.
E como ocorre isso? É simples! Veja,
leitor, por exemplo, o cargo de presidente da República. O político que está
fora do cargo, na oposição, que deseja nalgum dia ser o presidente, faz um
discurso inflamado contra o presidente que está no cargo. Eis aqui sua primeira
cara, sua primeira personalidade. Se, mais tarde, esse político que estava na
oposição, chega ao cargo tão almejado, então passa a ter outra cara, outra
personalidade. E o pior é que a nova cara, a nova personalidade é totalmente
contrária à anterior. Com a ocorrência desse fenômeno, é fácil ver que vale
tudo para se chegar ao cargo de presidente, inclusive a perda da personalidade,
a perda do caráter.
Os dois políticos mais comentados
atualmente são o Lula e o presidente Bolsonaro. Lamentavelmente, uma grande
parte dos brasileiros fica dividida, num discurso de ódio, em relação aos dois.
E não deveria ser assim. Já que Lula e Bolsonaro são os políticos mais citados
nas terríveis redes sociais, então mostrarei que cada um deles também têm duas
caras, duas personalidades. Ou seja, nenhum político candidato ao cargo de
presidente escapa.
O Lula permaneceu no cargo de
presidente durante 8 anos, de janeiro de 2003 a dezembro de 2010. Foi eleito
para 4 anos de mandato, e, depois, reeleito para mais 4. Antes de Lula assumir
a Presidência, Fernando Henrique Cardoso, culto e intelectual, era o presidente.
Também ficou na Presidência durante 8 anos, de janeiro de 1995 a dezembro de
2002. Inclusive, Fernando Henrique venceu a Lula em duas eleições. Veja, agora,
leitor, uma coisa interessante. Antes de Fernando Henrique ser o presidente
deste corrupto país, o vice Itamar Franco ocupava a Presidência porque o Collor
havia sido expulso da Presidência em razão de “impeachment”. Pois bem! Na época
do governo de Itamar Franco, não havia a infame figura da reeleição. Fernando
Henrique Cardoso, ao assumir a Presidência, criou essa desgraça chamada
reeleição. Queria ficar mais tempo na Presidência, e ficou. Já o Lula estava
desesperado para ocupar o cargo, estava na oposição. E o que ele pensava sobre
a maldita reeleição criada pelo presidente Fernando Henrique? Ora, Lula, na
época, fazia discursos inflamados contra a reeleição. Ele prometia a seus
eleitores que, como presidente, iria extinguir essa desgraça. Lula ganhou as
eleições, concorrendo com José Serra. Ao assumir a Presidência, Lula mudou de
cara, de personalidade: não extinguiu a reeleição. Gostou também do cargo.
Percebeu, leitor, as duas caras, as duas personalidades? Durante a campanha, um
discurso; após assumir o cargo, um discurso diferente e contrário.
Veja, leitor, mais um exemplo: Fernando
Henrique Cardoso, como presidente, queria que os aposentados contribuíssem
também com a Previdência Social. Uma verdadeira aberração e injustiça. Ele
tentou aprovar esse grande mal aos aposentados, mas não conseguiu principalmente
com a força do Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT). Na época, nos
palanques, Lula dizia que era um crime impor a Previdência Social aos
aposentados brasileiros. E o que Lula fez quando assumiu a Presidência? Ora,
Lula conseguiu, como presidente, impor a Previdência Social aos aposentados. Ou
seja, durante a campanha, um discurso, mas, no governo, um discurso diferente e
contrário. Duas caras, pois! E eu poderia aqui citar mais exemplos, porém, para
evitar um artigo muito longo, fico com esses dois: reeleição e desconto dos
aposentados para a Previdência Social.
E o Jair Bolsonaro? A mesma coisa: duas
caras, duas personalidades. Diferentemente de Lula, Bolsonaro tem apenas 6
meses de governo, mas já apresenta cara diferente. Durante a campanha, nos
palanques, prometeu que iria acabar com a reeleição. Já ouvi esse discurso
antes (Lula). Pois, semana passada, num encontro com evangélicos (um atraso
total), Bolsonaro acenou favoravelmente para sua reeleição. Percebeu, leitor,
as duas caras? E mais um pequeno exemplo, e isso com apenas 6 meses de governo:
como deputado federal durante longos anos, Bolsonaro gritava contra a reforma
da Previdência Social. Fernando Henrique queria fazer uma reforma na
Previdência, Bolsonaro foi contra. Lula queria também implementar uma reforma
previdenciária. Bolsonaro foi contra. Dilma também queria fazer a reforma.
Bolsonaro foi contra. Só que, agora, Bolsonaro não só defende, como tornou essa
mudança essencial para seu governo. E olhe, caro leitor, que as reformas
previdenciárias propostas por Fernando Henrique e Lula eram menos rígidas que a
do Paulo Guedes.
Duas caras, duas personalidades!
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