Esse é o 8º vídeo da série “Ateu Henrique X Cristão Renato Romão”. Uma série em que analiso algumas afirmações do cristão Renato Romão presentes no debate ao vivo com o ateu Henrique. Esse debate rendeu um vídeo com duração de 3 horas, 58 minutos e 54 segundos, encontrando-se à disposição de qualquer pessoa nos canais de Ismael Oliveira (o intermediador) e de Henrique.
No tempo de 2 horas e 10 minutos, o ateu Henrique diz ao cristão Renato Romão:
“(...) É uma verdade, cara! A sua Bíblia apoia a escravidão!”
O cristão Renato se manifesta assim:
“Ela apoia não! Não, não! Não, não! Ela cita! Ela cita”
Mais uma vez, e não me canso de afirmar, quero registrar aqui que o cristão Renato Romão é uma pessoa íntegra, simpática e educada. Nada tenho contra ele. Agora, há um problema com ele. É um homem religioso, um cristão evangélico. A fé religiosa corrói o cérebro humano, anula a capacidade de raciocínio. O ateu Henrique, que foi cristão evangélico fervoroso durante 20 anos, diz a Renato que a Bíblia apoia a escravidão. E Renato, com ênfase, afirma que não, que a Bíblia de forma alguma apoia a escravidão, mas apenas cita, apenas faz referência.
Percebeu, leitor, como realmente é verdade que a fé religiosa corrói o cérebro humano? Leitor, você já leu, pelo menos um pouco, sobre a história do Brasil? Mesmo que você nunca tenha lido uma página de um livro de história do Brasil, eu tenho certeza de que você tem consciência de que a escravidão reinava aqui. Isso mesmo, leitor, a escravidão predominou aqui até 1888. No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assinou a famosa Lei Áurea, que tornava extinta a escravidão em nosso país.
E na Bíblia? Na sociedade hebraica, havia escravidão? Sim, havia! Era apoiada e mantida pelos hebreus? Sim, era apoiada e mantida pelos hebreus! Então, como é possível que o cristão Renato não consiga afirmar isso? Resposta: por causa de sua fé religiosa cristã, que o impede de fazer tal afirmação. No fundo, ele sabe, mas não pode dizer tal coisa. Na verdade, no mundo antigo, a escravidão era a regra. Egípcios, hebreus, gregos, judeus, filisteus e outros povos mantinham escravos. Como estamos tratando de Bíblia, então vamos lá.
O capítulo 21 do livro de Êxodo traz como título “Leis acerca dos servos”, isto é, leis acerca dos escravos hebreus, dentro da sociedade hebraica. Pulando para o livro de Levítico, capítulo 25, versículos 39 a 55, mais leis referentes a escravos hebreus, dentro da sociedade hebraica. Veja, leitor, o que está escrito no versículo 44:
“Quanto aos escravos ou escravas que tiverdes, virão das nações ao vosso derredor; delas comprareis escravos e escravas.”
Os personagens bíblicos (uns lendários, outros reais) possuíam escravos: Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Salomão, Roboão e outros. Abraão fez sexo com a escrava Agar, gerando o filho Ismael. Jacó, por sua vez, não ficou para trás. Possuía vários escravos e fazia sexo com inúmeras escravas. Davi, idem. O lendário rei Salomão empreendeu muitas obras durante seu reinado, graças, evidentemente, aos trabalhos forçados impostos aos miseráveis escravos. Quando morreu, assumiu o poder seu filho Roboão, era a miserável monarquia, o poder passando de pai para filho, de macho para macho. Veja, leitor, o que Roboão diz aos escravos que haviam trabalho durante o reinado de seu pai:
“Assim que, se meu pai vos impôs jugo pesado, eu ainda vo-lo aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.”
Isso está escrito no livro de 1 Reis, capítulo 12, versículo 11. Roboão diz que seu pai, rei Salomão, impôs castigos pesados ao povo, só que ele, Roboão, piorará a situação. A escravidão era tão frequente na Bíblia que, nas lendas, o deus hebreu se servia dela para punir seu próprio povo. Quando o povo hebreu passava a adorar outros deuses, por exemplo, o deus hebreu ficava com raiva e aí submetia seu povo à escravidão praticada por outros povos.
E no Novo Testamento, cristianismo puro, como a escravidão era vista pelos escritores cristãos? Era vista como algo normal ou era vista com ardente repugnância? Resposta: era vista como algo normal, imposta pelo deus hebreu!
O apóstolo Paulo foi, na verdade, o fundador do cristianismo. Quando Jesus morreu, não deixou igreja alguma, muito menos igreja cristã, porque ele era um judeu, frequentava, pois, sinagogas. Evidentemente, quando falo sobre Jesus, refiro-me ao Jesus das narrativas lendárias presentes no Novo Testamento. Pois bem! Paulo realmente foi o fundador do cristianismo, não é à toa que a maior parte dos livros do Novo Testamento são atribuídos a ele. Veja, pois, leitor, o que Paulo diz sobre os escravos da época, em Efésios, capítulo 6, versículo 5:
“Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo.”
Você, leitor, entendeu o recado do apóstolo Paulo de Tarso aos escravos de sua época? Paulo disse a eles que permanecessem na escravidão, obedecendo a seus proprietários, com temor e tremor, para a glória de Jesus. Entendeu, leitor? E você, leitor, pensa que Paulo parou por aí? Veja o que ele disse em 1 Timóteo, capítulo 6, versículo 1 e 2:
“Todos os servos que estão debaixo do jugo considerem dignos de honra o próprio senhor, para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados.”
Entendeu, leitor? Paulo de Tarso disse aos escravos de sua época que eles deviam ser obedientes aos seus donos, que eles se sentissem dignos de honra por serem escravos, e tudo isso para que o nome de Deus e a doutrina cristã não fossem blasfemados. Entendeu, leitor?
Entendeu, leitor? Então, não fique espantado diante da afirmação do cristão Renato Romão quando afirmou ao ateu Henrique que a Bíblia NÃO apoia a escravidão, MAS APENAS A CITA!!!!
“APENAS A CITA!”
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