Esse é o 8º vídeo sobre o manual “Lições Bíblicas, 3º trimestre de 2002, Ética Cristã, confrontando as questões morais”. Mais uma vez, trago a parte do trecho do manual que está na página 4:
“(...) Graças a Deus, temos o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu: a Palavra de Deus.”
O manual das Assembleias de Deus afirma que a Bíblia é o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu. Como já dizia Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, o homem religioso se contenta com fundamentações miseráveis para seu juízo, para seus pontos de vista. É um absurdo alguém afirmar que a Bíblia é o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu. Um absurdo! Só mesmo os livros evangélicos para fazer tal afirmação. Nos 4 vídeos anteriores, mostrei 4 passagens bíblicas que estão muito distantes do que conhecemos por ética. Para esse vídeo, mais um exemplo bíblico que é contra a ética.
Vou começar, amigo leitor, trazendo a Constituição Federal atual, a maior lei brasileira, a lei das leis. No artigo 5º, inciso I, está escrito:
“homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.”
A Constituição, de acordo com o inciso acima, está afirmando que, no Brasil, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Preste bem atenção, caro leitor: são iguais em direitos e obrigações, mas não são iguais biologicamente. Por exemplo, a mulher menstrua, o homem, não! São, pois, diferentes biologicamente. Todavia, são iguais em direitos e obrigações. E agora lhe pergunto, leitor: por que está escrito na Constituição que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações? Qual é a razão da existência dessa afirmação? A resposta é simples: esse direito de igualdade está escrito na Constituição porque, no passado, não existia, isto é, no mundo antigo, somente o homem (o macho) possuía direitos que eram negados à mulher (a fêmea). Entendeu, leitor? Assim, a Constituição acabou com essa injustiça contra a mulher.
A Constituição, pois, é um livro ético. A ética exige tratamento igual para o homem e para a mulher, em se tratando de direitos e obrigações. E a Bíblia? Será que homem e mulher são iguais em direitos e obrigações? A resposta também é simples, caro leitor: não! Em toda a Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse, o homem (o macho) possuía direitos que eram negados à mulher (a fêmea). E o manual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus ainda tem a coragem de afirmar que a Bíblia é o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu. Ora, se a Bíblia fosse aplicada hoje, no Brasil, as mulheres, coitadas, sofreriam horrivelmente. De Gênesis ao Apocalipse, a mulher apanha, apanha, apanha! Veja o primeiro livro bíblico, Gênesis. No capítulo 2º, versículo 4, começa o 2º relato lendário sobre a criação do homem e da mulher. Nessa lenda, o deus hebreu criou primeiramente o homem, o macho. Após a criação do homem, do macho, o deus hebreu o colocou no Jardim do Éden para que cuidasse das plantinhas. E o homem Adão, sozinho, passava o dia todo cuidando das plantinhas. Aí, o deus hebreu resolveu criar todos os animais irracionais, todos os seres viventes, e todos viviam no Jardim do Éden. Por favor, leitor, não ria porque isso se trata de uma lenda, de uma criação do escritor hebreu. Pois bem! O homem Adão vivia numa solidão profunda junto com os animais. E ele via casais de animais, um jumento com uma jumenta, um carneiro com uma ovelha, uma cabra com um bode, só que ele não tinha uma companheira. Isso está no versículo 20 do capítulo 2º. Só aí é que o deus hebreu percebeu que o homem Adão estava solitário triste, razão por que resolveu fazer uma mulherzinha para lhe fazer companhia. E a mulher Eva foi feita, em segundo plano, só para servir de companheira ao homem, ao macho.
Essa narrativa lendária bíblica foi construída dentro de uma sociedade patriarcal, em que o macho se sobressai em detrimento da fêmea. O macho Adão foi criado primeiramente, uma criação por excelência. Já a fêmea só foi criada depois, após Adão reclamar da solidão profunda. Ela não estava nos planos do deus hebreu. E a fêmea só foi criada para ser uma auxiliadora do macho, para lhe fazer companhia, para acabar com a solidão de Adão. Percebeu, leitor, a importância do macho em detrimento da fêmea? E essa superioridade do macho foi destacada mais à frente, no Novo Testamento, pelo apóstolo Paulo de Tarso, que foi o real fundador do cristianismo, já que o Jesus das lendas dos evangelhos não deixou uma igreja sequer. Assim, em 1 Coríntios, capítulo 11, versículos 8 e 9, Paulo escreve:
“Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher do homem.
Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem.”
Percebeu, leitor? Paulo de Tarso, referindo-se à lenda que está em Gênesis, diz que o homem não foi criado por causa da mulher. A mulher é que foi criada por causa do homem. O homem Adão foi criado primeiro, a mulher não estava nos planos do deus hebreu. Ela só foi criada depois por causa do homem, para lhe fazer companhia. Por isso, Paulo de Tarso pregava que o homem tinha privilégios que eram negados à mulher. A ignorância machista de Paulo de Tarso era a regra no mundo da Bíblia. E, para aumentar mais ainda a superioridade do macho, em detrimento da fêmea, Paulo diz que o homem não foi feito da mulher. A mulher é que foi feita do homem. O deus hebreu criou o homem do pó da terra, uma criação por excelência. Já a mulher, não! A mulher foi uma criação secundária, não foi feita do pó da terra, mas de uma parte do homem, da costela. Percebeu, leitor, como o texto bíblico coloca a mulher num plano inferior? Quando eu vejo uma mulher elogiando a Bíblia, vem à minha lembrança Sigmund Freud, o Pai da Psicanálise, judeu e ateu, quando afirmava que a crença religiosa conduz o homem a um estado semelhante ao de amência, demência. Uma mulher elogiando a Bíblia é tão absurdo quanto um judeu elogiando Adolf Hitler. Por quê? Porque a Bíblia coloca a mulher num plano de inferioridade em relação ao macho. Diferentemente da Constituição Federal, a Bíblia é um catálogo de privilégios só para os machos.
Veja, leitor, mais um exemplo bíblico que mostra a inferioridade da mulher diante do macho. No livro Levítico, capítulo 12, versículos 1, 2, 4 e 5, está escrito:
“Disse mais o Senhor a Moisés:
Fala aos filhos de Israel: Se uma mulher conceber e tiver um menino, será imunda sete dias; como nos dias da sua menstruação, será imunda.
Depois, ficará ela trinta e três dias a purificar-se do seu sangue; nenhuma coisa santa tocará…
Mas, se tiver uma menina, será imunda duas semanas, como na sua menstruação; depois, ficará sessenta e seis dias a purificar-se do seu sangue.”
Em primeiro lugar, veja a expressão bíblica inicial:
“Disse mais o Senhor a Moisés”.
Um cristão lê isso aí e pensa que realmente uma entidade “espiritual” inteligentíssima deu essa ordem a um cidadão hebreu chamado Moisés. Nada disso! Esse relato é mais uma criação de um hebreu. Deus algum existe, deus algum fala com alguém. Vê-se facilmente que esse discurso não veio de um cérebro inteligente, mas de um cérebro de um homem hebreu limitado ao conhecimento de sua época. Esse homem hebreu, e não um deus inteligente, via a mulher como um ser inferior ao homem, razão por que fixou essa regra em detrimento da fêmea. Esse homem hebreu tinha até uma visão errônea também sobre a menstruação.
Esse homem hebreu diz que, se uma mulher hebreia parir um MENINO, um macho, ficará imunda durante 7 dias, e, para se purificar, precisará de 33 dias.
E se nascer uma MENINA, uma fêmea? Se nascer uma MENINA, aí a coisa piora: a mulher ficará imunda durante 14 dias, o dobro. E, para se purificar, necessitará de 66 dias, o dobro também. Entendeu, leitor, a discriminação injusta apenas levando em consideração o SEXO da criança? Se a criança for mulher, fêmea, tudo piora!!! Era essa a visão negativa desde a infância em relação à mulher. E veja mais absurdos: esse hebreu que escreveu esse texto, e não um deus inteligente, entendia que uma mulher após o parto se tornava imunda e que, durante a menstruação, também era imunda. Vê-se que o mundo bíblico era um mundo muito ignorante e discriminatório em relação à fêmea. E o manual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus ainda tem a coragem de afirmar que a Bíblia é o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu.
Veja mais uma discriminação bíblica em relação à mulher. Em Êxodo, capítulo 20, versículo 14, está escrito:
“Não adulterarás.”
Um cristão lê esse mandamento e pensa que o “não adulterarás” era uma ordem igual para o homem e para a mulher. Não, não era! Era uma ordem desigual, boa para o homem, mas péssima para a mulher. Como era isso, então? Era assim: o homem hebreu casado podia trair sua esposa, desde que as amantes não fossem do próximo, de outro hebreu. Por que isso? Ora, porque a mulher era considerada propriedade do homem. Se um homem pegasse a mulher de outro estaria ofendendo seu patrimônio. Já a esposa hebreia não podia trair o esposo em hipótese alguma, nem com homem solteiro. Já que ela era uma propriedade do marido, então, devia obediência a ele. O marido não devia obediência à mulher. Entendeu, leitor, como a mulher apanhava na Bíblia? E o manual evangélico tem a cara de pau em afirmar que a Bíblia é o maior e melhor referencial ético que o mundo já conheceu!
Para encerrar, mais um exemplo do apóstolo Paulo de Tarso, discriminando a mulher, em 1 Coríntios, capítulo 14, versículos 34 e 35:
“Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar, mas estejam submissas como também a lei o determina.
Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido, porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja.”
É gritante, pois, a visão errônea da Bíblia, dos hebreus e cristãos, acerca da mulher, considerada um ser inferior ao homem, ao macho. Deus algum existe, deus algum escreveu alguma coisa ou disse algo a alguém. Esses textos, na verdade, foram atribuídos a um deus, mas oriundos de homens hebreus que tinham uma visão caótica sobre o mundo que os cercava.
Quando vejo, repito, uma mulher elogiando a Bíblia, sei de antemão que ela não tem a menor ideia do que está elogiando.
Alguns homens e lideranças se aproveitam muito dessas passagens bíblicas para oprimir as mulheres, mas a base do Cristianismo é o AMOR. No Velho Testamento foi penoso para as mulheres, mas para quem for Cristão, tem que se basear em como Jesus tratava as mulheres em um tempo que a vida delas não era nada fácil. Um exemplo, é a conversa de Jesus com uma mulher samaritana na beira do poço de Jacó em João 4. 1-15.Ele se dirige em público a uma mulher(ato que os homens da sua época não faziam), Samaritana(Judeus e Samaritanos tinham divergências)e ainda conversou sobre assuntos religiosos (que se conversava somente nas Sinagogas, onde somente os homens frequentavam). Outro exemplo, foi de Maria Madalena que o povo hipócrita quis apedrejar. Portanto, Jesus teve uma atitude ousada e revolucionária, que deveria ser imitada nos tempos atuais pelos seus ditos seguidores...
ResponderExcluir