quinta-feira, 14 de outubro de 2021

ATEU HENRIQUE X CRISTÃO RENATO (2 )

                                                                     Esse é o 2º vídeo da série “Ateu Henrique X Cristão Renato Romão”. Uma série em que analiso algumas afirmações do cristão Renato Romão presentes no debate ao vivo com o ateu Henrique. Esse debate rendeu um vídeo com duração de 3 horas, 58 minutos e 54 segundos, encontrando-se à disposição de qualquer pessoa nos canais de Ismael Oliveira (o intermediador) e de Henrique

No tempo de 5 minutos e 21 segundos, o ateu Henrique pergunta ao cristão Renato Romão:



“O que você acha da atitude de Adolf Hitler, que matou milhões de cristãos, entendeu? E...eu quero saber o que você acha de Adolf Hitler? Matou milhares de cristãos!”



E o cristão Renato se manifesta assim:



“É essa sua pergunta? (...) Se você me pergunta o que eu acho de Adolf Hitler...é...é um homem mau, podemos falar que é um homem mau.”


E o Henrique diz em seguida:


“Então, quando você falou pra mim que Hitler era uma pessoa má, entendeu? eu imagino o seu deus porque Hitler, quando ele morreu, acabou a maldade dele, entendeu? E, quando você vê, hoje em dia, um estuprador estuprando uma criança, a maldade continua. Se não é a mando de seu deus, é permissão dele ou omissão dele, entendeu? Então, é mais fácil você adorar Adolf Hitler do que o deus cristão. Se você olhar na Bíblia, Adolf Hitler era um anjinho perto do seu deus.”


E o cristão Renato se manifesta assim:



“Certo, ok! Tá! Agora vou te fazer uma pergunta, que é o seguinte: vamos debater fora ou dentro da Bíblia?”



Muito bem! O ateu Henrique, que foi cristão fervoroso durante 20 anos, pergunta ao cristão Renato Romão o que ele acha de Adolf Hitler. E Renato prontamente diz que Hitler foi um homem muito mau. E você, leitor, o que acha de Adolf Hitler? Com certeza, você me dirá que Hitler foi realmente um homem muito mau, não é mesmo? E por que você acha que Hitler foi um homem excessivamente mau? Ora, por causa das ações dele, não é mesmo? Hitler mandou matar 6 milhões de judeus, inúmeros comunistas, vários Testemunhas de Jeová e ciganos. Por esses atos, ele é tachado de homem mau. Então, má é qualquer pessoa que determina a morte de alguém, não é mesmo? Na mesma linha da maldade de Hitler, Josef Stalin, Augusto Pinochet, Alfredo Stroessner, Fidel Castro, Benito Mussolini e outros. Veja, leitor, que o próprio cristão Renato Romão afirmou que Hitler foi um homem mau porque mandou matar pessoas. Era essa a resposta aguardada pelo ateu Henrique. Era isso que o Henrique queria ouvir do cristão. E aí o Henrique diz para o cristão Renato Romão:




“Se você olhar na Bíblia, Adolf Hitler era um anjinho perto do seu deus.”


O cristão Renato, sem saída, mudou de foco. Por quê? Ora, se ele mesmo afirma que é má uma pessoa que determina a morte de alguém, então, forçosamente terá que fazer a afirmação de que o deus das narrativas lendárias da Bíblia é excessivamente mau porque determinou a matança de um número infinito de pessoas. Entendeu, leitor? O deus bíblico mandou matar. Hitler mandou matar. Stalin mandou matar. Ditadores militares mandaram matar. Logo, todos são maus! Só que existe um detalhe: o Renato é cristão. Sua fé religiosa, que o contamina, impede que ele afirme ser o deus bíblico mau. A fé religiosa afasta seu portador da realidade. Ora, se um cristão afirma que Hitler era mau porque mandou matar pessoas, deveria afirmar também que o deus bíblico era muito mau porque também mandou matar pessoas. Todavia, a crença religiosa o impede porque está divorciada da realidade, da razão. Entendeu, leitor? 

Diga-me uma coisa, nobre leitor: uma chacina com 25 pessoas assassinadas ocorrida no Brasil terá o mesmo impacto negativo que uma chacina com o mesmo número de mortos ocorrida na Argentina? Com certeza, você, leitor, me dirá que sim, que qualquer chacina, onde quer que ocorra, terá o mesmo impacto negativo, a mesma repugnância, a mesma reprovação. Muito bem, leitor. E, no mundo da fé religiosa, verificar-se-á a mesma repugnância? Claro que não! Só para clarear a situação, vou trazer uma chacina bíblica e uma chacina fora da Bíblia. Para mim, que não estou preso a religião alguma, chacina é chacina, dentro ou fora da Bíblia. Porém, para um cristão, a coisa não é assim apenas por causa da fé religiosa, que o afasta do mundo da realidade. 


De início, trago uma chacina fora da Bíblia. Em 2014, em Mossul, cidade do Iraque, membros do Estado Islâmico, religiosos adeptos do islamismo, perseguiram, expulsaram e mataram cristãos. Por quê? Porque queriam que os cristãos adorassem o deus Alá, que deixassem o cristianismo. Isso tem um nome e se chama intolerância religiosa, a não aceitação da crença religiosa das pessoas. Cristãos espalhados pelo planeta se revoltam contra essa perseguição, alegando que são perseguidos. Só que, esses cristãos, cegos pela fé, não veem que a Bíblia, o livro que eles invocam, é um manual de perseguições e ainda com carga maior. Entendeu, leitor? Sob a visão defeituosa de um cristão, a coisa funciona mais ou menos assim: 


“Se a intolerância religiosa está na Bíblia, eu não a vejo. Se está fora da Bíblia, aí eu vejo.”


Veja, agora, leitor, entre vários relatos bíblicos, um que mostra a intolerância religiosa da época, mais grave ainda que a intolerância ocorrida em Mossul, no Iraque. Em Êxodo, capítulo 32, o escritor hebreu cria uma lenda que nos mostra a intolerância religiosa da época. O lendário Moisés está guiando seu povo pelo deserto, em direção à terra prometida, Canaã. Num dado momento, Moisés sobe no Monte Sinai, e ali se encontra com o deus hebreu, que é o mesmo deus adorado pelos cristãos. E, na lenda, o que faz o deus hebreu? Ele, com seu dedo, escreveu, em dois grandes blocos de pedra, 10 mandamentos, que não são 10. Mas fiquemos com os 10. O povo hebreu, guiado por Moisés, não subiu no Monte porque o deus hebreu proibiu, razão pela qual ficou no pé do monte, esperando por Moisés. Já que Moisés estava demorando a descer, o povo pensou que ele havia falecido. E aí o povo resolveu fazer mais um deus para adorar porque, naquela época, a ignorância era tão grande que eles faziam deuses a rodo. Então, fizeram o deus Bezerro de Ouro, no formato de um bezerro. E o povo hebreu esqueceu o deus hebreu, o mesmo deus adorado pelos cristãos. E o que aconteceu? O deus hebreu, com bastante ciúme, ficou com raiva de seu próprio povo porque estava adorando outro deus. Isso tem um nome, caro leitor, e se chama intolerância religiosa. Com bastante raiva, o deus hebreu olhou para Moisés, dizendo:


“(...) Tenho visto este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eles o meu furor, e eu os consuma; e de ti farei uma grande nação.”


Você, leitor, está entendendo, não é mesmo? O deus hebreu, revoltado pelo fato de seu próprio povo adorar outro deus, diz a Moisés que vai matar esses traidores. E o que acontece? Moisés desce do Monte, determinando que seus soldados matem os hebreus que estavam adorando outro deus. Quase 3 mil hebreus foram barbaramente assassinados porque estavam adorando outro deus. Isso, repito, tem nome, e se chama intolerância religiosa. Entendeu, leitor? Os cristãos ficam indignados diante da intolerância religiosa dos membros do Estado Islâmico, mas não veem que essa intolerância religiosa está na Bíblia, livro que invocam como “sagrado”. E o pior: o deus hebreu e Moisés é que são os patrocinadores dessa intolerância, dessa selvageria. Por isso mesmo, o ateu Henrique diz ao cristão Renato Romão:


“Se você olhar na Bíblia, Adolf Hitler era um anjinho perto do seu deus.”

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